Capítulo 10 - Capa de Jornal

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"Quem vai te amar?
Quem vai lutar?
Quem vai cair para trás?
Vamos, frágil amor..."

Sebastian

Voltamos para o hotel, mas Rosalie não falou uma só palavra durante todo o percurso. Abro a porta do nosso quarto e ela caminha imediatamente até o banheiro.

Peço a camareira que traga algumas roupas de cama e em menos de 10 minutos ela aparece batendo na porta.

Coloco os lençóis no chão e me deito. Rosalie saí do banheiro com apenas um sutiã e uma calcinha. Ela vai até a cama e pega uma das minhas camisas limpas e veste.

- O que está fazendo aí? - Ela pergunta com os olhos ainda vermelhos.

- Vou dormir aqui, Ros. Não quero que você se incomode. Eu vou me afastar de você, como combinamos, caso queira. - Rosalie se aproxima de mim e senta-se ao meu lado no chão. Encosta seu joelho no meu e faz carinho levemente no meu braço.

- Me desculpe ter estragado tudo. Eu só não posso fazer isso.

- Você não estragou nada, eu me precipitei. Desculpe, Ros. - Dou um beijo em sua testa e deito a cabeça no travesseiro. Eu sabia que havia estragado tudo, e não entendia como podia ter amado tão rápido essa mulher.

Agora não havia como mudar isso, mas eu não podia ser egoísta, ela não me queria da mesma maneira e já tinha sofrido demais, não precisava de mim para trazer mais tristeza em sua vida. Uma lágrima salgada desce pela minha bochecha.

O que está acontecendo comigo?

Limpo-a rapidamente e vejo Rosalie subir na cama e deita-se. Ouço alguns ruídos às 4 da manhã e levanto minha cabeça para ver.

Ela estava chorando muito.

Droga.

Vou todo desastrado até a cama e a envolvo em meus braços. Ela descansa a cabeça em mim.

- Ros, não chore. Por favor.

- Eu sinto tanto... Sebastian se eu pudesse amar novamente seria você o homem que eu escolheria para isso. - Fala entre soluços.

- Ros, está tudo bem. Seu sofrimento me machuca bem mais que a sua decisão. Eu entendo você, meu amor. Não pense mais nisso.

Ela adormece às 6:30. Meu braço está formigando, mas não me importo. Prefiro está com ela, tenho medo do que possa acontecer pela manhã. Pode ser a nossa despedida.

Aconchego-a no travesseiro e a cubro com os lençóis.

Tomo um banho rápido e vou até o restaurante tomar um café da manhã. Marcelo me vê e dá um breve aceno.

Filho de uma puta.

Tomo meu café rápido e peço para levarem um pouco de toda a comida do café da manhã, já que não sei o que ela prefere comer.

Olho em meu celular se há reuniões hoje e vejo que não. Ótimo, preciso pensar um pouco.

Eu estava amando a Rosalie White, mas ela não queria me amar. Porém eu não podia obrigá-la a isso, nem tinha esse direito, mas poderia ajudá-la à recomeçar.

Volto até o quarto e ligo o meu laptop. Procuro alguns grupos para pessoas que sofreram de estupro e encontro um que me chama atenção. Se ela passou tanto tempo guardando isso, talvez seja melhor falar com outras pessoas que já passaram por essa mesma brutalidade.

Ela acorda e sorri um pouco. Seu sorriso era capaz de fazer meu coração se derreter em segundos.

- Bom dia, Ros. Eu preciso que você aceite algo.

- O que quer Sebastian? - Pergunta esfregando os olhos.

Mostro a tela do meu laptop para ela e sua expressão fica tensa.

- Rosalie eu não estou fazendo isso para que você me ame ou coisa parecida. Estou fazendo isso pois você precisa. Eu quero lhe ver bem. E mais uma coisa, podemos ficar em outro hotel se preferir, assim não terá que dividir o quarto comigo.

- Sebastian para. - Ela diz com os olhos de súplica. - Eu não quero ficar longe de você. Eu sei que deveria ter procurado ajuda a muito tempo, mas é algo difícil... Não tenho palavras para agradecer o que está fazendo por mim.

- Só quero o seu bem, não há necessidade para me agradecer.

Ela me surpreende beijando-me.

- Você não precisa fazer isso, Ros. - Digo.

Rosalie volta a me beijar e senta em meu colo. Agarro-a pela cintura e puxo minha camisa para fora dela. Dou beijos em seus seios e os chupo, enquanto ela ofega.

Eu não posso fazer isso. Paro de beijá-la e tento me recuperar.

- Rosalie eu não vou te tocar mais até que tenha certeza absoluta de que quer isso.
- Coloco-a de volta na cama e ela abaixa a cabeça.

- Eu tenho que te dizer algo. - Ela diz.

- Fala.

- Na primeira vez que fizemos sexo... Eu decidir fazer isso porquê eu precisava que você tirasse o cheiro dos homens que me violentaram de mim. Há dias em que eu acordo e me sinto nojenta. Como se toda água e sabão do mundo não pudessem me limpar mais, mesmo com todos esses anos.

Fico sem palavras por um momento.

- Rosalie tenha em mente que nada disso foi culpa sua, antes de tudo. - Beijo-a suavemente. - Você não tem mais nada deles em seu corpo, seu cheiro é maravilhoso e você é completamente linda, da cabeça aos pés e a mulher mais maravilhosa e competente que já conheci. - Ela me olha com um sorriso doce.

- Nunca pensei que você pudesse ser assim, Sebastian.

- Nem eu, Ros. - Ela me abraça e me conta como tudo aconteceu. Sinto a raiva dominar o meu corpo. Eu poderia matar os dois homens que fizeram isso com ela.

- Seus pais não perceberam? - Pergunto.

- Meus pais me abandonaram, Sebastian. Fui criada pela minha avó paterna, mas ela nunca me falou muito dos meus pais. Eles fugiram juntos e me deixaram na porta da casa dela, com um bilhete. Quando cheguei em casa era tarde, ela já estava dormindo. Eu apenas fui para o chuveiro e passei meses e meses limpando-me e chorando.

- Minha nossa, Ros. - A abraço fortemente. Gostaria de poder tirar toda a sua dor. - Você não tinha amiga?

- Bem, eu tinha, mas ela me traiu com o Dillan. Eu não podia contar isso à ela.

Ficamos um tempo assim, a cabeça dela estava apoiada em meu tórax e eu com os braços ao redor de seu corpo.

- Você achava que era menino ou menina? - Pergunto.

- Não sei, mas eu queria que fosse menina. Sabe, encher ela com enfeites de cabelo. - Ela dá uma risada triste.

- Você será uma mãe incrível, Ros. Tenho certeza.

Sinto meu celular vibrar e olho para Ros.

- Meu bem, eu preciso mesmo atender. Um minuto, ok? Desculpa. - Digo atendendo o telefone.

- Oi pai. - Falo.

- Sebastian você pode me explicar o motivo da sua foto agarrando à Rosalie, sua secretária, está fazendo na primeira página desse noticiário?

- Do que o senhor está falando? - Pergunto sem entender.

- Olhe o jornal, agora. - Ele berra.

Pego o meu laptop e Rosalie me olha sem entender. Abro o site do jornal de New York e vejo a notícia: " Milionário Sebastian Hayden aparece beijando sua secretária em plena praia."

Leio a matéria e solto um palavrão ao ler a seguinte frase: " Parece que eles estavam se divertindo no Brasil. Será que isso é um serviço extra para conseguir uma promoção mais rápido? ".

Sim, Senhor (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora