O Orfanato

Joana 33

Hoje é o dia em que me vou confrontar com mais uma parte do meu passado. Vamos ter a reunião com o meu ex-namorado, Henrique Moura, até o próprio nome é irritante, como pude estar envolvida com ele tanto tempo. Contudo, o voltar a encontra-lo e a reunião é o que menos me importa neste momento. O que me importa é o que Cristiano nos anda a fazer desde segunda-feira de manhã, ou melhor ontem de manhã.

Desde segunda-feira que ele me tem excitado muito e quando estou prestes a gozar, ele por e simplesmente, não o permite. Afasta-se e diz que será melhor nós guardarmos todo o desejo sexual para depois da reunião. Mas eu não concordo, tudo bem se ele não se quisesse envolver até ao fim da reunião, mas podia não me provocar é que fica difícil passar os dias, o que me dá algum conforto é que ele também anda frustrado sexualmente. Sei que por pouco ele vai atirar à faca na reunião.

Para ajudar à festa, esta semana não tenho a Flávia. Foi em negócios com o pai para Veneza e, o Márcio aproveitou e foi junto. Imaginem o romance de um casal em Veneza.

Agora estou aqui a ver os últimos detalhes até à maldita reunião, se calhar eu até nem vou falar muito, mas eu conheço o Henrique sei que ele a qualquer momento pode questionar-me ou pedir a minha opinião a qualquer momento e, eu quero estar pronta para lhe dar o troco. O telefone interno começa a tocar e interrompe os meus pensamentos.

- Joana. – respondo logo que atendo

- Anda ao meu escritório. – diz Cristiano

- Já vou. – digo desligando e indo direta ao escritório dele. Ao chegar lá, bato à porta

- Entra. – ao entrar, vejo-o sentado na borda da mesa com aquele sorriso que derrete o polo norte a olhar para mim

- O que se passa? – pergunto conforme me vou aproximando dele

- Queria estar contigo antes da reunião. – diz e abre os braços para que me posse encostar ao seu peito. Inspiro e sinto o seu cheiro. Adoro o cheiro dele! Ele levanta-me o queixo e começa a beijar-me, ele não pode fazer isto comigo, provocar-me e depois nada. Agora não vou deixar!

- Cristiano, para. – digo e afasto-me um pouco, para bem da minha sanidade

- O que foi?

- Tu. Não penses que me podes provocar como queres para depois me deixares assim. Se começas tens que acabar, isto não é fácil de se lidar.

- Tu estás a recusar-me?

- Por enquanto sim. Até decidires acabar o que começas não há nada para ninguém. – digo e, quando ia para falar toca o telefone interno

Ele atende, não tirando os olhos furiosos de mim, mas não me importa ele não pode fazer isso comigo.

- Nós já vamos. – responde e desliga, depois vem ter comigo, com um olhar frio como nunca tinha visto – O teu ex está na sala de reuniões. Temos que ir, possa ser que se o vires, fiques bem-disposta.

- Cristiano... - ele não me diz nada, mas o seu olhar na porta à minha espera faz-me calar. Hoje vai ser um dia gelado no inferno

Seguimos juntos para a sala de reuniões, Cristiano tem o braço na minha cintura e, eu compreendo isso. Se eu tivesse que enfrentar uma ex dele faria o mesmo ou pior. Entramos na sala a sorrir, os olhos dos nossos amigos estão em nós e sorriem, o olhar de Henrique e o seu advogado também. Henrique ao principio olha-me de cima a baixo e franze a testa, mas depois faz um sorriso convencido. Já se lembrou de mim e, aproximasse de mim e de Cristiano que lhe estende de imediato a mão.

- Bom dia Sr. Moura. Eu sou o Cristiano Aveiro e ela...

- Ela é a Joana. A louca, doce, divertida e carinhosa Joana. Há quanto tempo. – diz Henrique e Cristiano foca com os maxilares rígidos. Henrique vem para me cumprimentar com um beijo na cara mas eu me afasto e estendo-lhe a mão que ele aceita e dá um beijo