O Diário das Almas (3)

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(21 de Abril, 2015)

Eu prometi para mim mesma que não iria mais atacar os funcionários, mas acho que não deu muito certo. Na maioria das vezes, fiquei torcendo pra que algum entrasse para fazer um estrago com ele. Mas nenhum entrou até agora, devem ter sentido que estou tramando; ou me temendo. Acabei de voltar do consultório e meu psiquiatra me disse que o meu tratamento estava ótimo! Isso me animou bastante. Ele é um homem super legal, já contrabandeou um picolé pra mim e alguns doces. O nome dele é Jimmy Bouhier e seu sobrenome é muito interessante - já que é francês -, e se não me engano fez sua faculdade por lá mesmo. Eu sempre tive uma queda por ele, mas acho que não daria certo uma louca se relacionando com um médico. Ou será que daria? Ainda preciso descobrir isso. Mas, voltando ao assunto, faz tempo que não escrevo aqui. Os guardas estiveram fazendo vistorias a todo tempo, e isso é enjoativo. Me responda: é coerente eles fazerem vistorias a cada cinco minutos porque alguém roubou um livro da biblioteca?
Felizmente eles não acharam você. Gosto de escrever e desenhar nas últimas páginas desse livro como um passatempo, e me destraio nas minhas 8 horas vagas do dia. A alfabetização é bem útil, mas não presta depois do 5° ano.
No entanto, ainda sinto algo pelo meu psiquiatra. No meio da noite, eu tenho muita vontade de me masturbar pensando nele e naquela barba roçando na minha bunda, e naquele silêncio que me abrange, penso que é recíproco. E, suspeito que tenham percebido isso, pois Jimmy me receitou remédios que possuem efeito colateral a quebra de sentir prazer. É entediante, mas eu não posso parar de tomá-los. Amanhã irei pedir ao Jimmy me dizer qual remédio naquele pode me deixar louca e dopada em troca de um favor.

Dream Needles  (Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora