Capítulo Oito

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Aria está cabisbaixa.

Penso que ainda há muitas coisas que deveria me contar, mas não lhe pergunto nada.

— Muitas coisas ruins já aconteceram comigo.

— Coisas ruins acontecem com todo mundo, Aria. Você não é a única. — Digo, com meu modo severo de ser e ela se encolhe.

— É claro... Você poderia me deixar sozinha?

— Aria...

— Eu não disse nada daquilo para que sentisse pena de mim, senhor Gallagher. — Ela está brava, e sei que é com razão.

Não deveria fazer tão pouco das suas dores.

— Não estou dizendo que foi essa a sua intenção.

— Ótimo. Porque ninguém mais do que eu despreza esse sentimento. Isso não muda nada, e só faz com que eu me sinta pior. — Desabafa, ainda com certa raiva carregada em sua voz. — Argh! Sentimento mesquinho e humilhante. — Completa.

— Não sentiria pena de você. — Assim que digo, ela me fita. Sei que fui convicto demais, só que isso não parece a incomodar.

— Você é incapaz de sentir alguma coisa. É vazio. — Ela tira sua mão debaixo da minha e cruza os braços.

— Me esculachar não adianta porra nenhuma, Aria.

— É claro.

— Eu não sentiria pena, porque não merece isso. Você enfrentou muitas coisas desde cedo, e mesmo que tenha andado por um caminho torto, a acho de certa forma, forte.

Aria fica em silêncio por alguns instantes e então, vejo-a secar uma lágrima que escorregou pela sua face.

— Obrigada. Acho que essa é a coisa mais bonita que já me disse desde que nos conhecemos. — Ela sorri. Uma pequena linha fina em seus lábios, mas ainda assim, um sorriso.

— Não sou bom em dizer coisas bonitas.

— Deveria. Você fica mais suportável quando as diz.

— Estava demorando para você mostrar as garrinhas.

Ela ri e consequentemente, rio também.

— Ainda não me sinto pronta para falar abertamente sobre tudo, mas quero que saiba que quando estiver, será o primeiro.

Fico um pouco tenso.

Aria está arrepiada, e tenho a sensação de que algo pior do que Freira Marienne já aconteceu com ela.

Fico agoniado só em pensar.

— Está bem tarde. Deveria tentar dormir agora. — Despeço-me e ela se deita.

Cubro o seu corpo com um edredom.

É uma tentação ver que ainda está com apenas a minha camisa.

Saio do quarto um tanto contente, por nós estarmos nos resolvendo.



ARIA:

Durmo tranquila depois que Klaus sai do quarto.

Nós dois finalmente estamos entrando nos eixos.

Acho que agora as grosserias, de ambas as partes, serão deixadas para trás.

No dia seguinte acordo cedo como de costume.

Espero Rosana na sala, para ajudá-la a fazer o café da manhã.

Estou usando um vestido floral até o joelho, soltinho.

MEU AMOR SÓ TEU [em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora