Sim, Senhor (Completo)

Capítulo 15 - Tarde demais

"Mas se você me amava
Porque você me deixou?"

Eu tenho consciência que nesse exato momento estou prendendo minha respiração. Somente estar na presença dele novamente me afeta como uma tsunami carregada de emoções.

Estou submergindo. Preciso emergir das profundezas restantes de nós dois.

- Isso são modos de se tratar alguém, Sebastian? - Sophie o repreende. Decido me virar para encará-lo.

- Não precisa dizer mais nada, Sebastian. Estou de saída. - Digo desviando meu olhar do seu. Sua mãe me lança um sorriso doce, enquanto o seu pai mal me olha.

Pego minha bolsa e vou em direção a saída. Sebastian agarra o meu braço e eu me desvencilho dele.

- Eu te acompanho. Está tarde. - Ele diz.

- Eu sei andar com os meus próprios pés, Sr. Hayden. Não preciso da sua companhia. - Digo andando o mais rápido que posso. Mal me dou conta de que estou verdadeiramente correndo. Sebastian está atrás de mim.

- Você pode me ouvir? - Ele grita.

O ignoro e continuo correndo. Sebastian consegue me alcançar e me segura pelos ombros, fazendo-me olhá-lo nos olhos.

- Solta-me agora. - Me debato. Ele não obdece.

- Eu preciso saber se você teve algo com o Marcelo, Rosalie. Me diga que aqueles jornais estavam errados, por favor. - Seus olhos são de súplica.

- Você é tão ridículo. - Cuspo às palavras. - Eu não dei bola para ele em nenhum momento, fui educada na primeira vez em que nos conhecemos e só. Eu estava com você, Sebastian. O que acha que sou? Uma interesseira? Uma droga de uma vadia suja?

Sebastian leva suas mãos até a cabeça. Ele respira fundo e consigo ver arrependimento por detrás da sua armadura.

- Eu fiquei com medo, Rosalie. Foi como reviver o passado. Tive uma namorada antes de você, eu realmente a amei. Mas quando cheguei em casa a vi na cama com o meu melhor amigo.

- E você achou que eu era ela? Que faria a mesma coisa? - Ele me olha visivelmente frustrado consigo mesmo.

- Eu não sei. Apenas não queria passar por tudo novamente... Rosalie...

- Me solta, Sebastian Hayden. - Digo.
Ele continua a me segurar e eu simplesmente o bato. O bato verdadeiramente forte várias vezes em seu peito. Estou com raiva, estou triste. Eu o odeio por ainda continuar amando-o.

- Droga, Rosalie. - Ele diz tão irritado quanto eu.

Sebastian coloca uma mão no meu queixo e a outra no meu pescoço. Puxa-me para um beijo, mas eu o empurro e limpo os meus lábios.

- Acha que é tão fácil assim? Você me trata como um nada, como uma puta com a qual se divertiu e que somente por abraçar o amigo já dava pra ele e agora me beija esperando que eu o perdoe? Vá para o inferno.