Antes de entrar na loja de doces, pude ouvir uma buzina apressada. Já sabendo de quem se tratava, continuei meu trajeto. As prateleiras estavam abarrotadas de trufas, bombons diversos, de tamanhos e recheios variados. Meus olhos brilharam insistentes em tudo, um sorriso tipo Coringa surgiu em minha face.
- Porquê não me esperou? - ele não me surpreendeu, muito menos me tirou o sorriso.
- Ah, desculpe se não queria ficar assistindo seu debate de como a Clark não precisa trabalhar, porque é uma estúpida mimada. - continuei rindo, catando trufas de morango e pondo na cestinha.
- Eu não disse isso. - sua voz parecia ter um quê de ressentimento. - Olha pra mim.
Suas mãos viajaram para minha cintura, trazendo-me pra perto. Ok, aquilo foi constrangedor, eu não sabia o que dizer quando ele me olhava daquela forma intensa. Seus olhos eram tão cristalinos, tão... tão... Talvez eu estivesse perto demais, tentando descobrir suas cores...
Um som agudo vindo de minha bolsa, me fez sair do transe e me afastar. Mas que merda foi essa? Porquê me aproximei tanto do Henry? Abri a bolsa toda estabanada, tentando pescar o IPhone no meio daquela baderna. Vi o nome do Theo brilhar no ecrã. Ai, maravilha. Deixei a cestinha na prateleira e andei alguns passos para fora da lojinha.- Diga. - atendi sem vontade.
- Ora, ora. Pensei que algum cara fosse atender novamente.
- Ah, agora não. - ri um pouquinho. - O que você quer?
- Escuta só C. Você não poderia ter feito o que fez. Todos estão comentando isso, ficou feio o negócio. Quem diabos foi aquele cara que atendeu a ligação?
- É minha vida. E faço e falo o que quero.
- Nota-se. Não à toa está onde está.
- Pode ir se foder.
- Está brava porque estou indo nas festas? São só festas, com pessoas que conhecemos.
- Não é só isso. Você não age como um namorado. Não conheço metade das pessoas que estão nas suas fotos, e aliás, porque se irritou por eu ter saído, são só festas não é mesmo?
- Porque não sei nada de onde você está. Nós somos namorados, não nascemos grudados, isso não me impede de ter amigos e me divertir. Mas não quero discutir, você está abalada, conversaremos quando você voltar. Agora, quem foi o merda que atendeu a ligação?
Cansei. Juro que cansei. Não lhe devia mais satisfações, se ele estivesse na minha frente, levaria um belo chute nos colhões.
- Ah sim. - dei uma risadinha bem safada. - Meu primo, um porra de um gostoso. - suspirei derretida, de propósito.
Ainda pude ouvir seus berros, antes de desligar o telefone em sua cara. Me virei rindo, parando no lugar quando vi Henry, apoiando um braço na entrada. Seu olhar era febril e ele mordia o lábio, prendendo um sorriso que suas covinhas denunciavam. Acalmei as risadas, mas ainda mantive o ar divertido.
- Então eu sou gostoso?
- Não te disseram que é feio ouvir a conversa alheia? - perguntei com bom humor.
Tentei passar por ele, mas fui impedida.
- Feio é me usar pra causar ciúmes no namorado chifrudo. - dessa vez ele não sorria tanto, parecia incomodado com alguma coisa.
E então comecei a rir novamente.
- Desculpe por isso. - falei. - Mas só pra constar. Você é mesmo gostoso. - essa parte falei bem baixinho perto de seu ouvido.
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UMA NOVA VIDA
FanfictionClark Everett tinha tudo que uma garota de vinte anos poderia querer. Carro importado, um namorado bonito e rico, viagens... Tudo o que o dinheiro da única herdeira de um dos maiores impérios do cosmético pudesse comprar. Mas o que aconteceria se ao...