Cristiano 8

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- Olá. - diz ela com um sorriso tímido e corada

Tenho a perfeita noção que estão todos a olhar para nós, ou pelo menos para ela. Adoro ver-lhe este vestido, realça as suas muito abundantes curvas, o seu cabelo liso faz as suas nuances loiras e castanhas brilharem mais e dá-lhe um ar profissional e, nos olhos o esfumado só lhe realça aquele intenso olhar escuro. Está linda.

- Olá. - digo, cumprimentando-a com dois beijos na cara, o que surpreende todos - Tudo bem?

- Sim e consigo? - a tratar-me formalmente. Baby, não tivemos nem precisamos dessa fase.

 - Também. - digo, sorrindo - Podes tratar-me por tu aqui.

- Ok. - diz, dando espaço para cumprimentar os outros 2 e, acenando aos meus amigos. Já devia ter falado com eles.

- Sentem-se, por favor. - digo olhando para ela

Ela dirige-se à cadeira ao lado do Ricardo, o gestor financeiro, que a olha com cara de quem a quer comer. Já o odeio.

- Joana, senta-te ao meu lado. - todos ficam a olhar para mim, mas não importa. O que importa é que lhe estou a puxar a cadeira para se sentar ao meu lado. Indo sentar-me em seguida, para dar inicio a esta aquisição - Sr. Costa, o que a sua empresa tem para me oferecer que me interessa?

- O Cristiano deve saber para pretender adquiri-la. - diz Ricardo, ou melhor, Sr. Costa

- Sr. Costa, em primeiro lugar, não me conhece de lado algum, por isso trate-me por Sr. Aveiro. Em segundo lugar, só me responde se lhe perguntar alguma coisa directamente, caso contrário não fale comigo. - digo, reparo que os meus amigos estão todos a olhar para mim surpreendidos com a minha atitude, o Sr. Oliveira está com os olhos arregalados, o Sr. Costa está vermelho e Ela está a morder o lábio para não se rir - o que me provoca é visível nas minhas calças, ainda bem que estou sentado.

- Sr. Aveiro, a nossa empresa desenvolve peças para computadores e telemóveis, apostando na qualidade do produto. Empregámos 500 pessoas com grande competência e lealdade. Fornecemos para grandes marcas e começamos a desenvolver baterias carregadas a luz solar. - nesta última parte, Joana tira os olhos focados até então na mesa, olha para ele e abana a cabeça. Está a mentir.

- Com todas essas facetas porque pretende vender a empresa? - pergunta Paulo, também se apercebeu que ele mentiu

- Tenho 55 anos, os meus filhos não olham pelo negócio e, eu estou cansado. Agora quero aproveitar o tempo com os netos.

- É compreensível. - digo. Vamos ver Joana se és tão boa a negociar. - Pelos dados que me forneceu a sua empresa vale cerca de 2 milhões.

Todos os olhos estão em mim, outra vez. Os meus três amigos com um olhar inquiridor, os outros dois com cara de quem ganhou a lotaria e, ela com os olhos arregalados e muito branca

- Parece-nos óptimo. - diz Ricardo

- Temos acordo. - digo. Vamos Baby, dá-me luta

- Desculpa mas não há acordo. - interrompe Joana. Boa Baby. Agora estão todos a olhar para ela e ela sabe bem disso, mas não se incomoda - Cristiano, Bruno, William e Paulo, desculpem mas não estão a analisar todos os parâmetros. Para além, de tudo o que o Sr. Oliveira mencionou, não se podem esquecer da quantidade e qualidade dos equipamentos, nem da área e as condições da fábrica, nem dos materiais que estão lá dentro.

- Joana, cala-te. O Sr. Oliveira é que decide e se ele acha  que o valor é bom é porque o é. - diz Ricardo, já me estou a cansar deste tipo e ela também pois tem os olhos negros por causa da raiva.

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