14. Não me leve a sério

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Mágico! Não consigo acreditar que conseguir ter um loiro lindo, gostoso, tesudo, fofo e incrivelmente cafajeste nas minhas mãos. Era quinta. Chovia. Passei rápido pelo shopping e me deparei com seus audaciosos olhares que repousavam ternamente sobre mim, não sabia se de fato demostrava algum interesse ou eu mesmo que estava alucinado tendo delírios que não iriam se concretizar.

Tentei arrastá-lo para minha teia de diversas maneiras: sentei ao seu lado e fingi mexer no celular, fui caminhando para um lugar tranquilo na intenção de que me seguisse, anotei meu número de telefone e deixei em cima da lixeira... várias tentativas e nada de ele captar a mensagem. Loiro! Mas eu percebia que me olhava com certa frequência.

Caminhei lentamente para o primeiro piso e dessa vez ele me seguiu, seria minha chance. Entrei num tranquilo corredor lateral na escada de incêndio e dei uma última olhada para ele que retribuiu, parecia ter captado a mensagem. Segundos depois ele apareceu. Era estranho, mas eu ficava encostado na parede com o coração acelerado como se fosse um garoto de quinze anos prestes a dar primeiro beijo. Ele veio sorrindo tão fofo que me conquistou naquele mesmo momento e então falou:

– Oi. Tudo bem? – estendeu a mão para me cumprimentar.

– Oi. Tudo.

– Qual o seu nome?

– João Guilherme e o seu?

– Rodolfo, mora aqui no centro?

– Sim – respondi.

– Você é de maior, né?

– Sou – e ele me olhou com uma cara desconfiada, o que foi!? Não tenho mais quinze anos – Estou falando sério! Quer ver meu documento? – alterei um pouco meu tom de voz.

– Shhh! – repousou os dedos naqueles deliciosos lábios que despertavam minha vontade de beijá-los – Tudo bem, eu acredito.

– Tá livre?

– Na verdade não, tenho um compromisso daqui a dez minutos.

– Hum... – achou que eu estivesse dispensando-o.

– Quer anotar meu telefone?

– Quero! – a voz dele era grossa, áspera, sexy...

Passei para ele meu número e contei da experiência de deixar meu telefone anotado num papel na lixeira e que ele nem percebeu. Seu sorriso me encantou quando o chamei "elogiosamente" de loiro por não ter entendido meu recado. Ele riu.

Meus pés tiveram que acelerar ao trabalho e mal consegui trabalhar, só queria saber de trocar mensagens com ele que não acreditou nem um pouco no fato do meu nome ser João Guilherme. Acabei contando a verdade: sou Pietro. E estou pronto para te dar prazer. Ele tinha cara de Diego e resolvi chamá-lo apenas assim, Diego. Era um nome muito mais sonoro.

Num ritmo afoito de mensagens roubando a internet do curso de música, combinei com ele de voltar a escada de emergência. Em quinze minutos eu estaria lá. Desmarquei a aula seguinte e fui. Antes de entrar no shopping, vi uma camisa azul chamando bastante atenção, era ele. Na escada de incêndio já me esperava, então trocamos meia dúzia de palavras e fomos ao que de fato mais importava. O loiro de quase dois metros de altura precisou ficar no degrau debaixo para concretizar o ato.

Que beijo gostoso, viciante e tentador. Ele tinha algo de novo e misterioso que nunca havia encontrado na boca de alguém, sua língua arfava em direção a minha como se a necessidade máxima fosse um encontro perfeito entre as duas. Eu mordia seus lábios com uma tentadora vontade de possuir aquele corpo por completo. Sua mão caminhava pelo meu corpo enquanto a minha repousava em seus sedosos cabelos loiros. Meu loiro! Pelo menos nesses poucos minutos você será todo meu. Só meu! Nunca tive um loiro assim, entregue a mim pronto para eu beijar.

Muito prazerOnde histórias criam vida. Descubra agora