CAPÍTULO 12 ELENA

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Morecos,

Um carnaval maravilhoso pra vocês! Espero que pra aqueles que gostam de curtir essa vibe em casa, meu livro sirva de companhia! RS

Love vcs, boa leitura!

Eu fugi. De novo. Mas não podia chorar na frente dele, não é? É meio complicado me entender, eu sei. Mas eu sou covarde e muito! Então, eu tenho que me esconder de todo sentimento que eu sinto que vai quebrar minhas barreiras. Por isso agi tão mal com Ryan, não sei lidar com ciúmes, com amor, com nada. Sou péssima pra relações, tenho que aprender a não fugir disso. Sendo com Ryan ou não. Bom, pelo menos uma notícia boa, não sei se mencionei, as gêmeas são bivitelinas, não são idênticas e a parte boa é que elas estão muito bem e crescendo saudáveis.

Entrei no meu escritório e me tranquei lá. Chorei até não poder mais e depois, quando estava mais calma, abri a porta e fui pra casa. Deixei um SMS pra Lara avisando que havia deixado a academia sobre a responsabilidade do meu segurança de confiança e que iria pra casa. A resposta do SMS veio logo e eu quase me bati por ser tão egoísta e pensar só nas minhas questões.

"Tá louca? Você tem a prova do vestido da madrinha! Não me diga que esqueceu!!!!"

"Realmente esqueci, desculpe, estou indo provar." - Mandei em resposta. E fui até a loja provar o vestido.

- Bom senhorita Young, o vestido está um pouco folgado devido a sua gravidez, achei que desta forma ficaria mais confortável e também se a barriga crescer um pouco mais não precisará de reajuste. - Então eu me olhei no espelho. Era um vestido lindo de renda rosa bebê, alguns cristais na gola que era em forma "V".

Fiquei com uma vontade de chorar imediata, poderia ser meu vestido de noiva se nós estivéssemos bem. Puta merda, Ryan! Antes que começasse a me descontrolar, tirei o vestido e agradeci a costureira pelo trabalho lindo que ela havia feito. Sai da loja com o vestido em mãos e fui direto pra casa. Dormi o resto do dia e só acordei porque senti Lara me chamar cautelosamente.

- Lena, Lena. Acorde, você tem visita. - Abri os olhos devagar e ela me olhava um pouco assustada.

- Visita? - Perguntei ainda sonolenta.

- Sua mãe e o Cris.

Levantei em um pulo. O que minha mãe queria? Corri pro banheiro, tomei um banho rápido e vesti um vestido longo confortável. Desci e fui ao encontro de minha mãe.

- Mamãe? - Chamei e ela virou pra me encarar.

- Oi, Elena. - Fria. Quase um iceberg.

- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei tentando entender o motivo da visita.

- Na verdade, sim. Mas primeiro sirva-me alguma coisa.

- Ah, claro. - Fomos em direção a varanda onde Lara serviu chá e biscoitos. Depois de eu abraçar muito o Cris, pois morria de saudades dele, fiquei a sós com minha mãe e ela não teve papas na língua pra me dizer o motivo da visita.

- Estou morrendo. - Engasguei com o chá e ela não levantou pra me  ajudar, continuou sentada me encarando.

- Como assim morrendo? - Perguntei depois de mais calma.

- Morrendo, Elena. Câncer terminal. Enfim... Cris disse que antes de partir eu deveria te esclarecer algumas coisas. - Bebeu um gole do chá. - Como estão as bebês?

- Estão bem, mamãe. Ótimas. - Ainda estava assustada. Como assim minha mãe está com câncer e não me contou?

- Ótimo. Ele me disse, em uma das nossas conversas pela tarde, que você não sente amada por mim. - Olhou-me, parecia estar analisando todas as minhas reações.

- Bom... Eu não vou mentir mamãe, eu realmente não me sinto amada por você.

- Quando eu soube que estava  grávida, eu me senti a mulher mais feliz do mundo. Sempre quis um filho e saber que eu teria você, foi mais do que um sonho. E quando você nasceu, eu achei que não havia no mundo, mais lindo do que você. Mas aí, seu pai ficou doente, eu não soube o que fazer, meus pais não aceitavam meu casamento e não quiseram me ajudar a cuidar de você e quando eu fui pedir ajuda ao meu pai, de joelhos, ele me espancou. Conseguimos curar seu pai por ora, ele ficou muito feliz em saber que iria poder te ver crescer e não me olhava mais do mesmo jeito, quase como se não fôssemos casados, só tinha olhos pra você.

- Mas mamãe, eu não tinha culpa.

- Eu sei, Elena. Eu amei aquele homem mais do que tudo e de repente, ele não me olhava mais. Queria somente poder te ver se formando em medicina, assim como ele e quando você despertou interesse na dança, ele enlouqueceu. Me fez forçar você a parar, eu sempre soube que você fazia aulas de dança escondido, eu não queria que você parasse. Queria provoca-lo. E então, ele começou a me afastar de você, dizia que a culpa era minha e me pediu pra manter distância de você, até mesmo me bateu algumas vezes, eu tentei fugir com você, ele descobriu e quase me denunciou dizendo que ele não sabia porque tinha casado comigo e eu tomei raiva da sua vontade de dançar, me fechei completamente pra todos, somente o Cris estava ao meu lado, e eu parei de olhar pra você, cuidar de você e quando seu pai morreu, eu te vi chorar daquele jeito e pensei que ele nunca deixou que você me amasse da mesma forma.

- Mamãe, eu... Papai foi horrível com você, eu não sabia... Eu... - Estava assustada, com tudo aquilo.

- Não te contei que tinha câncer, Elena, porque eu queria poder sumir da sua vida, não ser um peso pra você e eu quero partir com o seu perdão filha, porque eu fui covarde, eu não enfrentei seu pai como deveria ter feito e nunca conseguiu ser mãe pra você. Me perdoe. - Ela começou a chorar e eu a abracei, chorando junto com ela.

Naquele momento, eu percebi que a covardia nos faz perder as melhores coisas e eu não queria perder nada por ser covarde e agora, mais do que nunca, estou destinada a lutar pelas minhas filhas.

Quanto ao Ryan, eu continuava sem saber, o que será de nós.

Paixão AvassaladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora