CAPÍTULO 10 POV RYAN

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Meus lindos!

Feliz ano novo com tudo que há de maravilhoso! Estou muito feliz em ter vocês do meu lado!
Espero que o sonhos de vocês sejam realizados assim como os meus tem sido e um deles é a presença de vocês lendo meus livros!

Amo vocês, um excelente ano! FELIZ 2016!

Dói. Eu estou parecendo um idiota. Não quis nem enfrentar minha casa porque as lembranças iriam me matar. Filha da puta! Ela é impossível, não acreditou em mim. Já se passaram dois dias e eu ainda fico revivendo aquele momento, aquelas palavras, como eu perdi o controle. O dia em que ela machucou todo amor que eu sentia por ela. Estava melancólico, bebendo mais uísque que o normal e ouvindo músicas exclusivamente para me foder. Neste momento, Ne-yo So sick, inundava minha sala com as palavras tristes, descrevendo-me nessa hora angustiante.

That's the reason I'm so sick of love songs (Esse é o motivo pelo qual estou cheio de músicas de amor)

So tired of tears (Tão cansado de lágrimas)

So done with wishing you were still here (Tão acabado, com o desejo de que você estivesse aqui)

Said I'm so sick of love songs so sad and slow (Disse que estou cheio de músicas de amor, triste e lentas)

So why can't I turn off the radio? (Então por que eu não consigo desligar o rádio?)

Apesar da música estar um pouco alta, consegui ouvir as batidas na porta. Abaixei o som e pedi que entrasse. Rebecca vejo até mim em passos lentos e comunicou que a Srta. Cross aguardava por mim, pedi que desse permissão que ela entrasse e Rebecca saiu da sala e fez o que foi mandado. Segundos depois, Lara entrou no meu escritório e eu pedi que sentasse.

- E então? - Perguntei.

- Vim te mostrar a ultrassom, como combinado. - Ela mexeu em algo na sua bolsa e me entregou um envelope. - São duas meninas, Ryan. São gêmeas porém não estão na mesma placenta, são bivitelinas.

Abri o envelope e mirei as minhas duas preciosidades. Me deu vontade de chorar que nem um babão. Mas eu segurei os meus instintos. Um pensamento ruim me veio a cabeça e eu me peguei rezando pra que elas não fossem iguais a mãe. A mágoa começou a me cegar, abaixei as fotos.

- Obrigado, Lara. - Ela acenou com a cabeça. - Como Claire está se saindo?

- Bem, apesar de ter criado resistência com a Elena, e só quer ensaiar comigo.

- Ela é danada. - Abaixei a cabeça. Minha língua coçava de vontade de perguntar por Elena, mas eu não iria perguntar, de jeito algum.

- Elena não está bem, Ryan. Sei que quer saber. - Olhei para ela. - Ela ainda acha que está certa em parte. Mas diz que deveria ter escutado você. - Dessa parte eu ri. Ela ainda acha que está certa?

- Se ela está certa não tem porque me escutar, Lara. Obrigado por trazer a ultrassom das meninas, mas Elena não me ama o bastante, então não daremos certo.

- Bom, eu... Eu entendo você, estou do seu lado. Mamacita que não me ouça, mas ela é muito cabeça dura. E eu já disse isso pra ela.

- Obrigado, Lara. Deixe-me saber quando as crianças irão nascer.

- Ok, Ryan. Se cuida. - Eu sorri em resposta e ela foi embora.

Tentei enfiar a cabeça no trabalho. Era melhor do que pensar "e se?" Mata qualquer um, não desejo pra ninguém. Segui direto sem almoçar, resolvendo um problema atrás do outro, uma reunião atrás da outra e só parei porque tive que ir embora. Até que meu corpo protestou e quando eu estava perto do carro, ficou tudo escuro e eu cai e a última coisa que eu ouvi foi o Bronk me chamar e eu apaguei.

- Sr. Williams! - Tudo escuro.

.......

Fui recobrando minha consciência aos poucos, abrindo os olhos devagar. A luz me fez protestar e eu quase fechei os olhos novamente.

- Porra.

- Filho! Meu amor! Você acordou! - Ouvi a voz da minha mãe e então meus olhos encontraram os dela.

- Acordei?! - Perguntei intrigado.

- Meu amor, você desmaiou. Não se lembra? - Acariciou meu rosto e então eu lembrei. Não comi o dia inteiro, nem ontem, nem hoje, estava vivendo a base de uísque e trabalho. Olhei o resto do lugar e reconheci que estava em um quarto hospitalar.

- Ah, é. Eu me lembro do Bronk ser a última coisa que vi. - Voltei a olhar para minha mãe. - Não tem necessidade de hospital mãe, vamos pra casa.

- Se tem! E como tem! Você está dormindo há quatro horas e a única coisa que parece ter em seu corpo é álcool. - E agora é a hora dos sermões.

- Estou bem, mãe. Posso ir pra casa agora? Eu já acordei. - Porra, quatro horas? Estou muito fodido.

- Filho, você tem certeza que está bem?

- Tenho, mãe. Quero ir embora. - Ela apenas me olhou desconfiada e chamou a enfermeira e depois de ter sido examinado que nem rato de laboratório, fui liberado.

Fui direto pra minha casa, eu estava sendo um maricas. Acredita que fiquei apagado por quatro horas? Eu preciso me reerguer. Por mais doloroso que seja, nenhuma dor é pra sempre e tudo isso vai passar. Mas eu preciso colocar meus sentimentos no lugar, ou eu iria mostrar pra todos que sou realmente covarde e o mais importante, acabar acreditando que sou um covarde. Amanhã será um novo dia e eu vou acordar tentando ser um novo homem.

Acordei beijando a Sra. Gonzales por todo o rosto e pescoço. Ela me xingou todo em espanhol e eu gargalhei alto. Tomei um café seguro e parti pro trabalho. Resolvi comprar um barco. Grande, uma casa no mar.

- Boa escolha, Williams. Qual nome vai estampar nessa belezura? - Sorri, pensei em colocar Grace. Mas esse já é o nome do meu jatinho, então eu pensei em Elena. Mas eu não precisava de outra coisa que me fizesse lembrar ela, então como um relâmpago, me veio o nome perfeito.

- Katherine. - Sorri.

- Katherine? Que namorada sortuda essa sua, vai ganhar um barco.

- É, minha mãe ficará muito feliz com a ideia de ter seu nome estampado no barco.

- Me desculpe, Williams. Que erro cometi! Parabéns a sua mãe então! - Olhei para o seu rosto já enrugado e sorri novamento. - Então, negócio fechado?

- Fechadíssimo! - Apertamos as mãos.

Parei para comer entre uma reunião e outra. Fiz exercícios quando tive tempo e a falta que Elena me fazia estava lá, latejando, mas eu resolvi cuidar de mim. E só lembraria dela a noite, eu iria bater a cabeça até pegar no sono e iria fazer isso até o dia em que eu pudesse dizer que mesmo amando-a tão avassaladoramente, eu pude viver minha vida sem ela. Minha Elena. Quer dizer, não mais minha. Agora sou só eu e a saudade.

Paixão AvassaladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora