Epílogo

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Já se passaram 4 anos desde o nosso casamento. Não vou dizer que foram 4 anos só de risos sem uma discussão, pois seria mentira. Como todos os casais há discussões, mas não se podem comparar aos momentos de felicidade que temos em família. Cristiano, Diniz, Christian, Maria e eu, formamos uma família linda e feliz. Desde que casamos que somos considerados a família do ano e questionam o nosso segredo para isso, digo que é a união, mas há muito mais que isso. De uma maneira ou de outra cada um estava marcado pelo passado , eramos passados imperfeitos que juntos se tornam num futuro de aprendizagem.

- Joana sai do sol, faz mal para o bebe. - diz Cristiano, vindo ter comigo à piscina e acariciando a minha barriga de 7 meses de gravidez, à espera da Margarida

- Adormeci. O Diniz?

- Ainda dorme e o Christian e a Maria chegam daqui a umas 2 horas. Até lá, podemos aproveitar da melhor maneira. - o meu cérebro ensonado acabou de acordar

- Como vamos fazê-lo? - pergunto e um sorriso aparece nos seus magníficos lábios, aproxima-se para me beijar e, eu aproveito para  passar a mão pelos seus magníficos abdominais, depois pega-me ao colo e salta para a piscina onde nos redescobrimos, pois parece que nunca nos conhecemos o suficiente

*****

Depois de estar com o meu anjo fomos para o banho e começamos a preparar-nos antes dos meninos chegarem.

Hoje vamos ter mais um evento de angariação de fundos no lar. Joana conhecia perfeitamente os problemas do lar que começou a ser muito conhecido desde que nos casamos, ela aproveitou para fazer um jantar anual de angariação de fundos com parceiros de negócios. Começou por sensibilizá-los pelos problemas que as crianças passam e por aquilo que as madres e eles lutam para superá-los. Acabou por ser um sucesso, as receitas ajudam na alimentação para o ano inteiro e o número de adoções aumentou. Agora estou na sala com o Diniz e o Christian à espera das princesas da casa. Eles estão na versão para criança do meu fato elas não faço ideia de como aparecerão. Começo a ouvir os saltos da Joana a descer a escada, ambas vêm de rosa. Joana com um vestido simples comprido sem alças, apenas com uma  tira com brilhantes abaixo do peito e a Maria com um vestido com flores bordadas a branco. Joana com o cabelo aos caracóis perfeitos e Maria com um coque como vê as princesas naqueles filmes que vê. Estou encantado!

- Mãe vamos lá, já estamos atrasados.

- Calma, se há coisa que aprendi é que somos nós que esperamos pelas meninas. - digo e o sorriso da Joana ampliasse e o brilho nos seus olhos só completa a sua beleza natural

- Vamos lá apressados. - diz Joana, os miúdos vão a correr.

Ela delicia-se a vê-los, eu acaricio a sua barriga e sinto os pontapés da nossa princesa que aí vem. Joana sorri e olha-me bem no fundo dos olhos lendo-me a alma e pedindo-me silenciosamente para a beijar e é o que faço, nunca lhe consigo resistir.

- Cristiano temos que ir.  - indignado parei e seguimos para a limousine onde as crianças nos esperam dando cabo do juízo do David.

Se há 5 anos me falassem que eu formaria uma família e me sentiria completamente realizado por isso, diria na hora que estavam completamente malucos. Nunca imaginaria que ter uma família seria simples momentos se tornarem momentos memoráveis, que umas férias poderiam ser mais divertidas com crianças, que quando chegasse a casa esgotado ainda teria energia para brincar com crianças. Nunca imaginei que uma simples pessoa, me fizesse introduzir tudo isto na minha vida, mas ela o fez e eu nem me apercebi. E, hoje digo que sou dos homens mais realizados nesta vida.

Como habitualmente, os fotógrafos estão à pinha à entrada do orfanato, tiram-nos as fotos de família como sempre em busca de qual consegue a melhor.

Ao entrarmos os meus filhos vão brincar com os miúdos do lar, enquanto fico a observar tudo. Foi aqui que tudo começou e lembro-me de cada minuto como se fosse hoje, nem a grande reforma que levou me fez apagar cada detalhe.

Ao longo da noite várias pessoas vêm cumprimentar-nos e a felicitar o trabalho que desenvolvemos aqui, na verdade o grande mérito é da Joana. Ela nunca se desapegou daqui e nem quer, por isso sempre discursa.

- Boa noite a todos, quero agradecer a todos pela presença em nome das irmãs e dos meninos. Como sabem, este orfanato é muito importante para mim e para a minha família. Foi aqui que conheci o Cristiano quando era uma miúda e que conheci o Christian e a Maria, mas nem só por isso. Quando uma criança chega aqui vem com a vida um pouco despedaçada e sem esperança de que um dia tudo poderá ser melhor. Sem entenderem a razão pela qual vêm aqui parar, para elas o problema é delas, nunca de quem as abandonou. Contudo, com o amor das irmãs e das outras crianças aprendem a se amarem, a acreditarem que o amanhã será melhor que hoje. Basta se esforçarem, serem verdadeiros e não se esquecer de amar os outros, só assim podem construir algo melhor. Para a sociedade estas crianças são um exemplo, e ainda bem que finalmente são reconhecidas como isso. Às irmãs quero agradecer por tudo o que fazem pelas crianças. Aproveito também, para a agradecer a generosidade e a bondade de todos por acreditarem neste projeto. Obrigada e disfrutem da noite. - finaliza Joana, levantando-se a sala inteira a aplaudir

Vou buscar Joana à saída do palco que me recebe com o seu sorriso, depois começa os primeiros acordes da minha surpresa. tu e eu ao vivo, cantada pelo próprio Diogo Piçarra

- Vamos dançar? - ela sorri

- Contigo sempre e para sempre.


FIM

O OrfanatoOnde histórias criam vida. Descubra agora