Capítulo 6

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Olá, oláa! Como vocês devem ter lido nos avisos nós postaremos a partir de agora às terças, quintas e domingos. Maaaas como tínhamos prometido um capítulo na quarta, aqui está ele. Provavelmente o capítulo 7 sairá só no domingo, para então começarmos com os três capítulos por semana.

Agora fiquem com o post do nosso Alex ❤️

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Alex Boaventura.

Estamos sentados nas banquetas do bar. Têm cinco ou seis clientes, todos bêbados ou dormindo em suas mesas. Duas das três garçonetes nos olharam assim que entramos, e agora estão cochichando no canto. Nina percebe o olhar e revira os olhos daquele jeito que sempre faz.

- As duas? - ela pergunta. Estou um tanto cansado para rir, mas acho engraçado o fato de ela ter adivinhado.

- Em momentos diferentes.

Ela faz uma cara como quem diz "você é inacreditável" e desvia o olhar. E eu que pensei que ela estava se acostumando.

Há mulheres em todos os cantos. Eu estou por todos os cantos. Não há como evitar.

Pedimos as bebidas ao Théo - barman e proprietário do bar. Por um momento me lembro de Nina na última sexta-feira. Eu me diverti por quase uma hora enquanto a observava dançar. Ela estava pra lá de bêbada. Tropeçava nos próprios pés, bagunçava os próprios cabelos, ria de tudo e todos. Não sei se seria uma boa ideia ela beber comigo, já que trabalharia amanhã.

Dou de ombros. Percebo que ela está olhando para um homem adormecido no canto da sala.

- Dr. Luciano? Da Neurologia? - ela cochicha para mim.

- Ele perde muitos pacientes - respondo simplesmente.

E isso meio que explica tudo, pois beber é a segunda melhor arma de consolo. Não queiram saber da primeira.

O gosto amargo da bebida queima por toda a minha garganta. Tento me concentrar no que estou fazendo, mas só consigo me lembrar da cara de Susan. A sensação de não ter conseguido salvar uma vida me corroía por dentro.

- Ah, há uma coisa que eu quero saber - Nina diz, virando as pernas no banquinho em minha direção.

Olho para elas por um segundo, na calça jeans que Nina está usando. Não consigo evitar a lembrança de sexta-feira, quando ela usava aquela saia branca e justa. Branca e justa! Por que ela não está a usando de novo? Tá calor aqui, não tá? Quando subo o olhar para o seu rosto, Nina já está me olhando. Não tento disfarçar. Apenas sustento seu olhar, notando a cara de sabidinha que ela resolveu usar para me fazer a tal pergunta.

- Vamos lá, doutora. Sou todo ouvidos.

- Percebi que a Paola te odeia. Vocês... - ela hesita, mexendo as sobrancelhas. Me dou por desentendido. - Você sabe do que estou falando, Alex!

- Como você é maliciosa, anjo - eu termino de beber o Whisky, enquanto ela aguarda impaciente por uma resposta. Neste momento está encarando o copo, fingindo que sabe beber. - Bem, sim, mas foi só pra passar o tempo. Lá mesmo, no hospital...

- No tal quarto de descanso?

- Sim. E numa sala de cirurgia vazia também.

- Meu Deus! Vocês são nojen...

- Acho que na sala de exames também, ou não... Talvez tenha sido com a enfermeira... - tento me lembrar.

- Ok, ok, já chega! Já percebi que você pega geral naquele hospital - ela volta as pernas para o balcão. Meio contrariada, volta a perguntar: - Ela esperava o quê, que vocês se casassem e fossem felizes para sempre? O pediatra e a obstetra... - Nina ri, de má vontade.

Anjo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora