Paixão Avassaladora

CAPÍTULO 8 - POV RYAN

Grávida? Não é possível.

Acho que eu já estava mais do que vermelho quando consegui me recuperar do susto e a cara que Elena estava, deixava claro que ela não estava nada feliz com minha reação e também assustada sobre como nossa relação iria ser conduzida dali em diante. Não me entendam mal, eu quero esse bebê, eu já sou pai não é? Porque o pai dos meus sobrinhos nunca apareceu, então digamos que eu já tenha esse papel de pai e estou feliz por Elena estar grávida de um filho meu.

Só acho que está cedo demais, Elena ainda não confia em mim e eu vi minha irmã quando engravidou de David, os hormônios faziam com que ela visse coisas esquisitas, onde não existiam coisas esquisitas e a minha adorável namorada já faz isso sem estar grávida. Não quero nem pensar no que ela vai fazer agora que está.

- Está se sentindo melhor? - A voz hesitante dela buscou minha atenção enquanto eu ficava só de regata. Estava um calor inexplicável.

- Estou sim. Eu fiquei surpreso com a notícia.

- Foi bastante notável. - Ela parou de me encarar. Ela estava preocupada. Me ajoelhei na frente dela.

- Quando descobriu?

- Eu já desconfiava há algumas semanas. Tive enjoos e todos os outros sintomas, mas achei que fosse só estresse. Até Lara me obrigar a fazer um exame hoje pela manhã. - Explicou.                         

- Entendi. Então foi por isso que você estava vomitando nessa madrugada e também hoje pela manhã? - Indaguei e ela pareceu estar assustada.

- Você viu?

- Elena você é minha namorada. Eu conheço você. Vi você levantar e ouvi você vomitando. E hoje de manhã, eu vi você vomitando. Mas você não queria me contar, eu respeitei seu espaço. - Eu sabia que tinha algo errado, mas se ela não queria me dizer não era eu que iria forçá-la. Então esperei para que ela viesse conversar comigo. Mas não esperava que fosse pra dizer algo como isso.

- Eu não esperava que você fosse reagir assim.

- Assim como?

- Parece que eu te dei uma sentença de morte.

- Elena, eu te amo. E estou feliz pela notícia, mas fiquei assustado com a velocidade que aconteceu.

- Ryan, a gente parece coelho. Fode por segundo. O que você esperava? - Tive que rir. Ela é maravilhosa. Ela riu comigo. - Estou com medo. - Revelou e olhou para os dedos.

- Amor, não precisa ficar com medo, vamos fazer isso juntos. - Levantei seu rosto pelo queixo e olhei fundo nos olhos grandes e brilhosos. - Vamos ser pais, pode imaginar o quão louco isso é? - E então ela riu e eu a acompanhei. E a felicidade sem tamanho se apossou de mim. Eu amo essa mulher e agora teremos um pedacinho de nós pra amar também.

TRÊS MESES DEPOIS

- Ryan, eu estou bem! Pelo amor de Deus! Foi só uma tontura boba. - Reclamou comigo. Pela centésima vez e ainda eram 10h da manhã. Eu não sei como o Júlio consegue dirigir com todo barulho que ela faz.

A Elena já é louca sem gravidez e agora com gravidez ela está num nível ainda mais alto de loucura. Hoje fomos fazer ultrassonografia, mas o nosso bebê resolveu esconder as caras e não nos mostrou se é uma menina ou um menino. E a Elena xingou a médica de todos os piores nomes dizendo que ela não estava olhando direito. E agora a médica não quer mais examina-la. Teremos que achar outra, porque minha noiva é pirada.

Você deve estar se perguntando: Noiva? É, noiva. Eu pedi ela em casamento porque eu queria e também porque ela estava prestes a me matar. Mas eu a amo e ela me faz imensamente feliz.

- Elena, eu só quero garantir que está tudo bem com o meu filho.

- É meu também! A xoxota que vai se expandir pra ele passar é a minha, seu pau não vai se abrir no meio. Então cala a boca! - Viu? Eu estou tendo náuseas com a possibilidade do meu pau se abrir no meio.

- Lembre-se que a doutora disse que é pra você tomar cuidado com os estresses.

- Eu quero que ele enfie todas as sugestões dela no...

- Olha a boca, Elena. - Reclamei.

- Enfim, eu não sou uma pessoa estressada. Eu sou calma. Você que me tira do sério com sua cara de banana!

- Meu Deus! Estou certo de que eu não mereço isso! - Suspirei cansado.

- O que você disse Ryan Williams?

- Que estou certo de que eu te amo. Minha linda!

- Foi o que pensei.

O caminho até eu deixar ela no trabalho, foi desse jeito. Ela me insultava, me batia e depois me beijava. Eu já estou a ponto de enlouquecer. Ela é muito difícil, você não sabe pelo que estou passando, ela acaba comigo. Semana passada ela me fez ir atrás de melancia ás 3h da madrugada e me ameaçou com um sapato, dizendo que eu só devia voltar quando tivesse com a melancia nas mãos e eu cheguei as 5h, porque desisti de procurar e bati na porta de minha mãe. Sabe o que ela fez? Disse que havia passado a vontade. Quando Júlio me deixou na porta do prédio onde eu trabalho, Richard me viu e já veio rindo da minha cara.

- Por acaso tenho cara de palhaço? - Perguntei furioso.

- Tem cara de idiota mesmo! - Riu.

- Vá se foder!

- Opaaa! Calma lá! Quando eu te pegava você não era tão estressada.

- Vai pro inferno! - Pegamos o elevador juntos.

- Faz quanto tempo que você não dorme? Ou transa? - Aí ele mexeu no ponto fraco.

- Eu transei na semana passada se quer saber.

- Pra quem costumava transar todo dia Williams, você está bem fodido.

- Ah, Richard. Você também não está transando. Lara está muito ligada no vestido do casamento.

- Vá se foder! - Tive que rir. Dois fodidos: um de casamento marcado e outro que vai ser pai. O elevador nos deixou no último andar e entramos na minha sala. Sentei em uma cadeira e ele sentou em outra, assim ficamos de frente pro outro.

- Richard, ás vezes você não sente falta de quando tudo corria devagar? Tudo era no tempo certo, sabe?

- Ás vezes, só ás vezes, eu sinto falta disso. Lara me deu um sentido, sabe? Algo que eu não tinha. Eu vivia sem saber como era bom dormir com as pernas entrelaçadas nas de alguém.

- No meu caso, ela me usa como um travesseiro. Acomoda a barriga na minha, a cabeça no meu peitoral e se apossa das minhas pernas. - Sorri ao lembrar exatamente do jeitinho possessivo que Elena andava dormindo comigo por esses tempos.

- Estamos fodidos, Ryan.

- É cara, completamente fodidos. - Rimos.

.....

Naquela noite, ela já estava sonolenta quando disse que me amava mais do que qualquer coisa e me apertou como se quisesse que eu nunca a soltasse. E eu não iria fazer, jamais a soltaria.