Domingo, 07:30.
Bel: Mas quando minha filha vai poder ir pra casa?
Doutor: Bom, o estado dela não é grave mas infelizmente ela só vai ser liberada amanhã a noite.
Eu estava fingindo que estava dormindo e eu fingia muito bem. Meu acidente de skate tinha sido o pior de todos que ja passei. Ouvi os médicos falarem que se o dono do carro que tinha me atropelado não tivesse prestado socorro, o negócio pra mim teria ficado pior. O médico saiu da sala e percebi que minha mãe havia sentado nos pés da cama.
Eu: Buuuu! -dei um susto nela.
Bel: Ai menina! Quer matar sua mãe do coração?
Eu: Calma, também não é pra tanto senhora exagerada.
Ela riu e me deu um forte abraço. Eu ja tinha esquecido de como era bom ganhar um abraço dela.
Eu: Que horas são?
Bel: Quase 8:00.
Eu: Como você soube que eu estava aqui?
Bel: O muka me contou. Ele estava la perto quando você se acidentou.
Eu: Ah. O muka. -revirei os olhos.
Bel: Para de ser mal agradecida. Logo logo vocês vão morar juntos.
Eu: Juntos? Nem pensar.
Bel: Quer mudar de país com ele e morar em apartamentos separados?
Eu: É.
Bel: Nem pensar senhorita kamilla. Eu e seu pai estamos indo a uma viagem de negócios hoje e já vamos aproveitar e deixar tudo pronto pra vocês lá.
Eu: Nossa mãe. Mas é rápido demais.
E a escola?Bel: Você vai começar a faculdade lá. Mas não se preocupa, isso não é assunto pra agora.
Eu: Ok!
Bel: Eu espero que você e o muka passem a ter uma relação melhor.
Eu: Tudo bem. Quando vamos pra la?
Bel: Terça.
Eu: QUE? Você ficou doida?
Bel: Não. Mas também não quero que as coisas fiquem pra última hora. O apartamento ja vai estar ajeitado, terça é um bom dia pra irem.
Eu: E você ja falou com o muka? Por que aposto que ele não vai gostar nem um pouquinho dessa história.
Bel: Falei sim e ele topou.
Droga. Garoto idiota.
Eu: Tudo bem. Eu vou pro Brasil assim, toda esfolada. Sem problemas.
Bel: Ah para de bobeira. Foram só alguns arranhões.
Eu: Sim mãe. Eu estou internada e foram só arranhões. Podia ter morrido.
Bel: Para de falar besteira. Vou ligar pro muka.
Eu: Vai ligar pra quê?
Bel: Pra ele vir aqui ficar com você.
Eu: Não precisa. Sei me cuidar.
Bel: É obrigatório um acompanhante.
Droga. Droga. Mil vezes DROGA.
Eu não estava achando ruim o fato de ir morar com o muka e nem dele ter que ficar no hospital comigo mas eu amava ele e seria tentação demais ver ele e não poder toca-lo. Eu sabia que não conseguiria.
Eu: Mas você já vai?
Bel: Sim. Daqui a pouco ele chega. Se cuida, ok? Deixem as malas arrumadas segunda porque o vôo é terça as 06:00 da manhã. Seu pai disse que as passagens e os passaportes estão no seu quarto em cima da cama.
Eu: Mãe, eu vou sentir saudades. -algumas lagrimas caíram de repente.Bel: Ai, filha. Eu e seu pai também vamos. Lgo vamos nos ver de novo ok?
Sei que era meloso demais mas eu nunca tinha me sentido assim, com toda essa adrenalina no sangue.
Eu: Ok.
Bel: E você não vai estar sozinha, o muka vai estar com você.
Eu: Mas não é a mesma coisa.
Bel: Você se acostuma e isso foi escolha sua. Agora preciso ir.
Demos um abraço apertado e vi ela sair. Saber que vamos estar em países diferentes daqui alguns dias me deixava tão insegura.
Deitei e fechei meus olhos, eu não estava afim de ver muka chegar. Apenas queria abrir os olhos e ver ele sentado ao meu lado.
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O Idiota do meu primo
Teen FictionKamilla é uma adolescente skatista e rebelde, de 16 anos, que tem sua vida jogada de pernas pro ar após a chegada de seu primo em sua casa. Essa visita pode ser tanto boa quanto ruim. Até porque, ter um primo lindo e popular morando em sua casa não...