Joana 39

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Estou tão feliz por estar noiva do Cristiano, nunca podia imaginar. Muito menos imaginaria que ele adotasse o Christian sem que eu tivesse que falar e pedir e, em relação a Maria já nem falo. Hoje de manhã, nem custou acordar para trabalhar. O sorriso dele, a alegria e o orgulho de cada vez que confirmava o nosso noivado, tudo isso compensou qualquer coisa.

Deixou-me no escritório a trabalhar, enquanto ele foi tratar da adoção da Maria. Afundei-me por completo no trabalho, até que o meu telemóvel me arranca dele.

- Joana. - atendo

- Bom dia, menina Joana. Não me conhece, mas eu a conheço perfeitamente. - diz uma voz feminina ao que me parece um pouco mais velha que eu.

- Conhece-me de onde?

- Para além de agora ser namorada do milionário Cristiano Aveiro, conheço-a do orfanato. E era precisamente sobre isso que quero falar consigo. O proprietário da habitação quer vender e despejar todas as crianças. - diz e se me tivessem partido ou qualquer coisa não me teria doído tanto. Como podem fazer isto a crianças?

- O que posso fazer? E quem você é afinal?

- Sou a secretária dele. Tente conversar com ele e arranjam um acordo. Ele tem negócios com o seu namorado ameace cancelá-los, mas faça alguma coisa.

- A morada, por favor. - digo e anoto a morada

- Venha sozinha, não traga o seu namorado nem motorista sequer. - diz e desliga

Numa correria, meto as minhas coisas todas na mala e saio do meu escritório. Ao sair vejo Tiago, o meu segurança, à porta.

- Tiago estás dispensado por hoje, dá-me as chaves do carro.  - digo aflita

- E o senhor Aveiro? Está tudo bem? - pergunta mantendo o seu tom de voz profissional

- Está tudo bem e, eu entendo-me com o Cristiano. - ele entrega-me as chaves e eu saio, passando pela receção a correr nem dando tempo a Catarina de falar qualquer coisa

Entro no carro e ponho a morada no GPS, conduzo feita louca, a minha sorte é que a esta hora a maioria está no trabalho e pouco transito há. Estou louca, não posso deixar que despejem aquelas crianças da única casa, que a maioria conheceu e lhes deu amor. Não posso deixar isso acontecer, ninguém tem o direito de destruir tantas vidas. Não vou deixar isso acontecer, não o deixaria com qualquer criança com os meus meninos muito menos. O homem vai ter que me ouvir, nem que seja à força mas não vai tirar de lá as crianças.

Chego ao local indicado pelo GPS e paro, em frente à discoteca que vim na primeira noite com Cristiano, realmente tem uma vista incrível.

Para tudo!

O que faz o escritório dele aqui? Vou para a receção e vejo lá uma rececionista, muito bem vestida.

- Bom dia, uma senhora ligou-me para vir aqui falar com um senhor. - digo

- Sim, já sei. O Romeu vai acompanhá-la ao escritório.- diz e eu olho para trás e vejo um matulão que me tirou todas as imagens do Romeu da história "Romeu e Julieta"

Sigo o matulão e ele leva-me por um corredor, largo com varias portas, entro numa das últimas portas. Ao entrar deparo-me com uma mulher na casa do 30 anos, loira falsa, lábios carnudos pintados de vermelho, um corpo escultural coberto com um vestido vermelho muito decotado para a profissão e que realça o silicone das mamas e do rabo. Ao ver-me sorri e eu já a odeio

- Bom dia, sou... - digo

- Eu sei quem és. Falei contigo à pouco ao telefone. - foi ela que falou comigo? então isto é tudo é para quê - Sabes de quem é esta discoteca?

O OrfanatoOnde histórias criam vida. Descubra agora