38 • [Fear]

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Eu tentei te vencer, mas você é tão quente, que derreti
Eu caí através das rachaduras, agora eu estou tentando voltar
Jason Mraz

~•~

ARIA:

Travis recebeu uma ligação, mas não parecia ser coisa boa ao julgar pelas expressões amarguradas em sua face; o que contribuiu para elevar a minha preocupação num grau altíssimo.

Já fazem exatas duas horas desde que Klaus o ordenara para que me trouxesse até o Sheraton e a partir daí, não tenho mais notícias. Tudo o que me resta é esperar e tentar acalmar essa urgência de saber sobre ele, a fim de acreditar que o meu coração sufocará menos.

— A senhora Eulina e Kath estão à caminho. Presumo que poderá enfrentar tudo com a presença de ambas — Pigarreia, usando de tom formal sem que seja preciso e eu assinto, incomodada com o que dissera.

Enfrentar tudo? O que está querendo dizer com isso?

— É sigiloso, senhorita.

— Nunca o perdoarei por isso, Travis. Não vê que estou em ruínas, aqui?

— Sinto muito.

Mordisco o lábio inferior, com um nó na garganta e os dedos congelados por puro nervosismo. É como se neste momento, meu corpo gritasse pelo seu e, num arrepio, sinto que algo está fora do lugar. Fora de órbita. Há um peso em meus ombros que conduzem lágrimas aos meus olhos; um respirar carregado que machuca a minha alma afundada em silêncio.
Ouço palavras mudas e vazias, mas não perco-me nelas; apenas em feridas recentes que abrem-se pouco a pouco em meu peito e sangram de forma lancinante.

Meu Klaus...

Preciso ter fé. Apenas mais um pouco de fé.

— Aria? — Ouço me chamar e não tenho certeza, mas acho que é a vovó Eulina. Ainda estou absorta demais em pensamentos para iniciar alguma conversa.

— Beto chamou por reforços há poucos minutos e o departamento de polícia ainda não tem notícias. Irei até eles.

Desperto-me quase que instantaneamente dos meus devaneios e então, levanto-me, convicta de que devo estar presente e ajudá-los.

— Leve-me junto, Travis

— Não posso, senhorita — Lamenta, virando-me as costas e vovó abraça-me juntamente com Kath ao notar que eu o seguiria.

— Leve-me até ele, por favor! — Imploro ao vê-lo sair porta à fora e debato-me nos braços das duas, inconformada com toda a situação e tentando segui-lo.

— Precisa de um banho para se refrescar, querida — Murmura vovó, incitando-me a ir até o quarto e assim eu faço, deixando que me guie até a banheira — Ele é forte e irá voltar para nós, não se preocupe.

— Nada irá me acalmar até vê-lo aqui, bem e enchendo-me com suas investidas cretinas.

Ela sorri fraco e deposita um beijo em minha testa.

— Termine o banho, hum? Prepararei uma sopa — Murmura, com a voz abafada e eu assinto, pesarosa.


•••

MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora