Capítulo Quatro

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ARIA:

Estou fervendo de raiva.

Depois de arrastada praticamente até o carro, segui o caminho até o SPA xingando os seguranças e quando todos palavrões que conhecia foram ditos, comecei a estapeá-los.

Travis quase bateu o carro tentando me fazer parar, só que a esta altura eu já estava com raiva dele também.

Não gosto que me toquem. Ainda mais à força.

Já disse isso para aquele poço de grosseria cujo nome é Klaus. Porque é tão difícil de entender?

Realmente, acho que terei de desenhar.

Desci do carro emburrada.

Sei que devo estar parecendo uma idiota e que deveria estar aproveitando mais as oportunidades, mas é que realmente não quero nada daquele homem.

Para quê? Klaus adora passar as coisas na minha cara.

Não quero ficar devendo nada a ele quando sair da sua vida.

Travis me apresentou a Lucy, que trabalhava no SPA e que iria me atender.

Pergunto-me como ele a conhecia.

Será que Klaus trazia muitas mulheres para cá? Pobres coitadas como eu?

Bem, isso não importa.

Lucy me parecia ser um pouco mais velha que eu. Uns vinte e três anos eu a daria.

Ela tem o cabelo na altura dos ombros, num tom ruivo natural. Algumas sardas marcam o seu rosto e clavícula. Ela é alta e magra. Parece até uma modelo de tão bonita.

— Primeiro começaremos com uma depilação. O homem ao telefone falou que eu poderia fazer uma completa em você, e acho que realmente precisa, querida. — Ela disse, amigavelmente.

— O que vamos depilar, exatamente?

— Tudo. — Disse, entregando-me um vestido feito de tecido TNT branco. — Fique totalmente nua.

Enrubesci.

A única pessoa que me viu nua na vida foi a Freira Marienne quando eu ainda não conseguia tomar banho direito sozinha e a minha única amiga no orfanato, Suzie, acidentalmente.

Ela me pegou de surpresa quando estava me livrando da toalha para por uma calcinha.

Quase morri de tanta vergonha.

— Não podemos pular a depilação? — Indaguei, receosa.

— A menos que queira parecer uma versão feminina do King-Kong para sempre, sim. Podemos.

— Desculpe, quem?

— Não sabe quem é King-Kong? — Franzi a testa. — Um personagem de cinema.

— Porque eu me pareceria com um personagem de cinema? O que a depilação tem haver?

— Ele é um gorila. — Ela disse, rindo.

— Entendi, sua engraçadinha. — Disse, entregando-me ao riso.

— Podemos fazer ou não?

Suspirei. Não queria parecer uma gorila.

Estávamos só nós duas num pequeno cubículo organizado, branco. Ninguém além dela me veria de forma tão íntima, então aceitei fazer.

•••

Quase não sinto o meu corpo.

Estou com dormência nas pernas, buço, axila e até nas partes íntimas.

MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora