Em uma manhã tempestuosa de 27 de Novembro, 2015, Emmat acordara com o barulho da porta abrindo. A porta de cor prateada, ocupava as paredes brancas da sala oval. A menina havia 17 anos, 1,54 de altura, cabelos curtos e a pele, pálida - resultado de não adotar uma alimentação correta. Os olhos sofriam de herectomia e antes de parar naquele lugar, usava uma lente para esconder o olho acinzentado.
Mas agora, ela deveria se preocupar mais no que acontecia ali do que no olho cinza...- Bom dia, paciente Winters. - O guarda sorriu para a jovem.
Emmat não respondeu o guarda, mas deu um sorriso mesquinho.
- A Sra. Frait deseja vê-la. Arrume sua cama e espere na porta para a revista. - O guarda joga um par de roupas e sapatos por baixo da abertura da porta. - Vista isso.Emmat agradeceu e recolheu os itens. Mas depois que ele saiu da porta, Emmat gritou de raiva e atirou as peças de roupa e os sapatos na parede. Desejava nunca ter feito aquelas coisas para estar ali.
Com muita falta de vontade, ela arrumou sua cama e vestiu-se. Amarrou os cadarços chorando, e cada gota que caía sobre o couro gasto mostrava um pouco da sua angústia. Penteou seus cabelos curtos - mortos -, enxugou as lágrimas na manga da camisa e esperou na porta para ser revistada.
O guarda anterior foi em direção de Emmat e ordenou que encostasse na parede.- Parece que vou sentir um pouco de saudade de passar a mão nesse seu corpo. - O guarda, agora com um olhar obsceno, desceu as mãos na bunda de Emmat.
- Vá se foder - ela deu um tapa na face do homem.
- Escute aqui - o guarda se irou e travou uma das mãos no pescoço da menina - se você se atrever a me dar mais alguma de suas gracinhas, vou ser obrigado a te espancar.Emmat, assustada e sem defesa, se calou e deixou uma lágrima escapar.
-
Não fique triste querida, - o guarda limpou a lágrima e acariciava seu rosto, lentamente. - prometo ser cuidadoso com suas curvinhas. Agora, me siga, e ai de você falar alguma coisa para a Sra. Frait.
Emmat seguiu o guarda, subiram escadarias e andaram por corredores até chegar na sala.
A sala era azul e continha alguns móveis e telas ao redor, onde se sentou em um sofá branco. Rose Frait chegou alguns minutos depois; era ela que gerenciava as fichas dos pacientes do Centro de Tratamento San Martinno (um centro que tratava viciados químicos e loucos) e trazia uma pasta nas suas mãos.
-
Obrigada por ter vindo até aqui, Srta. Winters. Preciso conversar um pouquinho com você. - Rose deu um pequeno sinal para que o guarda saísse. - Bem, você sabe que sua mãe parou de financiar seu tratamento... certo?
- Sim. Você me avisou isso semana passada. - Emmat abaixou a cabeça.
- Isso quer dizer que não podemos pagar seu tratamento, e como sua sentença ainda está um pouco longe de ser decretada, temos uma proposta para você.Emmat ficou em silêncio.
- Bem... iremos te enviar para um centro gratuito, onde irão reiniciar seu tratamento. Assim, iremos ter certeza de que ficará bem até a sentença for confirmada. - Rose sorriu.
- COMO ASSIM? - Emmat berrou. - Vocês não podem me tirar daqui, muito menos reiniciar a porra do meu tratamento! Eu não vou aceitar isso. Sabe que meu quadro foi considerado um dos piores! - Emmat foi para cima de Rose.
- Srta. Winters! - Rose deu um tapa na cara da jovem, deixando uma marca. - Você tem que ir, por bem ou por mal. Qual escolhe?Olhando para o rosto de Rose, Emmat avançou em cima da mulher, derrubando um vaso de cima da mesa de café. Ela arranhou o rosto dela e tentou mordê-la, porém o guarda usou uma arma de choque e só se ouviu o barulho da queda de Emmat. Rose, bastante horrorizada com a atitude da paciente, se levantou e chamou mais três guardas para colocarem Emmat no furgão e realizar a transferência.
- Quero que tenham muito cuidado com ela, eu não quero mais problemas com pacientes neste centro. - Rose se redirecionou aos guardas responsáveis pelos incidentes passados. - E se puderem, enfaixem essas marcas no corpo dela e digam que ela mesmo as provocou.A chuva havia engrossado justamente no momento em que puseram o furgão na estrada. Se isso é um mal sinal? Talvez.
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Dream Needles (Romance Lésbico)
Romance"Eu a soltei, então, pelos pulsos, e subi as mãos pelos seus braços, escorregando-as lentamente. Prendi-a ao meu olhar misterioso e pressionei o seu corpo ao meu. Uma das minhas mãos subia a sua nuca, entrelaçando meus dedos ao cabelo escuro. Abaixe...