The Midnight Secret

Planejamento Arriscado

Eu e Taylor conversamos por horas e horas, planejando nosso sumiço, iriamos talvez acampar em algum lugar, longe dos meus parentes provavelmente. Posteriormente, Taylor ergueu um colchão no chão ao lado onde eu estava e se deitou, e mesmo eu insistindo para trocarmos de lugar, ele apenas dizia um "Boa noite" e dormiu... talvez ele pense que eu queria ser generosa pedindo a ele que ficasse no sofá, mas não era essa minha intenção, eu só queria deitar em qualquer outro lugar menos naquela "Madeira" dura, por isso dizem que sou meio malvada ás vezes.
Durante a madrugada me enrosquei no lençol e acabei rolando até o colchão onde estava o menino, mas eu estava tão sonolenta que nem notei. Ao amanhecer, eu e ele acordamos no mesmo momento e nos assustamos por estarmos deitados juntos, e para piorar o vexame eu estava agarrada em seu braço imaginando que ele era meu travesseiro. Nós dois ao vermos a cena, demos um salto do colchão, e ao mesmo tempo acho que ele pensou "Como ela veio parar aqui?", eu apenas tentei manter calma fazendo cara de santa e dando um sorriso forçado para tentar disfarçar a vergonha.
Em seguida, o garoto apareceu na sala trazendo um pacote de bolachas, ele já estava comendo, e me oferecendo. Eu parecia estar tão morta de fome que agarrei o pacote e comecei a devorar as bolachas. Depois de comermos lembrei de perguntar uma coisa:

-Como eu vim parar aqui?

-Ontem, estava passando em frente da floresta abandonada, e por sorte vi você lá deitada... fiquei preocupado, e achei mais seguro te trazer para cá, aqui é a casa da minha prima, mas ela está viajando. -Ele respondeu.

-Nossa, se preocupa comigo? -Fiquei boquiaberta.

-É claro, você é a única pessoa com que eu possa me preocupar. -Ele desabafou.

Fiz uma cara meiga, e o garoto continuou o rumo da conversa:

-Qual o motivo de você estar lá na floresta? -Ele ficou intrigado.

-É uma longa história... mas não posso contar desculpe! -Respondi.

-Não sou confiável? -Ele ficou triste.

-Taylor, eu confio em você mais que tudo! -Fui sincera.

Ele ao ouvir a frase ficou corado, e eu também. Tomei coragem e expliquei tudo o que havia acontecido no dia anterior, e ele ficou surpreso.

-Então o que pretende fazer?

-Fugir, mas por favor me ajuda, não vou conseguir sem você! -Pedi.

-Melissa, eu faço o que for necessário para te manter segura. -Ele esclareceu.

Nós nos aproximamos, e quando fui ver já estávamos cara a cara, olho com olho... eu estava quase ficando sem fôlego, sentia seu calor, e sua respiração. Ele segurou meus cabelos e começou a massageá-los, com sua leve forma, e eu retribuindo apertei seu nariz, brincando. Em seguida, o garoto começou a fazer uma dancinha provocante bem em minha frente, e saltou em cima de mim, e eu estendi minha mão e ele ajoelhou-se no chão e a beijou...

-Quer ir para o quarto? -Ele olhou, rindo.

-A escolha é sua! Pisquei para o menino.

De repente ele me pegou no colo e subiu a escada depressa me carregando até o quarto... Ao chegar no quarto ele me jogou sobre a cama, e eu mordi meus lábios, provocando. Ele arrancou sua camiseta, abriu seu zíper e já estava prestes a fechar a porta, quando do nada nós dois no mesmo instante começamos a rir feito duas crianças, era tudo brincadeira nossa (da minha parte). Nós dois saímos do quarto e antes que ele pudesse descer a escada, eu puxei seu braço e beijei sua bochecha, ele ficou tímido e vermelho, e começou a rir de novo. E eu desci a escada depressa indo até o banheiro, lavar o rosto, estava até enrugada de tanto rir.
Estávamos decididos, iriamos fugir, mas antes eu passaria em minha casa, e o menino me acompanharia até lá. Em seguida ele fechou as janelas do local, e apagou as luzes, pegou seu celular e o colocou no bolso de sua calça jeans. Eu ainda estava no banheiro, agora arrumando meu cabelo e passando um brilho labial. Ao voltar a sala avistei Taylor descendo a escada, vestindo sua camiseta no meio do caminho, e aquela calça justa? Nossa... eu estava parada olhando aquela cena em câmera lenta e no mesmo segundo pensei "Se controla Melissa". Ele tomou atitude abrindo a porta de entrada, e saímos para a calçada.
Ao chegar em meu apartamento, subi no elevador, esperando chegar em meu andar, e o garoto ficou me aguardando no estacionamento. Já estava preparada para recolher meus pertences. Quando entrei olhei aos redores verificando se alguém estava lá, mas nem sinal... mas deparei-me com meu gatinho, sentado em minha frente, e falei consigo mesma "E agora?", resolvi leva-lo comigo, não teria coragem de deixa-lo sozinho. Em seguida, segui ao meu quarto, abri meu armário e peguei uma mala, dentro dela guardei tudo que seria necessário, roupas, sapatos, meias, escova de dente, entre outros. Ao descer no estacionamento, dei de frente com Taylor que estava encostado na parede, e logo ao me ver tomou a atitude de carregar o gato para mim, enquanto eu levava a mala:

-Nossa o peludinho gostou de mim! -ele riu, olhando para meu gato.

-Percebi... mas ele gosta mas de mim. -Respondi.

-Ciumenta. -Ele deu risada.

-E então, você tem cabana? -Perguntei.

-Cabana para quê? -Ele olha com uma cara engraçada.

-Para acamparmos horas, não é dessa forma que vamos fugir? -Fiquei confusa.

-Hã? Nós vamos viajar! Por isso mesmo pedi para levar a mala. -Ele frange a sobrancelha.

-Taylor, não me diga que quer sair do país, somos menores de idade! -Esclareci.

-Falsificamos nossa identidade, certo? A partir daí você tem 21, e eu 23. -Ele afirmou.

-Você só pode estar ficando louco, tem ideia da confusão que pode causar? -Me irritei.

-Mel, temos que tentar, é a única solução! Como vamos conseguir ficar em uma cabana, embaixo de sol, embaixo de chuva, além dos bichos ferozes que têm na floresta. -Ele arregalou os olhos.

-Que bichos ferozes? -Perguntei tampando a boca para não rir.

-Baratas, lesmas, aranh... -Interrompi o menino, dando risadas incontroláveis.

-Mas você é um fracote mesmo! -Comecei a gargalhar.

Eu concordei com o plano arriscado do garoto, era aquilo ou nada. Ele e eu ficamos pesquisando no mapa da internet onde ficava um aeroporto mais próximo dali, e era justo no centro da cidade. Ao chegar lá, nos deparamos com gente vindo e indo, crianças e adultos, um tumulto, uma barulheira, sinceramente se eu não estivesse com Taylor, eu nem teria coragem de ir até lá, depois disso até me arrependi de o ter chamado de "fracote"...