Capítulo IX

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Endireitei minha postura, ele me ofereceu a mão para levantar, que larguei tão logo estava ereta. Andamos a passos rápidos de volta.

- Obrigado por... Por ter encoberto a Delih.

- Nada. - meti as mãos nos bolsos.

O clima tinha o mesmo tom de desconforto do carro, muito estranho.
Logo a casa estava próxima. Fui até o quarto da Gloria, peguei uma toalha, calcinha e um vestido floral. Antes do banho, passei na cozinha e tomei outra aspirina, já sentindo-me quase cem por cento do resfriado. Entrei no banheiro e a primeira coisa que vi, uma calcinha embolada em cima do vaso sanitário. Argh. Franzi os lábios com nojo e fui atrás do responsável por aquela sujeira.

- Henry. - abri a porta do quarto sem bater.

Henry estava de costas, nuzinho como veio ao mundo!

- Ai minha nossa! - pus a mão nos olhos, mas seu traseiro não escapou da minha vista antes disso.

Pude ouvir uma gargalhada.

- Me desculpe por favor.

- Relaxa Clark.

Sua respiração bateu no meu rosto suado de vergonha. Ele estava muito próximo, oh Deus, não.

- Pode olhar. - sua voz ainda tinha um toque de humor.

Retirei minha mão com cuidado, temendo que ele ainda estivesse sem roupa. Mas agora uma toalha pendia de sua cintura, mostrando as linhas em V que desciam para o que a toalha escondia. Suei frio, porque raios estava pensando nisso? Pare já com isso! Repreendi-me.

- São as tatuagens de novo? - sorriu torto, me provocando.

- É... Ahn... Tem uma... Uma calcinha no banheiro.

A ficha foi caindo e ele ficou sério. Era engraçado.

- Puta merda.

Correu dali para o banheiro. Revirei os olhos, sabe Deus porquê, o acompanhando. Fiquei na entrada do banheiro, esperando ele sair.
Ele sorriu amarelo com o pano nas mãos. Ao menos alguém aqui transou. Acho que até a Anna transa e eu não. 
Fiz uma cara estranha por conta dos meus pensamentos, escapulindo para o banheiro, assim que ele saiu. Precisava de um banho e de me aliviar, senão em breve estaria apertando as pernas e isso não passaria despercebido ao olhar afiado do meu primo postiço. Me tocar era tão fácil, mas a droga do Henry nu invadiu meus pensamentos, e isso não podia se tornar um hábito. Não podia. Tentei mudar o foco, nem deu muito certo, pressionei mais meu ponto para atingir logo o orgasmo, droga. Me segurei na parede quando minhas pernas perderam a força, buscando o ar que se esvaiu dos meus pulmões. Estava suada demais, então me enfiei debaixo do chuveiro, deixando a água encharcar meu cabelo e minha pele. Demorei mais do que pretendia. Me troquei lá dentro mesmo, enrolei a toalha na cabeça e saí. Levando um susto com Henry na porta.

- Pensei que tinha morrido.

Corei violentamente com o comentário. Lembrando de novo, do seu bumbum pequeno, mas bem desenhado e branco, do tipo que você morde com vontade. Não sei que expressão meu rosto demonstrava, sei que ele riu sacana e eu fugi rápido. Servi um copo de iogurte e algumas torradas com manteiga de amendoim. Comecei a pensar na minha não vida amorosa com Theo e achei que já chegava daquilo. Ele estava todo cheio de razão, me cortou valendo, está se divertindo, não procura por mim, achava que lhe devia satisfações quando não devolvia o ato. Vá a merda. Decidida, liguei para ele, que atendeu no quarto toque.

- C. Eu disse que vamos conversar quando você voltar. - pude ouvir risadinhas femininas ao fundo e isso me irritou até o dedo mindinho.

- Você não é ninguém para me dizer o que fazer. A partir de agora não é mais nada para mim. Acabou. Continua se divertindo, já que é um cara solteiro.

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