Uma Lição de Amor

*Bônus* (Alexia)

Olá minhas flores, como vocês estão? Esse bônus da Alexia veio para explicar o que houve com ela no passado e o que aconteceu com ela no fim de sua vida. Eu sei que tem cenas fortes e chocantes para alguns, mas a intensão do meu livro é transmitir não só a alegria dos personagens, mas a tristeza e a dor também. Recebi alguns comentários que não estão gostando do rumo da história... Gente, eu escrevo para que vocês gostem sim, mas eu escrevo por prazer e antes de alguém gostar, eu releio e vejo se eu mesma gosto, porque além de agradar à vocês, eu também tenho que sentir-me agradada. Também sei que ando demorando com as postagens, mas minhas lindas, eu não posso ficar por conta só de escrever, tento escrever sempre que possível para poder postar um Capítulo maravilhoso para vocês. Tenham paciência, estamos na reta final.
Não se esqueçam das estrelinhas e comentarem o que acham do capítulo. Tia Dany ama vocês, Bjos doces S2

Os olhos de Samira me lembram a minha dor. O brilho dos seus olhos tristes, refletem a minha própria tristeza. Eu me perdi nas lembranças que eu mudei para esquecer. Uma criança que foi renegada no ventre de sua mãe, uma criança que cresceu sendo criada pelos avós, uma criança solitária. Não podia ver outras crianças que queria brincar junto a elas, correr, pular, compartilhar os brinquedos, uma criança saudável até um certo dia. Até o dia que o diabo vestido de homem, arrancou aquela infância, arrancou os sonhos daquela criança, arrancou os sorrisos, arrancou a confiança que ela tinha em outras pessoas. Esta criança sou eu!

Atualmente...

Meus braços estão fracos, não sei porque ainda luto. Não poderia imaginar que Wess fosse capaz de fazer isso comigo. Quando ele me contratou, ele fez diretamente com Jonh, e se ele descobrir o que Wess está fazendo comigo não vai sobrar nada desse filho da mãe. Eu já passei por muitas coisas na minha vida, isso não seria uma novidade na minha lista interminável de tragédias. A única coisa que me importa é a saúde da minha mãe, minha avó, meu tudo. Quando eu tinha oito anos eu fui sequestrada no sítio dos meus avós, o caseiro me levou e desde lá eu sofro sequelas de um passado sangrento, um passado violado. A minha dor nunca diminuí. O caseiro tinha um filho com problemas mentais, ele queria provar para o mundo que seu filho poderia ser normal, poderia ter uma mulher, filhos, mas acho que quem tinha problemas reais era ele.
Ele obrigava seu filho a abusar de mim sexualmente, mas ao passar dos anos, seu filho começou a tomar gosto por essa atividade. Eu sofri por longos anos, para mim uma eternidade. Com 15 anos, meu salvador surgiu. Jonh. Eu cresci achando que aquela era minha vida, que viver daquela forma era o correto, aceitar o que faziam comigo e a repulsa que eu sentia era normal, mas quando Jonh chegou tudo mudou.

Jonh passava com sua caminhonete na estrada, fui fazer compras da semana, ser abusada não bastava, eu também era a empregada da casa, a cuidadora do meu abusador. Eu cresci achando que aquilo era minha nova vida, eu não tinha para onde fugir, sem estudos, sem alguém para me auxiliar, eu jamais pensei em fugir. Lembro que Jonh parou sua caminhonete e meu corpo se contraiu, eu tinha medo das pessoas, medo que me tocasse. Eu andei mais rápido, mas Jonh veio atrás de mim. Lembro-me como se fosse ontem.

"- Ei, menina! Não irei te fazer mal, só preciso de uma informação. - A voz grossa desse homem me assusta, meu corpo fica tenso. Eu estou proibida de falar com qualquer pessoa, se Phill descobrir ele irá me castigar. Eu não paro, continuo andando. - Moça, só preciso de uma informação. - Sinto mãos segurarem em meu braço. Eu congelo e paro, mas não olho para trás. - Você está bem? - Ele passa por mim e fica em minha frente. - Por Deus, menina! Você está branca. - Seus olhos parecem preocupados, nunca ninguém me olhou assim. Não que eu me lembre... - Como se chama? - Engulo em seco.

- A-A-Alexia. - Consigo dizer. Ele sorrir e sinto meu rosto esquentar.

- É um nome muito bonito. - Eu desvio meus olhos e ele solta uma risadinha. - Eu estou perdido, você sabe o nome dessa cidade? - Phill nunca me disse aonde morávamos, na verdade ele nunca falou comigo, só briga ou me dá ordens.