Capítulo Trinta

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Venha e pegue a minha mão. Eu não vou te deixar ir. Eu serei seu amigo, te amarei profundamente, eu serei aquele que te beijará a noite, eu te amarei até o fim dos tempos.
Beyoncé


~•~

Recebi todos os cuidados necessários para o ferimento que Freira Marienne me causou.

Felizmente foi apenas um corte de raspão na lateral da minha barriga.

A enfermeira lavou com água oxigenada, álcool iodado e fez um curativo.

A criança foi levada pela ambulância para o hospital.

Eu não pude vê-la, mas disseram-me que estava com as costas ensanguentadas.

Arrepiei-me só de ouvir. Marienne estava fazendo com aquela menina o mesmo que fez com Aria ou sabe-se lá mais quantas crianças.

Fui para a delegacia com Beto e Travis. As três viaturas carregavam as freiras no porta-malas.

Assim que chegamos, as desumanas algemadas foram levadas para a sala do delegado, que antes de acompanha-las, nos garantiu a soltura de Anne.

O meu advogado conseguiu fazê-la responder em liberdade.

Travis faltou pular de felicidade ao meu lado.


Esperei os depoimentos terminarem para poder falar com Marienne.

Tínhamos um assunto a resolver. Algo que somente ela poderá me dizer.

— Beto, apenas dez minutos. É tudo o que eu peço. Preciso desvendar isso ou então enlouquecerei. Aria merece saber da verdade, também. — Peço mais uma vez.

Beto não quer me deixar ir até a cela daquela maldita. O que ele acha que vou fazer? Matá-la? Vontade nunca me faltou, mas não sou capaz disso.

— Beto, pelos anos de amizade e trabalhos que fizemos juntos, deixe-o ver a doente mental da freira. — Pede Travis dessa vez, num tom um tanto autoritário para se dirigir a um delegado.

Aguardo impaciente a resposta de Beto, que põe as mãos nas têmporas e suspira longamente.

— Tudo bem. Mas somente dez minutos e nada a mais.

Animo-me.

Hoje eu terei respostas.

...

Fui seguido de dois policiais até a cela da freira.

No corredor estreito, entre as celas, os presos cochilavam ou olhavam-nos passar.

Alguns com olhares desdenhosos e outros curiosos.

Parei em frente a cela de Freira Marienne, que ainda usava o seu hábito, cujo qual deixava apenas o seu rosto a mostra, como qualquer outro.

O seu rosto estava sujo de algo que aparenta ser do chão da cela e os seus olhos são de um azul quase cinza. A pele enrugada e a boca sustentava um sorriso petulante.

MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora