Uma ocasião para Luna (1-1)

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- Preciso que me diga sobre aquela garota de hoje, Luna. - Violet, a atendente gordinha da loja começou a andar sem direções na minha frente.
- Violet, eu não sei quem é! Trocamos algumas palavras, só em respeito das roupas. Pra quê esse desespero?
- Luna, ela fugiu de um centro psiquiátrico. - Finalmente, ela havia parado na minha frente. - Não vê nas reportagens dessa semana?
- Não assisto televisão.
- Deveria. Estão oferecendo muito por ela caso a encontrem. Você precisa achá-la! - Violet foi para o balcão, pegou o celular e deslizou o dedo no touchscreen. - Está vendo? É ela mesma! Você não está interessada neste dinheiro todo?
- Não. Ela tem algo a mais, que... sabe - Disse para Violet gesticulando as mãos sobre as peças de roupas -, dinheiro nenhum a faz me entregar para um bando de burgueses armados. Sabe o que quero dizer.
- Ah, Luna... você não vai fazer isso de novo com uma garota. Sabe que tive investir da última vez o meu dinheiro para tirar você da cadeia - Violet fica irritada comigo.
- Mas dessa vez, posso fazer dar certo. Ela não pode aparecer para os mocinhos, se não é presa. Pode ser uma ótima cobaia; e Violet, Madamm Cruiz iria ver que tenho potencial pela primeira vez em praticar Mary Vencil. - Brilho os olhos para Violet. - E, depois, você entrega a vagabunda pra polícia se quer tanto a grana assim.
- Ótimo Luna. Mas me prometa; quero a menina impecável. - Ela tirou os óculos. - Se puder reverter a sua arte eu agradeceria.
- Ok. De qualquer modo, eu já iria limpar a sujeira. - joguei um sorriso malicioso no rosto e continuei dobrando as peças do balcão.

Algumas semanas atrás-

- Me desculpe, Piettra, mas a Madamm Cruiz recusou os seus últimos cartazes que você propôs aqui. - O guarda me olhou seriamente com pena.
- Mas, não posso pelo menos deixar algum recado pessoal? Por favor - imploro -, essa irmandade é tudo para mim.
- Tudo bem. Eu te levarei até lá. - Interrompi-o dando um empurrão.
- Eu sei onde fica o Ministério, filho da puta.

Subo as escadas que levam ao Ministério onde Madamm Cruiz está - provavelmente estaria em cima de um pentagrama dando o cú pra qualquer um que entrasse. Sem pedir alguma autorização, empurro as portas e lá está ela. Madamm está com uma taça de vinho branco e um cigarro na sua boca. Um vestido e um salto totalmente pretos colavam no corpo da mégera quando ela me viu e fez barulho com os saltos.
- Quem deixou essa trombadinha entrar no meu Ministério? - Madamm se dirigia ao guarda que desprezei no portão um pouco antes.
- Madame, sei que deveria avisá-la, mas a s...
- Se sabe que deve, por quê não cumpriu seu dever? - Ela diminui a raiva quando me vê. - Olha, eu não quero você aqui, Luna.
- Madamm, eu preciso falar com você. Por favor, me dê uma chance!
- Você sabe que te dei uma, e você a jogou fora. A desprezou, como se fosse um papel que você limpa essa boca depois de um boquete.
- Madamm, eu não q...
- Não quero explicações! Você sabe que fui bem clara quanto a última vez. - Cruiz andou até mim e agarrou meu queixo, o que me fez arrepiar. - Você não tinha uma cobaia para manipular as transmutações de Mary Vencil da última vez e tive que me desculpar a todos os doze diáconos.
- Mais Mad...
- Sem mais! Amanhã farei questão de retirar seu símbolo de "Pironesa" da Sociedade Oculta Satânica M...
- DIABOS, MADAMM, QUE MERDA! - Grito. - VOCÊ NÃO ACEITA EXPLICAÇÕES? ENTÃO O QUE ME DIZ DE 2014?
- Não se atreva! - Ela apontou o dedo indicador para mim. - Eu estava embriagada, e você sabe disso.
- Se deitar com um diácono de outra sociedade não é bem visto para o mundo, sua desgraçada. - Eu levanto a voz cada vez mais. - Sabe que não tem isso também. Atrasou-se na cerimônia porque estava lavando esse seu rosto melado de rímel de tanto transar e levar porra na cara com Franceth. Eu guardo tanta coisa impura vinda de uma suprema igual a você, que suga a alma das jovenzinhas à noite para ficar jovem. Fora isso - ando e miro meu olhar ao dela -, você não passa de uma prostituta.
- Cale a boca, CALE A PORRA DA SUA BOCA! - Madamm me deu um tapa no rosto que faz meu queixo estralar. - Se você quer a droga da sua chance, está aí. - Ela enxuga as lágrimas dos olhos tentando evitar que a maquiagem borre. - Mas, se você me decepcionar novamente, eu vou arrancar as suas pernas e você nunca vai ter desejado ter nascido.
- Continue me ofendendo assim, pequena prostituta. - Continuo debochando de Madamm Cruiz. - Pequena prostituta, pequena prostituta... prostituta. - Repito e assisto Cruiz abaixando a cabeça chorando sem defesa, e me retiro do Ministério rindo.

Dream Needles  (Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora