Capítulo Vinte e Cinco

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Meu peito encheu-se de uma felicidade inexplicável quando ali, escorado à porta do quarto, Travis confirmou que eu e Aria não tínhamos nenhum vínculo de sangue.


Parei de beijar a minha bandidinha só para ver com os meus próprios olhos o negativo no exame de DNA.

Aria lê tudo atentamente, linha por linha ao meu lado.


Sei que ela ainda está nervosa, e não é para menos. Eu deveria ter contado, mas sabia que se o fizesse, ela afastaria-se de mim. E a minha ruína estaria garantida.


  — Obrigado, Travis. — Digo, e então ele se retira. Mas não antes de dizer o quanto estava contente por nós dois.


Aria senta-se na cama, trêmula, com os papéis em mãos.

Suspiro, aproximando-me dela.


— Você pediu um exame! — Exclama, atordoada.

— Não podia mais conviver com a dúvida. Só pretendia contá-la depois do resultado, mas as coisas mudaram.

Depois? — Indaga, enraivecida. — Se você soubesse a vontade que eu tenho de estapeá-lo agora mesmo...

— Eu sei, querida. Da mesma forma que sei que você não o fará. — Lanço-lhe um meio sorriso, mas ela me fita séria. Séria demais para o meu gosto. — Sinto muito, deveria ter feito diferente. Mas eu também fiquei apavorado, Aria. Tenta entender.

— Eu juro que tento, Klaus. — Ela diz, soltando um longo suspiro em seguida.

— Você tem noção do quanto fiquei despedaçada ao saber das coisas assim, do nada e ainda por cima, mal explicadas? Não é tão fácil quanto parece. Se fôssemos mesmo irmãos, eu não conseguiria viver com esse fardo, diferente de você.

— Mas não somos. Será que dá para esquecer esse assunto? Pelo menos um pouco...

— Meu Deus, você está se ouvindo? Claro que não dá!


Remexo-me na cama, irritado.

Estou cheio disso.


  — O que você quer que eu faça, Aria? Já não admiti o meu erro? — Pergunto, um tanto quanto sarcástico.


Aria sustenta seu olhar sobre mim por alguns segundos, com a boca entreaberta, e logo em seguida levanta-se da cama, pigarreando.


— Conversamos depois. Estamos de cabeça cheia e não quero ouvir bobagens, assim como sei que você também não quer.


Ponho as mãos nas têmporas, sabendo que a magoei ao fazer pouco caso dos seus sentimentos.


  — Não. Nós vamos conversar agora mesmo, então sente-se. — Ordeno, mas ela não o faz. — Agora, Aria!

  — Não fale como se eu fosse uma criança! — Bufa, sentando-se e cruzando as pernas.

  —  Não estou arrependido do que fiz. O meu intuito era poupá-la e resolver essa situação de uma vez. Se o exame fosse negativo, fingiria que tais suspeitas nunca tinham acontecido. Se positivo, contaria a verdade e me afastaria se você quisesse. Mas como disse, as coisas tomaram um outro rumo e agora estamos aqui.

 

Ela ouvia atentamente, em silêncio. Sei que ainda está irritada, mas acho que o motivo já não é mais sobre o exame.


— Eu perguntei inúmeras vezes o que estava acontecendo, mas você preferiu esconder de mim. Fiquei no escuro. Preocupada no que poderia estar o atormentando e quando tive a oportunidade de descobrir, não deixei escapar. Desculpe por bisbilhotar, mas não resisti.

MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora