Capítulo Treze

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Estamos abraçados, apreciando a água cair sobre as pedras.

Klaus é tão carinhoso que às vezes, sinto que estou sonhando.

Mas felizmente é a realidade.

Minha nova e incrível realidade.

— No que está pensando? — Ele pergunta, após beijar a minha testa.

— Em como tudo está diferente. Acho que Deus ouviu as minhas preces. — Sinto-o pegar em minha mão, acariciando-a com o polegar em seguida. — Sou uma pecadora e estou vivendo tudo isso... Parece um sonho.

Klaus encara-me, seu olhar está estranho. Parece que eu disse algo que não gostou.

— Não fale sobre você dessa forma. — Repreende-me. — Se você fez o que fez, foi porque precisava.

— Klaus, sou uma criminosa, entende? Mesmo que você não me denuncie, sinto que algum dia vou precisar pagar pelos meus erros.

— Você pensa em se entregar? — Questiona, irritado.

Eu me encolho.

— Não nego que já pensei nisso algumas vezes...

— Nem por cima do meu cadáver! — Ele me interrompe. Ainda está irritado. — Você não machucou ninguém, tampouco tirou seu alimento. Só furtou de pessoas que não precisariam da quantia que achou em suas carteiras. — Completa.

Não falo nada. Não sei o que dizer.

Odeio o que eu fiz com todas as minhas forças.

Estou cabisbaixa, pois sinto meus olhos arderem e eu não quero mais chorar. Ou que ele me veja chorando.

— Ei... — Uma de suas mãos ergue o meu rosto pelo queixo. — O que você fez foi uma consequência das maldades de Freira Marienne.

Sua voz está suave, trazendo-me a calmaria que preciso.

Klaus beija a minha bochecha, onde escorrera uma lágrima.

— A rua foi uma consequência. Roubar foi uma consequência. Me encontrar foi uma consequência.

— Você fala como se te encontrar fosse algo ruim.

— E não foi?

— Não. — Ele sorri, de canto.

— Acho que ainda é cedo para afirmar isso.

Reviro os olhos.

Ele não entende mesmo o quanto é importante para mim.

— Nunca mais deprecie-se, Lumière. — Ele diz, depois de um breve silêncio.

Do que ele me chamou?

Minha atenção agora está totalmente direcionada a palavra que usou comigo.

Klaus percebe, lançando-me um sorriso petulante.

Pelo menos a pronúncia desta me parece melhor do que a outra. Pauvre. Coitada.

— É francês, não é?

— Sim.

— Vai me dizer o que significa?

— Não. Ainda.

Ah, esse seu sorriso descarado me acaba! Não aguento.

...

Voltamos para a mansão.

MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora