Após o tão esperado beijo, reparamos que Daphine ainda não havia voltado com as pipocas, e escutamos a mesma gritando na cozinha, antes de sair do quarto onde estávamos, sentimos cheiro de queimado, então gritamos pelo nome da garota, mas infelizmente ficamos sem resposta. Então desesperados corremos em direção do cômodo, e aparentemente ele estava totalmente em chamas. Estávamos completamente certos, um incêndio tomava conta da cozinha, mas para complicar ainda mais, a porta estava trancada, o garoto correu em alta velocidade para o quarto, para pegar a chave, mas ao voltar reparou que ela não era daquela porta, e sim da do quarto dos fundos. Taylor ofegante empurrou a porta que estava totalmente emperrada, mas em nada resultou, tentou novamente, mas em nada adiantou.
As labaredas aumentavam a cada instante, parecia que aquilo nunca iria acabar. O garoto tremia só de imaginar o que havia acontecido com sua prima, e eu também preocupada me aproximei tentando ajudar a destrancar a porta com uma presilha de cabelo, era uma das chances, mas minha tentativa falhou, pois a porta continuava no mesmo lugar. O menino me olhou triste como se não fosse conseguir, e ficou mais uma mil vezes tentando entrar, mas para nossa infelicidade a porta parecia não se mover. Até que ele perdeu a paciência e atirou uma cadeira na porta, que finalmente se balançou, e quebrou um pedaço.
Ao abrir um buraco na porta, as chamas começaram a invadir onde estávamos, e elas cresciam cada vez mais, até começamos a ficar sem esperanças, e talvez sem escapatória, já que a porta de entrada ficava na cozinha. Taylor assustado, pediu que eu me afastasse do fogo, mas eu não deixaria ele sozinho tentando resolver tudo, então permaneceria ao seu lado até o impossível, pois talvez não iriamos conseguir sair vivos...
Estava muito arriscado, cada vez mais perigoso, pois o local poderia explodir a qualquer momento. O cheiro começou a ficar insuportável, cada vez mais forte, e as fumaças estavam imensas atravessando a parede. Quando menos esperávamos uma faísca atingiu o sofá da sala, que em pouco tempo já estava preto e torrado com as chamas o consumindo, e o fogo começou a se alastrar por todo canto. Neste momento visualizei minha vida passando por meus olhos, aquele seria nosso fim.
Ao olhar para Taylor vi que ele já estava chorando, ainda tentando quebrar a porta, mas por mais esforço que ele fizesse nada adiantaria, ele não tem força suficiente para isso. Comovida abracei ele com toda força, sentindo seu rostinho cheio de lágrimas:
-Foi muito bom te conhecer! -Eu disse a ele, já com os olhos molhados.
O garoto apenas agradeceu e continuou tentando quebrar a porta, que estava pelejando de quente. Eu vendo que não teria saída, dei impulso e corri chutando a porta, mas invés disso torci o pé, que estava ardendo muito, não consegui me movimentar, cai no chão e fiquei me debatendo. Taylor foi correndo em minha direção tentando me ajudar, mas nada que ele fizesse iria melhorar minha situação, então ele beijou minha testa e voltou tentando abrir a porta.
Meus olhos começaram a ficar embaçados por conta da fumaça, minha respiração estava ficando fraca, sem querer inalei a fumaça e comecei a tossir incontrolavelmente. Minha dor estava cada vez mais aumentando, comecei a ficar tonta, minha cabeça começou a doer, e a única coisa que vi por último foi Taylor conseguindo empurrar a porta e se atirando no meio do fogo, após disso fiquei desacordada, ou melhor desmaiei.
15 minutos depois...
Despertei, entre aspas, pois continuava com as vistas embaralhadas, e com o pé imóvel, minha garganta estava estranha e doendo, e minha respiração continuava péssima. Eu não sabia onde estava Taylor, e muito menos se ele estava bem, a preocupação estava me consumindo. Mas de uma forma ou outra eu teria de sair dali o mais rápido possível, então resolvi me sair arrastando pelo chão. Em seguida, enquanto na maior dificuldade eu tentava andar, o garoto apareceu na porta da cozinha, gritando:
-MELISSA! O BOTIJÃO DE GÁS ESTÁ QUASE VAZANDO!
Desesperada, comecei a me arrastar pelo chão com pressa, e o menino implorava para eu ir mais rápido, mas meu pé me impedia de fazer qualquer coisa. O botijão já estava se balançando, e soltando um líquido para fora, a qualquer momento ele iria vazar.
-TAYLOR VÁ SEM MIM! -Gritei eu, quase sem forças para dizer.
-MEL, POR FAVOR! VÊM! -Gritou o garoto com uma expressão de bravo.
-CADÊ A DAPHINE? -Perguntei a ele.
-ELA ESTÁ SOTERRADA EMBAIXO DA PAREDE, NÃO TÔ CONSEGUINDO TIRA-LA. -Gritou o menino tentando levantar a parede caída.
Eu fiz a maior força do mundo, e finalmente consegui me levantar, mancando. Passei correndo desviando do fogo e sem querer esbarrei no interruptor de luz, e quando acontece um início de vazamento, sabemos que não podemos acender luzes ou qualquer coisa que contenha energia, apenas abrir as janelas:
-NÃÃÃÃÃO! -Gritou Taylor desesperado, mas antes que ele pudesse dizer, o estrago já havia feito.
Nós dois pulamos para fora da casa e nos jogamos no meio do chão, e em seguida visualizamos a casa explodindo inteirinha, janelas voando para um lado, portas voando para outro, camas, e pedaços de madeira, e por último o telhado. E em seguida perguntei:
-Conseguiu salvar sua prima?
-E...ela ficou lá dentro! -Respondeu Taylor olhando para baixo.
Ao olhar para seu rosto, me senti totalmente culpada. Taylor chorava desesperadamente, vendo sua casa sendo destruída aos poucos, e não ter conseguido salvar Daphine, por culpa minha. Eu estava com vergonha de mim mesma, se eu não tivesse aparecido em sua vida, nada dessas coisas teriam acontecido.
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The Midnight Secret
Vampir"Preocupada com os erros e com as decisões tomadas, Melissa tenta lidar com todas as mudanças em sua vida. Mistérios estão acontecendo em sua volta. E aos poucos segredos estão sendo desvendados. Ao passar do tempo ela enxerga a realidade das coisas"
