Uma Lição de Amor

*Capítulo 17*

»Ryan«

Pego Samira em meus braços antes que ela caia, posso senti-la tremer. Chamo-a pelo nome, mas ela não me responde. Acho que ela não me escuta. Um formigamento começa a subir pelas minhas pernas. Ela está tendo um ataque de pânico.

- Amor, fique comigo. Não tenha medo, seja o que for, estamos juntos. - Eu praticamente imploro sussurrando em seu ouvido. - Ela não responde, eu a seguro forte esperando que meu corpo transmita a ela, toda segurança que ela precisa.

Deve ter se passado longos minutos, eu apenas sussurrando palavras de conforto e segurando Samira apertado contra meu corpo. Seu corpo está endurecido, já não treme mais. Eu sei que ela chora pelos seus pequenos gemidos. Eu estou confuso, eu me perdi no meio da conversa com Joseph. O que deixou Samira tão assustada? Eu não entendo! Eu não desliguei o telefone quando ela começou a tremer, o desespero foi mais forte que qualquer pensamento naquele momento. Olho para o telefone, mas parece que Joseph desligou a chamada. Talvez, eu devesse ligar para ele e perguntar se ele sabe de alguma coisa.

- Eu menti. - Sua voz é apenas um sussurro, mas é o suficiente para me tirar dos meus pensamentos. Eu tento não expressar nenhuma emoção, sei o quando Samira é fechada, eu quero que ela me conte tudo. Forço-me a engolir a saliva que quase me sufoca, sei que vem algo grande de sua boca bonita, e meu sangue gela cada veia em meu corpo.

- Seja mais clara, Samira.

»Samira«

Ele não me chamou de amor, mesmo ele não demonstrando suas emoções, eu posso senti-las fluindo de seu corpo. Eu não podia respirar, mas ele me acalmou, ele me segurou e me deixou tomar o meu tempo. Nunca me senti tão protegida, mas isso tudo irá acabar. Eu menti! Suas mãos estão em volta do meu corpo me segurando ainda com força, eu me abraço a elas não querendo que ele me liberte nunca. Respiro fundo e deixo a verdade deslizar sobre os meus lábios, a brisa do fim de tarde sopra em meu rosto me incentivando a continuar.

- Eu tive um namorado, eu já lhe contei sobre ele, mas não disse toda verdade. - Fecho meus olhos com força. Quando sinto o aperto de Ryan se afrouxar, eu o aperto mais junto a mim, para que ele não se vá. - Eu achava que o amava, ele chegou e mostrou ser tudo o que eu precisava. Ele começou a preencher cada parte da minha vida, começou a entrar tão fundo, que eu não poderia mais tira-lo. Eu achava... Achava que o amava. - Sinto a respiração de Ryan no topo de minha cabeça. Não me permito pensar muito, apenas digo. - Ele cuidou de mim quando eu não achava que eu não tinha ninguém. Tudo começou quando eu ainda estava no ensino médio. Ele ficava sempre me olhando, eu nunca tinha me envolvido com ninguém, eu nunca tinha me permitido envolver com ninguém, mas eu sentia algo por ele, no começo eu sei que eu sentia alguma emoção, nada que se compare com o que eu sinto por você. - Tentei fazer com que Ryan relaxasse, mas foi em vão. - Ele se apresentou e mostrou ser o homem perfeito. Ele me fez confiar nele, fez minha mãe adorá-lo. - Lágrimas que eu não sabia que já rolavam pelo meu rosto, ferem minha pele com o contato do vento gelado que avisa que a noite está próxima de chegar. - Eu nunca disse nada a ele. Nunca consegui me abrir para ele. Ele sempre foi paciente nunca me empurrou para fazer nada que eu não queria. Não até o dia da minha formatura. - Os braços de Ryan lutam para se libertar do meu aperto, mas eu me recuso a deixa-lo ir.

- Pare. - Ele diz com sua voz aguçada. - Vire-se para mim. - Eu me viro timidamente, talvez, até com um pouco de medo. - Quero que fale olhando em meus olhos. Chega de mentiras, você me entendeu? - Eu vejo mágoa e confusão em seus olhos e não o culpo. Aceno com a cabeça em confirmação.

- Wess Sullivan. - Eu digo quase em um grito abafado. O corpo de Ryan me liberta e ele se afasta me olhando horrorizado.

- O que ele tem haver com isso? - Sua voz se quebra, fazendo meu coração ir junto.