Capítulo 12

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Sage se sentou no grande pátio de pedra, observando a lua encostar no Hudson. Mal tinha se

movido desde Scarlet fora embora. Ele não podia deixar de sentir como se tivesse extremamente

perturbado – e da pior maneira possível.

Seu coração estava partido por dentro. Sentia-se mais próximo de Scarlet do que de qualquer outra

pessoa que ele tivesse conhecido em seu tempo na Terra, e tudo estava indo tão bem. Olhá-la nos olhos

e beijá-la fora a melhor coisa que lhe acontera em séculos.

E então, no pior momento possível, ele tinha fora pego de surpresa pela dor. Naquele último ano, o

último ano de sua vida, as dores esatavam piorando, vinham com mais freqüência e estavam mais fortes

à medida que ele se aproximava da data de morte. Agora, com apenas algumas semanas de vida, as dores

tornaram-se mais intensas e imprevisíveis, e não apenas para ele, mas para todos os membros de seu clã.

Elas começavam do nada e, muitas vezes, eram incapacitantes.

Como ele poderia explicar isto a Scarlet? O que ele deveria dizer? Deveria lhe contar que ele era um

Imortal? Que ele estava vivo há quase dois mil anos? Que ele tinha sentido aquela dor porque ele estaria

morto em apenas algumas semanas? Que sua família o havia enviado para lá, para aquele lugar para

tentar manipulá-la, para ganhar a confiança dela, descobrir seus segredos – e então matá-la?

É claro que isso era algo que ele nunca faria. No momento em que ele tinha posto seus olhos sobre

ela, ele sabia que nunca poderia machucá-la. Pelo contrário, ele sentia que ela era o amor de sua vida e só

lamentava tê-la conhecido com tão pouco tempo de vida restante. Mesmo que isso significasse a sua

própria morte, ele iria até o fim do mundo para protegê-la. Jamais tentaria obter o colar. Se ele o fizesse,

seu clã certamente a mataria. E isto ele nunca poderia permitir.

Então, ao invés disso, ele teve que mandá-la embora daquele jeito, tão abrupto, mesmo sem a chance

de explicar. O pensamento lhe partia o coração.

Ele se sentou contra as pedras, com sua cabeça entre as mãos, mal se movia.

"Aí está você," veio a voz de desaprovação de seu pai.

"Imaginei que iria encontrá-lo aqui", ecoou sua mãe.

Sage olhou para cima, muito cansado, com muita dor emocional para se importar. Ainda assim, seu

estômago se contorceu ao som daquelas vozes. Ele já podia sentir seu dsapontamento.

"Deixe-me em paz", disse ele, baixando a cabeça.

Uma fração de segundo depois, eles conseguiram atravessar toda a varanda e seu pai o puxou pelo

braço para que se levantasse..

"Você a tinha aqui," ele sussurrou, "e nem sequer tentou obter o colar."

"Você agiu como um colegial estúpido apaixonado", acrescentou a mãe.

"Nós não temos tempo", disse o pai. "Você não percebe? Ela detém a chave. E você – você se senta

aqui para jogar seus patéticos jogos de colegiais."

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