Joana 23

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- Apetece-me já passar para a sobremesa. – diz Cristiano sentado na cama enquanto eu coloco os brincos. Estava a acabar de me arranjar, estava com um vestido rosa claro curto com um pequeno decote em V, uns saltos altos agulha da mesma cor, o cabelo solto e uma maquiagem leve

- Não me parece lá grande ideia. Acho que dava muito transtorno num restaurante como o deste hotel que pedisses só sobremesa.

- Não precisava de sair daqui. – diz e vem um sorriso malicioso

- Ai isso não. Não tive todo este trabalho para não sair do quarto.

- Ganhas-te. – diz e dá-me um beijo leve – Mas logo quero repetir a sobremesa. – dá-me outro beijo breve – Vamos – põe o braço de maneira a eu enlaçar o meu braço no seu e saímos do quarto com um enorme sorriso

As viagens no elevador com ele estavam a tornar-se sufocantes. O cheiro dele invade todo o espaço e a eletricidade entre nós tornasse bem mais intensa. O que me vale é que o elevador é relativamente rápido, pois se demorasse mais uns segundos íamos mesmo passar diretos à sobremesa.

Atravessamos o salão e todos os olhares estão em nós, mas com o homem que levo ao meu lado o que espero. E hoje, está de calças de ganga, camisa preta aberta no colarinho e blazer preto. Nem sei como pude recusar no quarto.

Dirigimo-nos para uma mesa bem retirada dos olhares gerais e, é como se estivéssemos numa sala privada. Comemos os aperitivos a conversar e, eu a provoca-lo um bocado o que acabou por ser bom, pois as promessas que ele me estava a fazer para aquela noite estavam a valer a minha tentativa.

Antes de nos servirem o prato principal, vou à casa de banho, o que se torna uma canseira. A casa de banho perto de onde jantamos está avariada e tive que atravessar todo o salão. Na casa de banho, para além de despejar a bexiga, estive a ver a maquiagem num sitio assim sempre tenho que estar bem. Ao dirigir-me à minha mesa, fui intercetada por um tipo de cor escura, alto, e musculado, posso dizer que é bonito. Mas o Cristiano dá-lhe 100 a 0, mas isso a qualquer um.

- Ola, sou Pablo e tu? – pergunta em castelhano

- Joana.

- Estás sozinha?

- Não. – responde a voz mais quente que já ouvi, mas que agora estava gelada – Está comigo.

- E quem és tu?

- O namorado. – responde, agora eu não passo de uma espectadora num concurso de mijar

- Não me importo que ela tenha namorado, não sou ciumento.

- E tu importas para alguma coisa? Ela é minha e só minha. Sai daqui antes que... - diz Cristiano com a voz num volume controlado mas a raiva essa estava tudo menos controlada e, o tipo percebeu isso, já foi embora. Quando ele está longe de nós, Cristiano olha para mim – Tu...

- Eu não fiz nada, apenas fui fazer xixi e a ir ter contigo ele abordou-me e só disse o meu nome. – digo, afinal que culpa tenho se vêm ter comigo?

- Tu. És. Minha. Só. Minha. – diz pausadamente como se quisesse que eu gravasse essas palavras na minha cabeça. Na verdade, ele escusava de dizer pois já estavam gravadas na minha cabeça e no meu coração – Percebes-te?

- Sim. Só tua e tu só meu. – respondo e ele sorri. Depois beija-me bem ali no meio, marcando o seu território, e eu aproveitava para mostrar àquelas peruas assanhada que ele estava acompanhado

O resto do jantar, passamos sem falar mais do que aconteceu, rimos, comemos e bebemos. Por falar em beber, Cristiano está a beber demais, espero bem que se aguente até ao quarto não me apetece carregá-lo.

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