Eu: Obrigada pela noite. Acho que se não fosse você, eu estaria pensando besteira agora.Alan: Tudo bem. Eu que devo agradecer, princesa.
"Princesa". A única pessoa que me chamava assim era o muka. Droga. Por que ele tem que estar metido em todas as coisas que eu faço? Até nos sonhos ele está junto.
Eu: Bom, eu vou entrar.
Alan: Ok. Boa noite.
Eu: Boa noite.
Saí do carro e caminhei pé por pé até a área de casa. Estava tudo escuro, imaginei que minha mãe já estivesse dormindo. E acertei. Abri a porta devagar, que por sorte não estava trancada e subi pro meu quarto. Eu morria de medo do escuro (quando eu estava sozinha) por isso me guiei com a lanterna do meu celular até meu destino.
Me despi e tomei um banho rápido. Saí e coloquei um conjunto de lingerie vermelha e meu pijaminha que era uma bermudinha que mostrava uma parte da bunda e uma blusinha. Era só pra dormir mesmo. Depois de arrumar a cama, minha barriga começou a roncar. Realmente eu só havia comido um cachorro quente e um algodão doce no parque.
Desci as escadas, novamente guiada de uma lanterna e fui rapidamente até a cozinha. Coloquei o celular na bancada e fui pra frente da geladeira. Eu não sabia o que queria comer mas pra variar não era o que tinha ali.
Fechei a geladeira e estava indo em direção ao armário quando a lanterna do meu celular apagou. E PUTA QUE PARIU ela não apagava sozinha. Naquele momento eu só conseguia ficar parada e uma onda de nervosismo e medo percorria minhas veias naquele instante. Eu não sabia se ela tinha realmente desligado sozinha ou se tinha alguém ali. Estava criando coragem pra dar nem que fosse um passo quando senti uma mão encostar em meu ombro e um ar tranquilo em meu ouvido. Eu conhecia aquele toque... aquele calor...
Eu: O que você quer?
Muka: Conversar.
Eu: Pois então converse sozinho, eu tô indo deitar.
Muka: Você saiu com ele, não saiu?
Eu: Com ele? Com ele quem?
Muka: Não se faça de desentendida.
Eu: Não sei do que você está falando.
Muka: Saiu ou não saiu?
Eu: Saí. E daí?
Muka: Você não pode sair com ele, kamilla. -eu não podia ver sua expressão devido ao escuro, mas sua voz era calma.
Eu: Não? Então me dê um bom motivo pra isso.
Muka ficou calado por alguns segundos. Eu estava esperando por sua resposta. Queria que ele me desse bons motivos. O que me faria mudar de ideia a seu respeito.
Muka: Por que eu não quero.
Eu: Que? Mas não é possível. Como alguém consegue ser tão ridículo? Vai se ferrar muka. Me deixa em paz.
Muka: Kamilla, você está entendendo tudo errado. Aquele vestido no shopping não era pra...
Eu: Não era pra mim? Eu ja sei. Era pra alguma das garotas que você pega.
Muka: Não. Era pra minha rainha, kamilla, pra minha única rainha. Que me deu vida.
Eu: Oi? -só podia ser brincadeira.
Muka: Sim. Era pra minha mãe. -eu podia saber que naquela hora um sorriso estava estampado em seu rosto.
Eu queria enfiar minha cara em um buraco. Como eu queria.
Eu: Muka, desculpa. Eu...
Muka: Ta de boa.
Eu: Preciso ir... -peguei meu celular e subi correndo pro meu quarto. Me joguei na cama e fechei os olhos. Eu não tinha comido nada mas de qualquer forma só conseguia pensar no quanto fui babaca. Eu nem deixei o garoto terminar de falar no shopping e ja saí dando chilique. O vestido era pra mãe dele. Eu entendi tudo errado.
Eu também pensava na noite que tive com alan. Foi uma das melhores noites que ja tive na vida. A frase que ele havia me dito não saía da minha cabeça.
"Você fica linda até mesmo nervosa."
Eu queria saber o que pensar a respeito disso. Mas era tão difícil. Pensar em duas coisas ao mesmo tempo. Em dois garotos ao mesmo tempo. Eu sempre soube que era nessa fase da vida que eu iria definitivamente me foder.
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O Idiota do meu primo
Ficção AdolescenteKamilla é uma adolescente skatista e rebelde, de 16 anos, que tem sua vida jogada de pernas pro ar após a chegada de seu primo em sua casa. Essa visita pode ser tanto boa quanto ruim. Até porque, ter um primo lindo e popular morando em sua casa não...