Cristiano 34

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Passou uma semana desde que a vi sair daqui e, até hoje nunca mais a vi. Ligo-lhe muitas vezes todos os dias, mando-lhe muitas mensagens, liguei de outros telemóveis e, por e simplesmente o telemóvel está sempre desligado. Nestes dias, tem avisado Catarina que não vem trabalhar e pede-lhe para lhe enviar o trabalho por email.

Tenho chegado quase de madrugada, para que se ela aparecer, eu estar aqui para a receber e tentar compor as coisas entre nós. Sem ela, a minha vida tem sido vazia e fria. Os meus amigos dizem que estou insuportável e Catarina pede para um deles me vir avisar que Joana não vem que da ultima vez descarreguei nela. Se ela  hoje não vier  trabalhar, juro que vou lá e dar de novo sentido às nossas vidas, porque sei que ela se sente como eu. Batem à porta, espero bem que seja a Joana.

- Entra. - digo

- Bom dia. - diz Bruno, no seu tom calmo que parece que está a lidar com um leão - Cristiano a Joana hoje não vem. Que tr...

- A Joana não vem?

- Não, vai ficar em casa. - responde a sondar a minha atitude

- Acabou. Estou farto desta espera. Vou ter com ela, não contem comigo o dia todo. Cancelem reuniões e, o que for necessário assinar pode ser feito amanhã. Não quero ser incomodado. - digo e pego no telemóvel para sair

- Até que enfim que fazes alguma coisa.  - diz Bruno vindo atrás de mim

- O que houve? - pergunta Paulo ao ver-nos passar

- Ele cresceu, percebeu que fez merda e, agora vai pedir desculpa à Joana. - responde Bruno

- Até que enfim, já ninguém o aguenta.

Chamo o maldito elevador e, depois de uma eternidade ele chega. Outra eternidade é o que ele demora a chegar ao térreo. Vou ter que ver isto dos elevadores se são mesmo lentos ou, se é impressão minha. Ao chegar ao térreo, David encontra-me e vem ter comigo aflito. Estou assim com tão má cara?

- Senhor. Onde quer ir?- diz David 

- Dá-me a chave do jipe. Vou para a casa de Joana, por hoje, estás dispensado.

- Está tudo bem com a menina? - pergunta e entrega-me as chaves

- É o que vou ver.

Saio dali, rápido e pego no jipe estacionado em frente. Faço a viagem a alta velocidade e ouço Stay de Rihanna. É uma música que faz tanto sentido para os dois, nós salvamo-nos todos os dias um ao outro e se não estamos juntos, por e simplesmente desmorona-se o nosso mundo por completo. Quando chego, ao prédio de Joana, aproveito uma vizinha dela estar a sair para entrar e ir direta à porta da sua casa. Bato à porta e, pelo menos sei que vou ouvir a voz dela.

- Quem é? - pergunta sei que é ela, mas aquele tom de voz está tão distante como se fosse automático. Mesmo assim, sinto um alívio ela estar em casa que não sei explicar

 - Anjo.

- Não quero falar contigo. Vai-te embora.

- Joana não preciso que fales, eu só quero que me ouças. Deixa-me entrar.

- Podes falar daí, eu ouço-te. - esta mulher é mais teimosa que uma mula, mas se é assim que ela quer é assim que vai ter

- Está bem. - digo e encosto a testa à porta de casa dela  - Sei que já te disse isto, mas só comecei a viver depois que te reencontrei. Enches-te a minha vida de cor com o teu sorriso, com o teu olhar, com o teu carinho, com a tua diversão. Dás um novo alento à minha vida cada vez que nos tocamos, beijamos e fazemos amor. És parte de mim e, sem uma parte de mim não consigo funcionar bem, vivo em piloto automático e, não quero isso. - sinto lágrimas a começarem a correr, mas não paro, tenho que falar tudo - Esta semana que não te vi e não falei contigo, senti-me vazio como nunca me havia sentido. Isso fez-me perceber que o meu amor por ti vai muito além de algo que eu possa explicar. Estou aqui a pedir que me perdoes. Que perdoes estes ciúmes que sinto, mas tenta compreender, eu sou homem e sei o que os homens sentem quando te veem, não é por não confiar em ti. - ouço um soluço vindo dela, mas tento ignorar - Que perdoes a atitude estúpida que tive, isso afastou-nos e, sei que te deixou magoada. Joana, p...

O OrfanatoOnde histórias criam vida. Descubra agora