"Quem vai te amar?
Quem vai lutar?
Quem vai cair para trás?
Vamos, frágil amor..."Sebastian
Voltamos para o hotel, mas Rosalie não falou uma só palavra durante todo o percurso. Abro a porta do nosso quarto e ela caminha imediatamente até o banheiro.
Peço a camareira que traga algumas roupas de cama e em menos de 10 minutos ela aparece batendo na porta.
Coloco os lençóis no chão e me deito. Rosalie saí do banheiro com apenas um sutiã e uma calcinha. Ela vai até a cama e pega uma das minhas camisas limpas e veste.
- O que está fazendo aí? - Ela pergunta com os olhos ainda vermelhos.
- Vou dormir aqui, Ros. Não quero que você se incomode. Eu vou me afastar de você, como combinamos, caso queira. - Rosalie se aproxima de mim e senta-se ao meu lado no chão. Encosta seu joelho no meu e faz carinho levemente no meu braço.
- Me desculpe ter estragado tudo. Eu só não posso fazer isso.
- Você não estragou nada, eu me precipitei. Desculpe, Ros. - Dou um beijo em sua testa e deito a cabeça no travesseiro. Eu sabia que havia estragado tudo, e não entendia como podia ter amado tão rápido essa mulher.
Agora não havia como mudar isso, mas eu não podia ser egoísta, ela não me queria da mesma maneira e já tinha sofrido demais, não precisava de mim para trazer mais tristeza em sua vida. Uma lágrima salgada desce pela minha bochecha.
O que está acontecendo comigo?
Limpo-a rapidamente e vejo Rosalie subir na cama e deita-se. Ouço alguns ruídos às 4 da manhã e levanto minha cabeça para ver.
Ela estava chorando muito.
Droga.
Vou todo desastrado até a cama e a envolvo em meus braços. Ela descansa a cabeça em mim.
- Ros, não chore. Por favor.
- Eu sinto tanto... Sebastian se eu pudesse amar novamente seria você o homem que eu escolheria para isso. - Fala entre soluços.
- Ros, está tudo bem. Seu sofrimento me machuca bem mais que a sua decisão. Eu entendo você, meu amor. Não pense mais nisso.
Ela adormece às 6:30. Meu braço está formigando, mas não me importo. Prefiro está com ela, tenho medo do que possa acontecer pela manhã. Pode ser a nossa despedida.
Aconchego-a no travesseiro e a cubro com os lençóis.
Tomo um banho rápido e vou até o restaurante tomar um café da manhã. Marcelo me vê e dá um breve aceno.
Filho de uma puta.
Tomo meu café rápido e peço para levarem um pouco de toda a comida do café da manhã, já que não sei o que ela prefere comer.
Olho em meu celular se há reuniões hoje e vejo que não. Ótimo, preciso pensar um pouco.
Eu estava amando a Rosalie White, mas ela não queria me amar. Porém eu não podia obrigá-la a isso, nem tinha esse direito, mas poderia ajudá-la à recomeçar.
Volto até o quarto e ligo o meu laptop. Procuro alguns grupos para pessoas que sofreram de estupro e encontro um que me chama atenção. Se ela passou tanto tempo guardando isso, talvez seja melhor falar com outras pessoas que já passaram por essa mesma brutalidade.
Ela acorda e sorri um pouco. Seu sorriso era capaz de fazer meu coração se derreter em segundos.
- Bom dia, Ros. Eu preciso que você aceite algo.
- O que quer Sebastian? - Pergunta esfregando os olhos.
Mostro a tela do meu laptop para ela e sua expressão fica tensa.
- Rosalie eu não estou fazendo isso para que você me ame ou coisa parecida. Estou fazendo isso pois você precisa. Eu quero lhe ver bem. E mais uma coisa, podemos ficar em outro hotel se preferir, assim não terá que dividir o quarto comigo.
- Sebastian para. - Ela diz com os olhos de súplica. - Eu não quero ficar longe de você. Eu sei que deveria ter procurado ajuda a muito tempo, mas é algo difícil... Não tenho palavras para agradecer o que está fazendo por mim.
- Só quero o seu bem, não há necessidade para me agradecer.
Ela me surpreende beijando-me.
- Você não precisa fazer isso, Ros. - Digo.
Rosalie volta a me beijar e senta em meu colo. Agarro-a pela cintura e puxo minha camisa para fora dela. Dou beijos em seus seios e os chupo, enquanto ela ofega.
Eu não posso fazer isso. Paro de beijá-la e tento me recuperar.
- Rosalie eu não vou te tocar mais até que tenha certeza absoluta de que quer isso.
- Coloco-a de volta na cama e ela abaixa a cabeça.- Eu tenho que te dizer algo. - Ela diz.
- Fala.
- Na primeira vez que fizemos sexo... Eu decidir fazer isso porquê eu precisava que você tirasse o cheiro dos homens que me violentaram de mim. Há dias em que eu acordo e me sinto nojenta. Como se toda água e sabão do mundo não pudessem me limpar mais, mesmo com todos esses anos.
Fico sem palavras por um momento.
- Rosalie tenha em mente que nada disso foi culpa sua, antes de tudo. - Beijo-a suavemente. - Você não tem mais nada deles em seu corpo, seu cheiro é maravilhoso e você é completamente linda, da cabeça aos pés e a mulher mais maravilhosa e competente que já conheci. - Ela me olha com um sorriso doce.
- Nunca pensei que você pudesse ser assim, Sebastian.
- Nem eu, Ros. - Ela me abraça e me conta como tudo aconteceu. Sinto a raiva dominar o meu corpo. Eu poderia matar os dois homens que fizeram isso com ela.
- Seus pais não perceberam? - Pergunto.
- Meus pais me abandonaram, Sebastian. Fui criada pela minha avó paterna, mas ela nunca me falou muito dos meus pais. Eles fugiram juntos e me deixaram na porta da casa dela, com um bilhete. Quando cheguei em casa era tarde, ela já estava dormindo. Eu apenas fui para o chuveiro e passei meses e meses limpando-me e chorando.
- Minha nossa, Ros. - A abraço fortemente. Gostaria de poder tirar toda a sua dor. - Você não tinha amiga?
- Bem, eu tinha, mas ela me traiu com o Dillan. Eu não podia contar isso à ela.
Ficamos um tempo assim, a cabeça dela estava apoiada em meu tórax e eu com os braços ao redor de seu corpo.
- Você achava que era menino ou menina? - Pergunto.
- Não sei, mas eu queria que fosse menina. Sabe, encher ela com enfeites de cabelo. - Ela dá uma risada triste.
- Você será uma mãe incrível, Ros. Tenho certeza.
Sinto meu celular vibrar e olho para Ros.
- Meu bem, eu preciso mesmo atender. Um minuto, ok? Desculpa. - Digo atendendo o telefone.
- Oi pai. - Falo.
- Sebastian você pode me explicar o motivo da sua foto agarrando à Rosalie, sua secretária, está fazendo na primeira página desse noticiário?
- Do que o senhor está falando? - Pergunto sem entender.
- Olhe o jornal, agora. - Ele berra.
Pego o meu laptop e Rosalie me olha sem entender. Abro o site do jornal de New York e vejo a notícia: " Milionário Sebastian Hayden aparece beijando sua secretária em plena praia."
Leio a matéria e solto um palavrão ao ler a seguinte frase: " Parece que eles estavam se divertindo no Brasil. Será que isso é um serviço extra para conseguir uma promoção mais rápido? ".
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Sim, Senhor (Completo)
RomanceRosalie White é uma mulher que prefere ambientes mais reservados e um bom livro. Inteligente e sempre com um sorriso zombador nos lábios, desperta os olhares de muitos homens, mas depois de ter seu coração partido e ter sofrido algo que ela misterio...