*Capítulo 7*

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»Ryan«

Eu acho que a única vez que me senti um inútil, foi quando a médica veio me dar a noticia que Nikki teria uma gravidez de risco e que nada poderia ser feito. Algo de muito ruim aconteceu com Samira, algo que ela ainda não confia o bastante para dizer. Seus olhos perderam todo foco, quando ela começou a gritar eu entrei em desespero. Eu só pude ficar ali, a abraçando, acariciando seus cabelos e esperando que ela se acalmasse. Quando ela pegou no sono, eu aproveitei para pesquisar, eu preciso saber quem é Samira Miller. Fico ao seu lado porém me sento em um sofá, não quero sair do lado dela. Ela parecia tão assustada, não quero que ela fuja. Nada aparece no Google, apenas a noite que saímos. Ela ao lado de Noah, parece tão feliz com seu sorriso doce, seus olhos brilham para a câmera, uma foto de nós dois juntos com Noah, quem ver até pensa que somos uma família. Família. Olho para ela que dorme tranquilamente em sua cama, seus lábios entreabertos e seu rosto passivo me causam uma inquietação, não dá para explicar, eu só sei que sinto essa sensação, esse sentimento estranho. Largo o notebook e vou até ela, quando estou prestes a chegar a porta se abre.

- Oh, desculpe senhor. - Judith diz sem graça quando entra no quarto.

- Ela não está muito bem, pode deixar o café da manhã na mesinha e ir. - Tento parecer tranquilo, mas a verdade é que ela me pegou de jeito. Quase me sinto uma criança roubando os biscoitos recheados antes do almoço. Ela acena com a cabeça, coloca a bandeja na mesinha e olha para Samira e depois para mim. Merda.

- Ela parece tão triste. - Ela diz distraidamente. Mas que diabos! Porque ela não vai embora e me deixa aqui cuidado de Samira? Mordo minha língua e concordo com a cabeça. - Quer que eu faça algo mais, senhor? - Lembro-me de Noah, ele deve está quase acordando.

- Você pode ir ficar com Noah? Ele deve está quase acordando. Dê a ele o café da manhã, eu irei descer em breve. - Ela sorri para mim como se soubesse de um segredo meu, eu luto imensamente contra a vontade de ser rude.

- Claro. - Depois que ela sai, eu enfim posso respirar novamente. Olho para Samira e vejo que ela se virou, seus cabelos estão sobre seu rosto, eu vou até ela e me sento na cama. Quando eu toco em seu cabelo para retirar de seu rosto eu não resisto, porra eu não consigo me controlar quando estou perto dela. Eu beijo seus lábios brevemente, só para sentir o quão macios ele são. Seus olhos piscam para mim quando eu me afasto e um sorriso brota em sua boca.

- Eu sinto muito, não queria te assustar. Eu só... - Ela sorri mais abertamente.

- Me beijou? - Ela completa me intimidando. Eu ergo uma sobrancelha e resolvo brincar com a situação.

- Na verdade, eu só estava conferindo se você respirava. - Ela solta uma gargalhada e eu a acompanho. - Droga, foi uma desculpa horrível, não?

- Sim. - Ela se acalma de seus risos - A pior que eu já escutei. - Escuto sua barriga roncar alto. Ela cora me fazendo rir.

- Você deve ter um monstro aí dentro. Precisa se alimentar, eu pedi que Judith preparasse algo.

- Oh... - Ela faz um "o" com seus lindos lábios rosados parecendo surpresa. Isso me incomoda, me incomoda demais para ser exato. - Parece ótimo. Obrigada.

- Nós...

- Eu sei. - Ela me corta. - Você quer saber porque eu enlouqueci... - Ela desvia seus olhos para longe dos meus. Eu seguro em seu queixo a fazendo olhar para mim.

- Você não enlouqueceu, você não tem que ter vergonha por isso. - Eu acaricio seu rosto e por fim ponho a uma mecha de seu cabelo atrapalhado atrás de sua orelha. - Eu quero te ajudar. - Seus olhos piscam uma lágrima.

Uma Lição de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora