Dream Needles (Romance Lésbico)

Emmat e seu Mundo (2)

O velho acelerou o carro e passou para a primeira marcha. Olhei para todos os lados em busca de informações para analisar com quem realmente estava me metendo; havia um porta-cigarros de veludo e um enfeite de dançarina hula-hula no painel. Mal pude analisar o interior do carro, pois o velho começou a conversar comigo.

- Ei, mocinha,de onde está vindo? - O velho deu uma risada, mostrando os dentes amarelados.
- Venho dos meus avós, e estou voltando para casa. - menti.
- Uma garota como você parece mais em busca de aventuras.
- Sou uma moça criada em família, senhor. - Puta merda, ele está certo - E você, tem nome?
- McGowan. Nicholas McGowan. E o seu?
- Mary Paul. - menti novamente.
- Paul... interessante. Você é virgem? - Nicolas agora, passou a me encarar e tocou no câmbio, deslizando sua mão suavemente até chegar na minha coxa.
- Sim, não seria bom pra você ser minha primeira vez. - Movi a perna pro lado para me livrar da mão boba - Não é mesmo?
- Tem razão. Você é bem inteligente. Puxa um cigarro aí, se você fuma, é claro.

A nicotina entrou em meus pulmões pela primeira vez em três longos anos, e me senti viva. Sentia todos os meus prazeres à flor da pele. Me lembrei de Jannet, a garçonete que me apaixonei no Tenessee. Jannet era ruiva, possuia olhos cor de avelã e era magra. O que mais me atraía era sua cintura larga e os lábios de cigana - devaneios e misteriosos - que me deixavam boba. Posso dizer que em meio à brincadeira de descobrir como seria meu futuro marido, acabei gostando de mulher!
Jannet abandonou o serviço e vivíamos pedindo trocados e esmolas. Também fazíamos algum tipo de serviço sujo, como entregar drogas, roubar carros, fazer pequenos furtos e até mesmo um boquete - mas nada de sexo. Não nos prostituíamos.

Nicholas McGowan colocou uma música para curtirmos, afinal, estávamos em plena estrada, trocando palavras e nicotina; quem mais faz isso nos dias de hoje?