O Sequestro

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Melissa

   Nós duas estávamos aflitas, sem saber para onde fugir, sem saber qual atitude tomar. A jovem moça, pisava no freio, na tentativa de fazer o carro se movimentar de alguma forma, e eu apenas, observava o tumulto logo atrás de nós. A questão é que não temos absolutamente nada para nos defender, e se formos ameaçadas, correremos o risco de morte, já que, todos aqueles não haviam conseguido batalhar contra. Havia muitas manchas de sangue escorrendo pelo chão, aquilo me transmitia ainda mais pavor, enquanto isso a jovem acompanhada de mim parecia não se importar, estava mais preocupada em fugir e me tirar daquele lugar. Ela queria apenas salvar a própria vida, e não a dos outros...

   A festa, que obviamente era para ser feliz, se tornou um lugar de terror, de agonia, aflição, e destruição. As barraquinhas de comidas, e bebidas, foram completamente esmagadas por aquele monstro, a decoração foi estragada por ele, os automóveis não haviam mais condições de andar, já que foram todos quebrados. Pobres crianças, corriam em direções sem rumo, seus pais haviam fugido, ou talvez mortos por aquela coisa, os pequenos gritavam, choravam, e imagino que aquilo estava sendo um pesadelo, como está sendo para mim, todos eles precisavam de ajuda, mas não poderia ajuda-los sabendo que não posso proteger nem a mim mesma.

   Muitas pessoas ainda estavam no local, correndo, desesperados, vários homens fortes tentavam pegar suas barraquinhas, seus pertences, invés de se preocuparem em salvar suas próprias vidas. Naquele instante, os mesmos foram mortos. A jovem, abriu a porta, me afastando de meus pensamentos, e eu, em pânico, puxei-a de volta para dentro do veículo, gritando:

-Você está louca? Não está vendo que se sair ele irá matar a gente?

-Mas se ficarmos aqui muito tempo, ele irá nos descobrir da mesma forma! –Ela afirmou.

-Escuta! Eu não vou morrer por sua causa. –Sussurrei, ameaçando.

-Mal educada! Se eu soubesse não havia te ajudado! –Ela disse com uma expressão feia.

-Bateu um arrependimento? Aposto que não teria coragem de me ver estirada no chão. –A insultei.

-Desculpe! –Ela pediu.

-Certo, mas então fala mais baixo antes que ele escu... –Fui interrompida, um alto barulho estremeceu o chão ao nosso lado.

   Ficamos arrepiadas, e paralisamos feito estátua, não movemos nem um dedo sequer. Era o monstro... ele estava observando se havia movimento dentro do carro, se havia barulho, para poder nos atacar, agora estávamos entre a vida e a morte, se saíssemos correndo, ele seria mais rápido, e iria nos matar no nosso único passo, e se permanecêssemos lá dentro, uma hora algo iria o atrair... como um espirro, um soluço, uma tosse. No máximo, uns 10 minutos passavam-se, ainda estávamos da mesma forma, não sabíamos se ele ainda estava lá, já que se movêssemos o rosto para olhar, ele poderia saltar em cima. Fechei os olhos, com leveza, pensando que seria morta, já lembrando de todas as boas coisas por qual passei, principalmente com Taylor, mas, quando menos esperávamos, uma mensagem chegou no celular da jovem, ou melhor, várias, parecia ser daqueles grupos de pessoas enlouquecidas que conversam a cada instante... o pior é que ele não estava no silencioso, começou a tocar sem parar... O ser, sem pensar duas vezes, deu um passo mais próximo de onde estávamos, quebrou o vidro do carro com suas enormes garras, os cacos espalharam-se, e vários deles arranharam minhas mãos... Abaixei depressa o rosto, evitando o impacto do vidro, e me encolhi ao lado da porta, tremendo. O anônimo, arrancou a porta da frente, e começou a puxar a moça, ela gritava, e tentava com maior esforço, se segurar no banco, assustada, parti para cima, e chutei-o para fora do carro, mas estraguei tudo, ele ficou com raiva, sentiu-se ameaçado novamente, e largou a jovem no chão, meteu a cabeça dentro do veículo e esticou seus enormes braços para me pegar, comecei a espernear, gritar, chorar, aflita, e então avistei um enorme taco de beisebol embaixo de meu banco, que para minha sorte, seria meu alvo, peguei-o e me defendi batendo com toda força na cabeça dele, que pareceu crescer mais e mais, até que ficou gigante, começou a ganhar mais força, e sua aparência ficou cada vez pior. Conclusão, quanto mais o agredisse, mais ele cresceria, e mais malvado ficaria.

The Midnight SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora