Comecei a olhar em volta e a gritar seu nome, e nada.
Eu estava perdida, não sabia para onde ir. Só sei que voltar para minha casa eu não voltaria sem pedir ajuda.
Mesmo sem Connor, comecei a correr e correr, mas aquelas ruas cheias de mansões estavam me complicando, não havia ninguém nas ruas.
O que eu iria fazer? Eu não conhecia nada ali, pelo simples fato de nunca poder sair de casa. Comecei a ficar desesperada novamente, e eu gritava e gritava por Connor, até que avistei um carro vindo de longe. Não pensei duas vezes antes de correr para o meio da rua e pedir para ele parar. E assim foi feito, o carro parou e dele desceu uma moça, corri em sua direção.
- Moça por favor, me ajude moça, eu te imploro chame a policia, rápido.
- O que aconteceu minha filha?
- Chame a policia por favor, por favor. – eu disse já chorando de novo.
- Primeiro me diga o que ouve. – ela me dava um ar de tranquilidade.
- Meus pais... Eles... Eles levaram um tiro de bandidos que estão na minha casa. – eu disse direta e rápida.
- Ah meu Deus, você esta bem? – ela disse preocupada.
- Eu sim, mas eles ... Eles não. Chame o policia por ... Por favor moça. – juntei minhas mãos como forma de pedido.
- Calma querida, venha comigo – ela me guiou até seu carro e me fez sentar no banco, deu a volta e se sentou também, e assim deu partida e saiu. - Qual o numero da sua casa? E o nome da rua? – eu respondi pra ela enquanto ela telefonava, acho que para a policia.
Depois dela ter feito a ligação, ela só disse pra eu não me preocupar que eles estavam a caminho, e que ela ia me levar para um lugar seguro. Eu estava assustada demais para discordar de algo.
Alguns minutos depois ela para o carro em uma garagem e desce, desci também.
- Onde estamos? – perguntei.
- Estamos onde eu trabalho, venha. – ela puxou minha mão e caminhou comigo até a entrada.
Assim que entrei percebi o que era aquilo. Um orfanato. Algo me dizia que eu não ia gostar de ficar ali por um tempo, mas eu não tinhas muitas escolhas então entrei.
- Anne, quem é essa? – uma moça veio em nossa direção.
- Essa é a ... – ela me olhou lembrando que eu ainda não tinha falado meu nome a ela.
- Kimberly, sou a Kimberly – sorri de lado.
- E o que te trás aqui Kimberly? – ela perguntou e senti meus olhos lagrimarem, Anne percebeu.
- Isso é assunto pra outra hora, venha Kimberly, vou te apresentar para as crianças. – ela puxou minha mão e eu a segui.
Entramos num corredor gigante, que dava em uma porta bem grande também, e quando ela abriu a porta vi várias crianças correndo, brincado, pulando e gritando. Anne deu um grito de "atenção" e todos nos olharam.
- Pessoal, eu queria apresentar para vocês minha amiguinha Kimberly, ela vai ficar brincando com vocês por um tempo ok? Espero que se deem bem com ela – ela sorriu e se virou pra mim. - Brinque um pouco que já já eu volto com noticias dos seus pais ok? – assenti e ela saiu, me deixando na sala onde todos começaram a correr e brincar novamente.
Eu não queria brincar merda nenhuma. Quantos anos ela acha que eu tenho pra "brincar"? Quero meus pais, quero meu irmão, quero ir pra casa, e não brincar.
Sentei numa cadeira próxima e fiquei olhando para minhas unhas, até que um tempo depois uma menina um pouco mais magra que eu, veio em minha direção.
- Você quer brincar Kimberly? Kimberly é seu nome né? – assenti. - Você quer brincar comigo? Me chamo Savannah, mas me chame de Sav – ela disse apressada. Eu não queria brincar, mas algo no sorriso dela me fez mudar de ideia.
- Pode me chamar de Kim, e eu quero sim – assenti.
- Então vamos para meu quarto, lá tem muitos brinquedos – ela pegou minha mão e me arrastou para seu quarto.
Ela era legal, muito legal. Conversamos por bastante tempo e descobri que ela tinha a mesma idade que eu, e que estava aqui desde que nasceu. Senti dó dela, mas era parecia não ligar pra isso. Ela gostava de estar ali.
Eu estava ficando cansada, então ela me disse para deitar em sua cama, assim eu fiz. Ficamos conversando e tudo foi ficando escuro de vagar ...
[...]
Abri os olhos e não reconheci onde estava. Tudo estava escuro, a não ser por uma luzinha presa na tomada. Fiquei tentando olhar para os lados, mas estava realmente escuro. De repente me lembrei, eu dormi na cama de Savannah. Será que eu continuava lá? Bom, provavelmente sim, então deitei novamente e tentei dormir de novo.
[...]
Um sinal muito alto, parecido com uma campainha soou pelos meus ouvidos. Ouvi uma movimentação no quarto e abri os olhos. Todas estavam se trocando e apressadas. Me levantei da cama e procurei por Savannah.
- Savannah? O que houve? – eu disse assim que a encontrei no banheiro.
- Agora é hora de aula, precisamos nos apressar para o café, vamos? – ela não esperou eu responder e me puxou para fora do quarto, indo em direção ao refeitório.
Depois de tomarmos café, elas foram para a sala de aula e eu fiquei perdida. Eu não iria para aula, eu nem morava aqui!
Andei sem rumo na esperança de encontrar Anne por ai.
- Anne? – eu falei. - Anne? Anne... – a mesma recepcionista de ontem veio em minha direção.
- Kimberly?
- Sim.
- O que quer?
- Falar com a Anne.
- A Anne saiu para resolver umas coisas e jaja ela esta voltando, se quiser esperar lá comigo, pode vir – ela sorriu e eu assenti. Fui com ela até sua salinha e fiquei sentada lá. Não demorou muito até Anne entrar pela porta com alguns papeis na mão.
- Kimberly? O que faz aqui?
- Eu queria falar com você.
- Tenho muita coisa para falar com você também, vamos para minha sala? – assenti e ela me guiou até sua sala. Entrando, ela colocou os papeis na mesa e se sentou. - Pode se sentar Kim. – ela apontou pra uma cadeira em sua frente.
- Anne, eu quero saber dos meus pais. – eu disse antes dela falar algo.
- Kimberly, olha só, – ela suspirou. - Ontem quando eu te deixei brincando lá, eu voltei para sua casa para pegar informações – ela abaixou o olhar e mexeu em alguns papeis que ela tinha deixado na mesa minutos atras. - Você é uma boa menina, e precisa ser forte ok? – e foi aqui que eu entendi tudo.
- Não ... – eu sussurrei.
- Kimberly, calma – ela se levantou e se sentou na cadeira a minha frente, colocando a mão no meu ombro. - Você precisa ter calma e me escutar. Eu fui até lá e encontrei um policial e expliquei que estava com você, que era a filha do casal que morava na casa e etc. Eu perguntei como seus pais estavam e ele... Ele me disse que os assaltantes não... Não deixaram eles vivos. – ela esperou minha reação e por incrível que pareça eu não chorei, não tive reação, então um tempo depois ela continuou. - Eles não conseguiram sobreviver aos tiros, meus pêsames Kim. – ela esperou mais um pouco, mas eu não me mexi, então ela continuou novamente. - Eu falei com os policiais hoje para ver com quem você vai ficar, e eles me deram uma lista com telefone de todos os seus parentes, e eu liguei para todos eles explicando tudo, mas ... Mas eles ... – ela abaixou o olhar. - Nenhum deles... Quis ficar com você. Então achamos melhor você ficar aqui, até ser adotada por uma família novamente, tudo bem pra você?
[...]
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Love Hurts
Romantizm[CONCLUÍDA] "Era uma vez uma menina. Uma menina muito boba. Muito boba porque ela achava que vivia dentro de um filme. Geralmente, nos filmes, tudo acontece meio magicamente. E ela pensou que a vida fosse assim também. Mas acabou descobrindo da pio...