20. Cueca branca

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Lembro-me perfeitamente daquele dia terrível que prometi para mim mesmo que nunca mais beijaria Diego, depois de seu sexo sádico. Ele me beijou com ternura no portão de sua casa e eu havia dito mentalmente e com um lamentável pesar: "Esse é nosso último beijo!". Mas Diego teve uma puta sorte: eu não sou aquele tipo de pessoa muito presa a regrinhas que cumpre tudo aquilo que promete. Sim, estou quebrando mais uma de minhas promessas e nesse momento vou para a casa dele.

Me julgue, fique a vontade! Eu não me importo muito ao pensarem que não tenho caráter e que transo com uma pessoa misteriosa que me irrita (ele falou que meu nome era brega e disse que eu era um desocupado fútil), mas eu perdoo. Sou um espírito de luz, não guardo rancor, só às vezes. Sou o tipo de gente que se enfia em qualquer relação com o intuito de ter prazer. Tudo bem que em raras situações me envolvo emocionalmente, mas tento ao máximo evitar, fugir, fingir, não me importar... Enzo e Diego se encaixam nesses contextos especiais! Eles me despertaram um certo amorzinho, mas este último é necessário evitar, não posso me apaixonar por um cafajeste! Por mais gostosíssimo que este seja.

Sou vulgar, sim! Sou esse tipo de pessoa extremamente vulgar que se entrega aquilo que o torna feliz. Pelo menos eu confesso e dou a cara a tapa, não estou me escondendo de ninguém ou tentando fugir das capacidades que me deram para ir além, é assim que me sinto bem... Me jogo no calor dos corpos e me sufoco em tudo aquilo que tem para me oferecer. E agora a oferta do momento é o meu loiro: Diego. Já assumi minha tara por loiros? Se não, assumo agora. Acho que era por isso que sentia uma atração descomunal por aquele escroto do Luiz Otávio. Conquistar meu amor sempre foi uma tarefa fácil, difícil mesmo era despertar meu ódio. E parabéns, você conseguiu!

Nesse momento, acabo de ligar para Diego avisando que já estou na porta de sua casa. Demora alguns segundinhos, até eu ouvir o barulho da chave rodando na maçaneta e ele saindo no portão. Um sorriso lindo, loiro, tentador e safado. Sim, safado! Essa era a palavrinha-chave quando Diego é o assunto em pauta. Espero que ninguém conte a ele o quanto eu sou gamado em sua pessoa, ele beija bem, transa bem e é gostoso, o único defeito é ser cafajeste. Sinceramente, eu talvez até o namorasse. Isso se eu seguisse a linha de Pietro-fiel. Sei lá, já me decepcionei muito com as pessoas e antes que elas me decepcionem, eu as elimino de minha vida. Talvez eu não namoraria Diego por o único medo de ser traído.

Veio até o portão de ferro com uma grade feita de várias barras verticais e abriu. Eu entrei, num passo rápido e descompensado, nervoso. Parecia que era a primeira vez que eu ia a sua casa. De fato, tinha certo tempo que não aparecia lá, quase quatro meses, por conta do medo que eu tinha dele. Agora querido, você não me assusta. Passei pela porta observando com olhos corriqueiros a decoração e organização da casa. Nem lembro muito bem se foquei atenção em algo. Só foquei os olhos nos dele quando passamos da porta de seu quarto e ele fechou. Se tinha uma coisa que eu gostava naquele quarto era o enorme espelho que ficava em toda a parede atrás da porta que era de madeira e de correr.

Eu amo espelhos! Por que será que sempre que me vejo neles fico mais gostoso? Espelhos me valorizam, e é isso que me importa. Como eu reparo nas coisas, acabei reparando que haviam marcas de mãos nesses refletores, mãos grandes e espaçadas. Várias marcas! Como se tivesse transado olhando para suas próprias imagens e na mesma hora pensei naquele cara alto, moreno e careca que estava com Diego no domingo na pizzaria. Será!? Não quis criar especulações, até porque o loiro não é nenhuma propriedade particular minha, ele pode transar com quem quiser, desde que transe também comigo. Bem, quando digo quem quiser, na verdade existem algumas restrições. Eu não estaria disposto a usufruir do mesmo corpo que pessoas estranhas, feias, obesas ou coisa assim.

Diego fechou a porta e logo que virou eu estaria ali, olhando para o chão e esvaziando meus bolsos que estavam pesados. Eu parecia envergonhado (tímido não fazia tanta parte do meu vocabulário naquele momento mais), mas logo me soltei quando meus olhos encontraram os seus e nos lançamos aos beijos. Picantes, sensuais, desesperados e necessários. Daquele beijinho que eu estava com saudade, os lábios dele são tão macios, e isso é bom, muuuito bom. Nossos corpos colados davam leves passos até a cama até repousar ali, eu sobre ele, beijando-o ainda.

O tanto que eu te queria... Finalmente, me rendi outra vez ao seu sexo loiro. Tirei a blusa cinza que ele ainda vestia e depois tirei a minha, tirei o tênis e as outras peças que eu ia jogando sem o mínimo de paciência logo no chão, criando um amontoado logo no pé da cama. Despi-o completamente, e ele estava de cueca branca. Que ser gostoso! Me rendi a lamber seu corpo todo e me entreguei a chupar cada milímetro daquele parte especial de seu corpo que tinha certo controle sobre mim. Sim, seu pau era bonito e delicioso. Era gostoso ir um pouco mais abaixo chupando seu saco e o que mais tinha além dali.

Assim como o resto de seu corpo desenhado por Deus. Beijei-o e me rendi ao seu sexo. Ele também me chupou e eu deitei em sua cama tão à vontade, com os braços cruzados por detrás da cabeça me dando um apoio mais alto que o travesseiro e parecia que eu estava na minha própria cama. Bem, ele já conquistou o posto de segunda pessoa que mais transou comigo, mais do que justo que eu me sinta livre num ambiente que serviu de pano de fundo para metade de nossas últimas transas.

Antes de que partíssemos para os finalmente da questão, precisei salientar algumas proibições para que a sequência fosse respeitada: 1. Nada de dedos (isso não afeta apenas o meu desempenho físico, mas também psicólogo. Não gosto!). 2. Sem cuspidas (daquela última vez que cuspiu na minha boca foi a pior coisa do mundo e tirou todo o meu tesão, meio que transei por obrigação e porque já estava ali). 3. Sem ofensas (Se ele ficar falando que eu sou uma pessoa fútil ou falar que meu nome é brega, vou embora no mesmo momento. E pode acreditar, pois já fiz isso uma vez.) Tem algo que eu também odeio é que fiquem repetindo a mesma coisa sabendo que eu não estou disposto a ceder. Quando a pessoa percebe que é possível me convencer eu até gosto e acho importante que insistam, às vezes eu estou até louco pra ceder. Mas quando não, não insistam! Dica do Pietro. Uma vez insistiram comigo pra ir pro motel, sai de onde estava pegando a pessoa e fui embora naquele mesmo instante sem nem dar satisfações.

Após minhas irrestritas observações, Diego se "vestiu" e fodemos. Fodemos deliciosamente, inclusive no chão do quarto. E gozamos, juntinhos! Pode não ter nada de mágico nisso, mas pra mim foi. Não venha me dizer que eu sou pura putaria, tem coisas que até acho especial. E esse acontecimento foi um deles. Depois nos limpamos, ele se vestiu e deitou na cama e eu fiquei ali, sentado de costas para a barriga dele observando seu sorriso tentador. Talvez eu até tivesse tido uma puta vontade de deitar no seu peito e ficar ali agarradinho e abraçado, mas talvez Diego não seja um alguém para isso. Talvez Diego seja apenas um objeto de prazer. Ou talvez não!

Os minutos pareciam ter voado como segundos e já era minha hora de ir. Despedi-me dele om um beijinho terno e parti.

– Se cuida, tá!? – ele avisou.

"Prefiro cuidar de você..." – pensei, mas guardei pra mim. Assim como tudo que eu sentia. É melhor assim... Menos paixões = menos decepções!

Depois disso, contei a ele tudo que escrevi e ele não gostou tanto assim. Claro! Cafajeste! Brigamos e decidi que não o pegaria mais, dessa vez sim eu iria cumprir esta promessa.


Muito prazerOnde histórias criam vida. Descubra agora