Capítulo 27

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Nina Novaes.

— E então, Alex. Quer dizer que vocês voltaram mesmo? — Celo pergunta como quem não quer nada assim que Alex senta no sofá ao seu lado. Reviro os olhos, porque sei o quanto ele consegue ser chato quando quer. Me sento ao lado de Alex, que enlaça minha cintura no mesmo instante.

— Sim, nós voltamos ontem.

— Acho que você não ficou sabendo, mas eu que tive que dispensar a louca da Alícia pra você ontem. Ela só faltou querer me dar um soco, de tão puta que ficou — ele diz dando risada.

— Ah, eu fiquei sabendo. Eu acabei de vir da casa dela — Alex diz e no mesmo instante eu e Marcelo o olhamos assustados. Então foi por causa da falsificada que ele chegou atrasado?

— Espero que tenha ido terminar, não tomar um cafézinho — digo cruzando os braços. Alex volta seu olhar para mim dando aquele sorriso destruidor de sempre.

— Ela é pior que criança mimada. Fez o maior auê porque insiste em pensar que eu traí ela com você, sendo que nós nem tínhamos nada. E reclamou que você — ele diz para Marcelo — foi o maior grosso sendo que é louquinho pra pegar ela.

Nós três caímos na risada, porque é tão Alícia pensar que todos os homens do mundo são loucos por ela.

— Cruz credo! Mas não eu! Eu inclusive não sei como você teve coragem, porra. Eu sei que ela é bem boniti...

— Não elogie essa pessoa na minha frente, Marcelo! — o interrompo emburrada. — E vamos mudar de assunto, porque não tô gostando desse.

— Ó, vai começar o jogo — Alex diz olhando para a TV.

— Ih, é mesmo! Pode pegar uma cerveja aí, cara. Sinta-se em casa — Marcelo diz irônico e eu dou risada.

— Deixa de ser folgado, coxinha — o chamo pelo apelido que ele mais deve escutar por aí no trabalho e ele me mostra o dedo do meio, mas não revida a provocação porque agora está concentrado demais na TV.

Assim que o jogo inicia, eles começam um papo interminável sobre futebol e pelo pouco que entendi, os dois torciam para o mesmo time e como se isso fosse motivo suficiente para Alex ser aceito para me namorar, já viraram amicíssimos. Marcelo inclusive fez questão de dizer que Willian torcia para o time rival do deles e que Alex tinha garantido uns pontinhos a mais com ele.

Resolvo ir tomar alguma coisa na cozinha, porque não aguentava mais de tédio. Me concentro em terminar meu suco de laranja e não em tentar escutar a conversa de Alex e Marcelo no sofá da minha sala.

Nessas horas eu agradecia aos céus por não ter um irmão e por poder enxotar Marcelo da minha casa a hora que eu quisesse. É isso que eu resolvo fazer assim que caminho de volta para a sala com meu suco em mãos.

— Ei, Celo — chamo, já me sentando no meio dos dois no sofá e tomando um gole de suco.

— Que? — ele pergunta com os olhos vidrados na TV.

— Você já pode ir embora, sabe. Assistir o jogo na sua casa — digo dando um sorriso de ponta a ponta para ele, que só me lança um olhar entediado. Alex dá uma risadinha ao meu lado, passando o braço por minha cintura novamente.

Anjo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora