The Midnight Secret

O Reencontro

Taylor

Faz apenas algumas semanas que não a vejo, mas, para mim, isso parece uma eternidade. Era para seu bem, compreendo, mas não posso desejar o bem dos outros sendo que para isso seja necessário me manter longe. Estava sendo castigado. Sem motivos. Ou melhor, por motivos de outro alguém. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nem sequer um áudio de voz, nada, exatamente nada!

Aquilo estava me ferindo por dentro, não sabia como curar, era um sentimento de perda, inexplicável. O único lugar em que poderia descansar, e refletir sobre todas as burradas já feitas, era ali, em meu cantinho, naquela imensa floresta, para onde sempre vou quando preciso de abrigo.

Saio de casa, meus pais saíram para caçar logo cedo, isso me perturba, lembrar que convivo com monstros, não é algo muito agradável. Mas diferencial, digamos. Ainda bem que ambos foram soltos da prisão, faz um tempinho, mas acabei esquecendo de contar aos conhecidos sobre a novidade, mas provavelmente devem ter notado. O que restava era partir para o plano b, peguei meu celular, minha chave, e segui até a floresta...

Katheryn

Em meio de uma longa tempestade, eu e Teddy corríamos, muito rápido, pobrezinho, parecia tão frágil, parecia exausto, com as pernas bambas e tremidas, será que iria conseguir alcançar mais uma trilha?

Bom, estou disposta a correr o que for necessário, sendo pelo meu bem, pela minha segurança, tudo estará em risco. Ouvíamos passos e sussurros assustadores entre as árvores, pela sombra, parecia um homem de preto, vindo em nossa direção, enfurecido.

Amedrontada, tentei aumentar minha velocidade, mas tropecei em um galho e caí...

"O homem me agarrou de repente, me carregando bruscamente até o lago, me jogou lá dentro, dando sinistras risadas, gritando pelo meu nome, "Katheryn, Katheryn", ele dizia. Meus cabelos foram se embaraçando, não sentia meus pés no solo, não conseguia me mover, a água me sufocava pelo pescoço, eu a engolia... Mas, de longe, escutava outras vozes:

-Katheryn! Katheryn! -Sussurrava um outro alguém."

Ao voltar para realidade, depois do tombo, abri meus olhos, ainda meio tonta e desnorteada, e me deparei com um rapaz moreno me observando, parecia tentar me acordar ou algo do tipo:

-Katheryn? Katheryn! Diz alguma coisa! -Ele pedia preocupado.

-Oi. -Falei com uma voz fraca.

-Graças! -Ele se aliviou, e me abraçou.

-Quem é você? -Perguntei, curiosa.

-Me chamo Taylor, prazer. -Ele respondeu, e sorriu.

Mesmo insegura, aceitei ser acompanhada por ele, ele parecia legal, parecia uma boa pessoa, acho que não tentaria nada fora do comum. Foi sorte ter o encontrado, aquele sequestrador poderia aparecer a qualquer instante, e sabe-se lá, qual suas intenções. O jovem garoto, muito bonito pelo visto, me carregou em seu colo, enquanto eu, abraçava Teddy com toda força. Não sei porque, mas agora ele estava calado, deve ser pelo motivo de só conseguir se comunicar com pessoas "especiais", não sei bem o que significa isso, mas provavelmente deve ser algo bom:

-E aí, garotinha, o que aprontou para vir parar aqui? -Ele me perguntou.

-Um homem... Forte, carrancudo, e bem pálido. -Dizia pausadamente, tentando não chorar.

-Ele te trouxe até aqui? Poderia desenha-lo quando chegarmos? -Ele perguntou.

Assenti com a cabeça, e então continuamos caminhando. Quando finalmente chegamos em minha casa, o garoto tocou a campainha, e rapidamente mamãe apareceu na janela, soltou um grito de felicidade ao me ver, e eu reagi da mesma forma. Mamãe abriu a porta e brevemente um sorriso largo invadiu seu rosto: