*Capítulo 25*

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»Ryan«

Bipes se infiltram em meus ouvidos, a dificuldade de respirar me sufoca aos poucos. Eu sei que eu preciso lutar, eu sei que eu devo abrir meus olhos e correr para os braços do meu filho, para Samira. Mas, eu não consigo. A dor está por toda parte e não há força dentro de mim o suficiente. Eu sei que eu preciso lutar, sei que eu preciso me levantar, mas simplesmente não consigo. Estou confuso, estou aflito, mas não consigo fazer nada. Sinto minha vida correr de minhas mãos, sinto que cada vez fico mais distante da minha realidade. Me sinto morto.

»Samira«

*1 meses depois*  

Se havia alguma esperança, já não existe mais. No passar dos dias, ela foi morrendo junto com a mulher que fui um dia. Eu sequei, eu esfriei, eu vivo dia após dia como se eu fosse um robô. Minha vida foi roubada, meu coração dilacerado. Não vejo a luz do dia à dias, não sei o que é o sol tocar em minha pele mais, não sei o que é o vento beijar minha face mais, eu já não sei quem sou. Minha vida foi arrancada de mim junto com a notícia que Ryan estava morto. Eu morri naquele momento, há três dias atrás quando Alexa veio me entregar o recado que Wess mandou por ela.

- Srta. Miller? - Alexa me chama, mas eu mal posso me mover. Minhas pernas já não carregam mais o peso do meu corpo. Sair desta cama não é uma opção. - Senhorita, por favor... você tem que se alimentar.

- Eu não quero. - Sinto o colchão da cama afundar, mas eu não olho. 

- Eu não posso conversar com você, não posso ao menos fazer uma pergunta. Eu não sou cega pelas coisas que acontecem aqui, mas eu já vi coisa pior acontecer em outros lugares. Não pense que vou te ajudar, ou que seremos amigas. Porque não vamos! Mas, eu não quero que você morra por falta de comida. - Uma mão quente cai sobre meu ombro nu. - Se um dia você quiser sair daqui, precisará estar forte. Pense nisso. - O colchão se iguala novamente me deixando saber que ela está de pé. - Eu vou deixar sua comida aqui, se você comer, eu posso tentar fazer um favor para você. - Antes que eu possa levantar a cabeça e encontrar seus olhos, a porta bate e fico sozinha novamente. Sozinha...

»Wess«

Felicidade é um sentimento filho da puta. Na mesma hora que estamos sorrindo, estamos preocupados que algo aconteça. Contratei uma excelente profissional e estou satisfeito. Fox me trouxe Alexa de lugares que inimagináveis. Tem um mês que não vejo Samira, eu sigo sua vida naquele quarto sombrio por uma câmera que mandei instalar. - Vejo que ela esta deitada, parece sozinha e solitária, algo em mim me faz querer rir com gosto, mas eu me impeço quando vejo Alexa levar a comida de Samira. Ela quase não come, está mais magra, parece fraca, frágil. Alexa se senta ao lado dela, eu imagino que ela esteja a encorajando a comer, mas eu não gosto nem um pouco dessa intimidade que ela tomou. Samira continua quieta, Alexa diz algo mais e depois sai do quarto. Estou nervoso, ansioso. Pego o telefone e ligo para o celular que dei a Alexa para facilitar contato.

- Sr. Sullivam? - Ela atende rapidamente. Eu gostaria desta atitude se eu não estivesse tão nervoso.

- Meu escritório. Agora! - Desligo o telefone antes mesmo de esperar pela resposta. Em menos de dois minutos ouço duas batidas na porta. - Entre!

- O Senhor chamou? - Ela pergunta com uma segurança que me deixa enfurecido.

- Vou ir direto ao ponto, Alexa. Eu não gosto que interfiram em meus negócios, eu aprecio seu trabalho, sua dedicação. Mas, deixe-me dizer, Alexa. Traição é uma divida para mim, que nem mesmo a morte pode pagar.

- Senhor...

- Não! - Eu a corto. - Não estou dizendo que o você estar com segundas intenções, ou planejando algo. Só não esqueça que eu não tolero nem mesmo o desafio que seus olhos mostram. - Eu ponho minhas mãos sobre a mesa e olho em seus olhos com meu sorriso habitual. - Eu sou muito bom com quem me agrada, Alexa. Mas, sou ainda melhor com quem interfere em meus planos. 

Uma Lição de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora