MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]

35 • [Say You Love Me]

[...]
Só diga que me ama, apenas por hoje
E não me dê seu tempo, pois não é a mesma coisa
Quero sentir as chamas queimando quando diz meu nome
Quero sentir a paixão percorrendo meus ossos
Como o sangue em minhas veias
Jessie Ware

~•~

KLAUS:

Após Aria desligar na minha cara, analisei a pequena ferida que adquiri no punho quando o bati forte e propositalmente na parede do meu apartamento, na nossa discussão.

Estava latejando, pois, quando ela mostrou-se irredutível ao celular, acabei batendo-a novamente numa mesa.

Mas não era nada doloroso, ao contrário da agonia incessante em meu peito.

Aria está tão diferente... Magoada, na verdade.

Ela era tão doce e atenciosa, arrancando-me sorrisos e gargalhadas estridentes com seu jeito espontâneo, mas agora... Parece querer me ferir na mesma intensidade com a qual a feri.

E isso dói. Mas eu compreendo.

Quando forcei-me a dizer que não a amava, tive que fazê-lo com maestria, esboçando feições impassíveis, como se tais ações, palavras e sentimentos não importassem. E fui bom nisso. Tanto que assusta.

O desejo que eu tive de protege-la, sendo capaz de deixa-la viver sem mim para poder ser feliz, me assusta.

Aria tem que ser feliz. Independente se comigo ou não.

Mas não vou deixar de odiar o que eu fiz, pois, querendo ou não, há uma parcela de culpa minha em toda essa agonia. Porque não disse e, confesso, fui covarde ao dizer a verdade quando tudo o me pedia era que não a escondesse.

E agora ela realmente acredita no meu desprezo.

•••

Pousamos em Veneza às onze da noite, seguindo o fuso horário da Itália que são aproximadamente seis horas de diferença para Boston, onde obviamente o sol ainda está se pondo.

Evan e sua secretária, Kim, de trinta anos, nos acompanhou no mesmo voo como previsto e seguimos para o mesmo hotel, onde cada um permaneceria numa suíte até a reunião de amanhã.

Joguei-me no sofá após dar a gorjeta ao camareiro, que insistiu em trazer a minha mala e afrouxei a gravata; ligando o som em altura ambiente numa música lenta e fechando os olhos a fim de apreciar a letra.

Ultimamente as minhas noites não têm sido boas, ao julgar pela ausência de Aria e todo o problema que nos cerca.

E falando nela, preciso que esses dias passem voando, porque com a distância não posso fazê-la me ouvir. Não com a sua insistência em recusar todas as minhas chamadas.

Pergunto-me onde ela está a essa hora em Boston, se com Alana ou vagando por aí, para espairecer.

Levo as minhas mãos até as têmporas, inconformado comigo mesmo.