CAPÍTULO 15 POV ELENA

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Desabafo.

Amores, sei que é chato ler aviso toda hora mas esse é importante. Talvez Paixão Avassaladora seja meu último livro. Estou muito triste em dizer isso. Mas espero que meu coração me dê a decisão certa.
Beijos e boa leitura!

P.S: Toma-me está disponível porém não sei se vou continuar.

Minha doce Elena.

Espero que Cris tenha te entregado essa carta no momento certo. Eu não pretendia escrever, mas me dei conta de que talvez você precise saber o quanto sou feliz pela mulher que você é. Você é quem eu nunca me permiti ser: corajosa.

Eu deixei que seus avós me amarrassem e só me rebelei quando casei com seu pai indo contra tudo o que eles desejavam para mim. Deixei que seu pai te afastasse de mim e não fiz nada pra mudar isso a não ser permitir que você dançasse escondido, eu deixei você passar muito tempo sem a presença materna por medo do seu pai. Eu fui covarde em toda a minha vida, mas você não.

Você, filha. Segui seu sonho de ser dançarina. Você lutou por tudo que tem, mesmo ouvindo tantas coisas desagradáveis. Você é uma mulher de coração tão bom, mesmo com tudo que te causei, você me ama. Vi em seus olhos. Você fez suas escolhas. Aprendeu a ser forte por você e por quem precisasse, você é maravilhosa e sei que deve ter medos e se sentir covarde as vezes, mas saiba que não é: você é corajosa, a menina mais teimosa que conheci.

Enfim, eu espero de todo meu coração que você seja imensamente feliz. Eu sou mais do que orgulhosa da mulher que você se tornou: eu sou muito feliz por você ser quem é. Eu te amo.

Sua mãe, Anna Young.

Eu não sei quantas vezes li aquela carta. Eu lia e chorava e nunca era o suficiente. Por fim, Ryan pediu minha permissão pra guarda-lá e mesmo relutante, eu deixei que ele guardasse, afinal já fazia uma semana que minha mãe havia ido e eu ainda não havia conseguido compreender. Katherine ligou para mim hoje, perguntou se podíamos conversar e eu disse que a esperaria para um chá da tarde, ela deve estar chegando em poucos minutos. Termino de preparar o chá e coloco na mesa de centro da sala de estar. O berço portátil das gêmeas estava próximo ao sofá e elas duas dormiam serenamente. Katherine finalmente chegou e sentou ao meu lado.

- Como você está se sentindo hoje? - Pergunta me analisando enquanto beberica o chá.

- Eu realmente não sei dizer. - Confesso.

- Eu pedi para conversar com você, porque eu sei da culpa que está sentindo. E Elena, não é culpa sua. Eu me culpei pela Grace, sabia? Na minha cabeça, eu achava que poderia ter feito mais por ela, quando na verdade eu não poderia.

- Eu só acho que eu poderia ter feito algo para mudar o meu relacionamento com ela, Kate e eu nunca fiz.

- Tudo é como tem que ser, minha querida. Pelo menos ela se foi com certeza de que você sabe a verdade e que agora, sabe o quanto ela te amou e tudo o que renunciou, foi por te amar demais. - Segurou minhas mãos. - Você é muito corajosa, Elena. Você tem lido aquela carta e tentado entender tudo desde o primeiro dia em que ela esteve em suas mãos. Eu não pude chegar perto em nada que era da Grace. Você é muito forte e eu sei que lá no fundo, sabe que a culpa não é sua. Não viva sobre esse remorso de que poderia ter feito diferente. Era pra ser assim e agora, você sabe.

- Kate, quanto tempo você acha que eu vou me crucificar por isso?

- Isso, minha cara, só depende de você. - Ela sorriu e então Grace chorou. - Ora vejam só, parece que tem uma garotinha querendo estar na conversa dos adultos não é? - Rimos.

Ela pegou Grace e levou-a para trocar a fralda. Eu fiquei lá sentada, imersa em pensamentos e então me dei conta de que Katherine estava certa. Eu precisava tirar essa culpa de mim e assim minha mãe estaria em verdadeira paz. Nós não tivemos culpa, foram as circunstâncias e ela me amava e eu a amo. E vou manter essa certeza por toda a minha vida.

1 mês depois.

A preparação para o meu casamento estava em alta. As meninas estavam com cinco meses, cada vez mais espertas e eram os xodós da casa. Eu ainda sinto muita falta da minha mãe, mas eu entendo que a vida é como ela é e que ela está me protegendo onde quer que esteja. Essa noite, Kate está passeando com as meninas e um estoque de leite para dar um pouco de privacidade a mim e ao Ryan. O que não é de todo ruim. Nós cozinhamos juntos, o que foi muito difícil com todos os amassos que nos dávamos no processo. Estávamos nos divertindo muito com a casa só pra nós dois e depois de comer, fomos para o jardim, foder. Foi muito gostoso lá, mas a gente não se deu por satisfeito. Voltamos para a sala de TV, onde eu joguei ele no sofá e tomei posse da sua Ryanaconda com minha boca.

- Ohhhh! Amor... Isso... Porra! Que boca gostosa do caralho! - Segurava meus cabelos possessivo enquanto eu bebia todo seu líquido.

Terminamos a noite no banheiro, depois nos deitamos na cama onde admiramos as estrelas pela janela e conversavamos sobre diversas coisas.

- Quero fazer mais um! - Ryan falou sobre a possibilidade de termos mais um filho.

- Doeu sabia? Foi pela minha xoxota que elas passaram. Porque da próxima vez você não fica grávido?

- Você conseguiu estragar o momento. - Disse ele com repulsa e eu ri.

- Se alguma estrela cadente passasse agora, qual seria o seu pedido? - Pergunto.

- Neste momento? Que eu não precise ficar grávido e que ela tire todas as imagens terríveis que estão rondando minha cabeça. - Rio.

- É sério, amor. - Falo sorrindo.

- Eu ia pedir pra que ela me desse vida e saúde para manter esse sorriso lindo no seu rosto e no das nossas filhas. - Olhei nos olhos dele e sorri.

- Eu te amo! - Digo e o beijo.

Eu acho que tudo está entrando nos eixos dessa vez.

Paixão AvassaladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora