11. Pecado da maçã

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Não sei porquê, mas parece que é a função de Maicon envenenar, descaradamente, minha felicidade. Ele adora menosprezar o amor de Enzo. Eu não mereço um amor pela metade. Mereço coisas extraordinárias. Mas o meio amor de Enzo vale mais para mim do que um milhão de amores.

Tentei imaginar por um momento um mundo sem Enzo. Tudo bem que ele não participava tão intensamente assim do meu mundo, mas era protagonista no universo que criei em minha mente. Jurei para mim mesmo que no dia que perdesse Enzo para sempre, eu mataria qualquer possibilidade de me apaixonar novamente, minha capacidade para o verdadeiro amor, meus sentimentos que até então eu preferia nem ter. Depois dele, não quero mais amor. Talvez só foder por um lado e solidão e trabalho por outro. Nada mais de mágoas.

Depois de não vê-lo por uns quinze dias ou mais devido às imensas obrigações, não pude suportar ao receber uma mensagem sua. Marcamos de nos encontrar à tarde antes de seu compromisso noturno na academia. Fomos para sua casa e conversamos por um momento. Eu jurava que só iríamos conversar, pensei que não tivesse interesses em mim. Não resisti, logo percebi seus lábios juntos aos meus. Que necessidade profunda dele! Enzo já sabia que aquilo tudo iria acontecer. Minutos depois estávamos em sua cama. Só quando estou em seus braços as coisas parecem direitas. Depois de horas felizes e tranquilas numa tarde com ele, pude continuar o meu dia, fazendo coisas que não quero fazer, vendo pessoas que não me interessam. Talvez o fato de não vê-lo por muito tempo tenha aumentado meu desejo. Já me masturbei vendo suas fotos sem nenhum remorso. Comi uma maçã enquanto estava deitado com ele. Maçã, o fruto do pecado. Enzo era meu pecado perfeito, meu pecado preferido.

Só tenho mais três desejos: comer, dormir e foder. Seu olhar me excita. Quero ouvir suas músicas preferidas, ver seu rosto, me esfregar em seu corpo, beber qualquer coisa que me queime a garganta. Aquele homem atraente provocava desejos em mim. Quero cantar! Quero gritar! OMG! Ele me quer, Enzo Gabriel, deus grego, me quer, e eu o quero. Aqui, agora, ele sentado no meu colo, no sofá da casa dele.

Se Enzo é mesmo essa pessoa perversa que Maicon me conta, quero então conhecer pessoas perversas, ser íntimo delas. Não olho para rostos inocentes. Quero ser o que eu mereço ser. Maicon e muito menos Luiz Otávio me dava quaisquer coisas como o que Enzo me dá. Talvez até despertassem um pouquinho do meu amor. Maldito seja tal amor. Talvez até saibam foder bem, mas que quero mais que isso.

Muito prazerOnde histórias criam vida. Descubra agora