Day twenty

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N/A: Demorei? Sim. Capítulo fofo para recompensar? Também.

All the love.

Os aparelhos foram desconectados, estava sentindo-me livre novamente. A sensação que se apossava de mim era extraordinária, como se eu pudesse pular pela janela e voar livremente como um pássaro depois de anos em uma gaiola qualquer.

Louis ainda estava encostado ao meu peito, seus dedos acariciavam minha cintura. Apesar da noite conturbada, seu toque era o que refrescava minha cabeça e fazia-me voltar a um sonho calmo e relaxante.

Os pesadelos continuavam atormentando minha mente, brincando comigo, pregando peças, fazendo piadas. Algo parecido com meu cérebro divertindo-se ao me ver tão vulnerável.

Histórias com meus pais eram as mais frequentes, flashbacks ou invenções, mortes, machucados, sofrimento. E então Louis passou a ser o maior foco, seu corpo caindo de um penhasco sem fim visível, seu rosto ao descobrir o que sou, seu corpo partindo e deixando-me ao chão.

Pequenas coisas que faziam minha pulsação disparar, então meu corpo passava a tremer, os bipes ficavam ainda mais audíveis ao meu lado. Mas bastava um aperto um pouco mais forte em minha cintura para tudo se transformar, tudo ficar melhor.

Esse é o efeito de Louis Tomlinson têm sobre mim. O garoto consegue fazer de mim uma pessoa melhor, alguém mais calmo, porém mais perdido nele mesmo.

Sempre fui uma pessoa extremamente centrada, insensível, com o olhar somente para frente. O  passado nunca fez sentido para mim, o presente ainda menos, pois bem... O presente de hoje é o ontem de amanhã. Temos que focar nossos olhares apenas no que virá. E então o que veio foi esse pequeno ser, mudando todas os conceitos do assassino em série com um suposto coração de pedra, fazendo-me respirar novos ares, conhecer novas histórias.

O mundo pareceu girar de uma forma diferente, talvez na direção contrária. Todos os meus medos estavam expostos como nunca estiveram. Medo de perdê-lo, lembranças do passado, terror do que virá. Coisas que sempre me atormentaram e estiveram mantidas a sete chaves por tanto tempo estavam visíveis agora, eu estava na palma de sua mão, não havia como mudar. Não antes do dia trinta.

Meus pensamentos sempre voltavam para quando esse dia chegaria, qual seria sua reação, minha reação, quão real seria a dor.

Não havia como negar, nem como fugir, eu já não queria que o tão esperado dia trinta chegasse. Não queria sentir-lhe morrendo pelas minhas mãos, mas ainda assim a certeza que isso era o necessário estava presente dentro de mim.

A necessidade de sentir sangue vivo em minhas mãos era gritante, como uma abstinência, um alcoólatra sem álcool, um viciado sem a sua droga. Essa era minha droga, extremamente boa, porém ruim na mesma intensidade. Viciado e enlouquecendo de minuto a minuto sem o preciso.

Era necessário ouvir alguém gritando e pedindo por piedade, necessário sentir a respiração ofegante, a pulsação falhando até parar completamente.

- Como se sente? - Novamente acordado dos meus pensamentos, sorri para ele.

- Livre.

Firmei meu aperto em sua cintura, o puxando para mais perto, sentindo sua respiração em meu pescoço. Aos poucos a confusão presente em meus pensamentos foi se desfazendo, era apenas nós dois, sempre nós dois.

- Este seu sorriso... - Seus dedinhos percorreram minhas covinhas, apertando minha bochecha fracamente e sorrindo em seguida.

Virei meu corpo - agora não coberto de fios - e o deixei deitado em meus bíceps. Passei meus dedos pelo seu rosto, fazendo o perfeito contorno, brincando com seus cílios, suas ruguinhas, seu nariz e então seus lábios. Os belos, finos e rosados lábios, com seu beijo doce e aconchegante. Tão beijáveis...

circus » larryOnde histórias criam vida. Descubra agora