13. Mas eu gosto é daquele cafajeste

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Estou profundamente revoltado com a minha incapacidade de lidar com os meus sentimentos. E aqui estou eu, decepcionado, escrevendo mais um capítulo sobre aquele ser que não merecia uma mísera linha que fosse minha. Como posso ser tão idiota assim!? Mas não sei se a culpa e minha ou dele, só sei que eu amo demais aquele cafajeste, aquele que não liga e que não me merece. Luiz Otávio é a própria encarnação desencarnada de um típico profissional com doutorado em iludir amores.

Foi assim que ele fez com todo mundo que eu conheci e que já gostou dele. As vezes Deus parece ser injusto dando tanta beleza rara para um ser igualmente desagradável, Luiz é a mais perfeita expressão da beleza, uma das sete maravilhas do mundo que me faz arfar sempre que olho uma de suas fotos ou lembro daquele dia. Ah, aquele dia! Me sinto flutuando nesses pensamentos sonhando com coisas que nunca vão acontecer, imagens surreais que nunca irão se concretizar.

Meu coração iludido ainda tem a coragem de imaginar nossos corpos envolvidos entre si no sofá da sala ou na minha cama de solteiro, apertados para não cair e quanto mais apertados... melhor! Às vezes eu acho que a culpa de isso tudo é minha, eu sou burro demais e acaba me entregando a quem não merece uma entrega tão total assim.

Eu sempre soube que Luiz Otávio só seria uma brisa fresca em meio ao calor do deserto e não um balde de água gelada. Ele é só a diversão de uma noite típica que faz frio e você quer simplesmente um alguém qualquer para te abraçar. Eu deveria ter me vacinado contra essa virose que chamam por aí de amor. E queria dizer que isso tudo que mal aconteceu entre a gente me serviu de uma tremenda lição: nunca se apegue a alguém, mesmo que esse alguém te dê todos os motivos para ficar, escolha ir. Porque hoje, querido, a sua ausência não me faz a mínima falta.

E se falando em cafajestes, esses dias dei de cara com o homem com quem perdi a virgindade. É estranho pois sempre que o vejo parece que quase morro, ou desaprendo a andar, a falar... Meu lado João Guilherme quis mandar um oi para ele, mas contive-o.

Num passado não tão distante em que nada parecia perfeito, eu dava vida aquilo tudo que sempre odiei: um ninfomaníaco entregue ao mundo do sexo descartável. Talvez eu sempre condene eu mesmo, Pietro, pela longa trajetória na qual viveu um personagem: João Guilherme. Ser duas pessoas não era tão fácil, mas eu dava conta de me desdobrar. Meu lado romântico e meu lado louco e pervertido. Eu até que gostava! João Guilherme já se meteu nas piores roubadas e resolvi dedicar esse espaço a narrar um pouco dessas minhas aventuras em busca do prazer.

Tudo começou naquela fria noite em que meus pais precisavam dormir no hospital com meu avô. Meu irmãozinho, Josiel, ainda não completara nem seus sete anos e eu conversava com André pelo MSN. Ah MSN, bons tempos! Era cada miragem com que ele me contemplava na webcam. Adorava as tardes em que nós dois tocávamos belas punhetas na cam. Já eram oito e pouca da noite. Ele me chamou para ir até sua casa. Ah, que mal teria ir até sua casa? Eram bem perto da minha e não iria demorar nem três minutos para chegar lá, qualquer problema eu voltava rápido, além disso Josiel já havia dormido. Não teria nada de mais... Avisei logo que ia rolar só sexo oral e nada mais. Ele concordou.

Conferi os agasalhos de Josiel, tranquei a casa e saí, pé ante pé, pelo corredor. Em menos de três minutos cheguei ao prédio de André com o coração acelerado, parecia que eu acabava de completar uma maratona de dez quilômetros de corrida. Nervoso, parte de mim mandava retornar imediatamente para minha casa, a outra parte queria que eu tocasse o interfone. Agindo completamente pelo impulso, obedeci logo aquela parte de mim que dizia pra tocar o interfone. Antes que houvesse tempo pra me arrepender. O prédio de André estava todo escuro, exceto a portaria. Quando interfonei, ele correu logo para a janela e me viu, desceu do quinto andar e abriu a entrada.

Subi silenciosamente os vários degraus sem tocar uma palavra sequer com ele, por mais que naquele momento meu lado João ainda estivesse aflorado, eu continuava virgem. E ia continuar assim, pois prometemos não fazer nada além do que havia sido combinado. Ah coitado! Não sabe de nada mesmo. André fechou a porta atrás de mim logo assim que eu entrei. Eu, muito tímido, não sabendo o que fazer nem pra onde ir não tive muito tempo pra reação logo quando se jogou em mim para me beijar. Rejeitei seu beijo, até mesmo por conta do mau cheiro de sua boca na hora, ele foi descendo pelo meu corpo e mordiscando, beijando meu pescoço e as demais partes de mim até tirar minha roupa e ele mesmo se despiu. Sua boca continuava a agir percorrendo por mim até parar no meu pau e se mostrar bem treinado. Até que ele é bom nisso!

Depois eu o chupei, quando vi já me posicionou de costas, chupou lá atrás e entrou em mim. Talvez pode não ter sido a melhor das sensações que já pude experimentar, mas foi bom. Por sorte, ele não era uma das pessoas mais bem dotadas, então não senti muita dor. Na verdade, não tenho uma lembrança mais precisa se de fato doeu ou não, mas se doeu foi uma dor contida e suportável, se não fosse assim eu com certeza me lembraria. Lembro também de ele ter gozado litros e ficou ali, fazendo aquilo em minha boca. Quando acabou eu corri até o banheiro e cuspi tudo, era nojento. E daquele dia em diante eu não era mais virgem. Ah, André e Enzo Gabriel também se odeiam. Incrível como todo mundo e Enzo se odeiam. Queria entender porquê...

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Muito prazerOnde histórias criam vida. Descubra agora