Capítulo 12

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Quinta, 13:10 da tarde.

Ouço meu celular tocar e logo atendo.

Ligação on:

Alan: Oi Kami, bora pra pista? Você está a um tempão sem aparecer, a galera está com saudade.

Eu: Claro alan, foi mal, estou meio sem tempo ultimamente, mas vamos sim, se eu ficar mais um minuto nessa casa, juro que me estresso com minha mãe.

Alan: Ok, passo aí daqui a pouco.

Ligação off.

Alan realmente é um anjo que caiu do céu. Se ele não tivesse me ligado, eu ia ser obrigada a me exaltar com minha mãe. Ela está passando dos limites, sério mesmo. Hoje novamente quase faltei aula por culpa dela. Mas eu já sei o que vou fazer, ela que me aguarde.

Troco de roupa, pego o skate e desço vendo alan na sala, COM MINHA MÃE.

Eu: Alan... vamos?

Alan: Vam... -minha mãe o interrompe.

Bel: Ah, espere querida! Estou mostrando suas fotos de criança pra ele.

FALSA. FALSA. FALSA.

Eu: Sério? Termina outro dia. Vamos, alan. -saio puxando ele e ignorando os resmungos da minha mãe.
No caminho, resolvo puxar assunto, já que o silêncio predominava.

Eu: Foi mal pelo clima lá em casa. -digo dando embalo no skate.

Alan: Ah, imagina. Nem dei bola. Lá em casa está pior.

Eu: Pois é. Minha mãe que me aguarde. Cansei dela ficar agindo assim.

Alan: O que você pretende fazer?

Eu: Vou parar de ir na escola.

Alan: E como acha que isso vai resolver?

Eu: Claro que vai. Pensei em tudo. Vou parar de ir na escola porque não vou me preocupar em acordar de manhã. E se eu faltar muitas aulas, minha mãe vai ser obrigada a mudar o jeitinho dela.

Sei que parece bobeira mas na minha cabeça fazia sentido e daria certo.

Desço do skate me dirigindo a pista. Logo toda a galera vem me abraçar e falar comigo. Ficamos batendo papo um bom tempo e quando resolvo ir pra pista mandar manobras já passava das 16:30 da tarde. Foi maravilhoso passar a tarde toda com a galera. Eles me passam uma energia boa, uma vibe positiva. Parece que quando eu estou com eles, o mundo todo sai do meu preto e branco e fica colorido. Tudo melhora. E talvez você esteja se perguntando quem é a galera que eu tanto falo. Bom, eles são meus melhores amigos. Arianna, selena, ian, marcelo. Fora da pista tem a bella. Eles são meu porto seguro. Estamos juntos pra qualquer coisa.

Por volta das 21:00 da noite eles vão comigo até minha casa e me deixam lá. Eu entro e sigo direto pro quarto, me jogando na cama após entrar. Depois de uns 5 minutos alguém bate na porta. Porcaria. Não tenho paz.

Eu: NÃO SABE LER? ESTÁ ESCRITO BEM GRANDE NA PORTA “NÃO PERTUBE”. -grito.

Bel: Abre, sou eu.

Ótimo. Minha mãe. Não sei o que ela quer, provavelmente arrumar mais discussão.

Eu: ENTRA LOGO.

Vejo ela entrar e se dirigir até os pés da minha cama, se sentando em seguida.

Bel: Precisamos conversar.

Eu: Precisamos? -digo irônica- Será mesmo que precisamos? Porque até ontem, eu era grande o suficiente e não precisava de conversinhas.

Bel: Kamilla, por favor, não seja tão marrenta, pelo menos uma vez. Estou falando sério. Preciso me desculpar, não podemos continuar com isso.

Eu: Tudo bem, eu aceito.

Bel: Ótimo.

Eu: Mas prometa que nunca mais vai fazer o que você fez. Me senti muito envergonhada, mãe.

Bel: Prometo.

Eu: Agora cancela a minha ida para o acampamento? -digo com um sorriso amarelo.

Bel: Eu não posso, seu pai já enviou sua ficha e não temos tempo pra voltar atrás. Mesmo querendo, não conseguiríamos. E nem vai ser tão ruim, você já foi, sabe como é. E agora você está maior, vai poder fazer mais coisas e aproveitar mais.

Eu: Tudo bem. E quando vai ser? Ah é, nas férias.

Bel: Exatamente. E por isso elas irão começar mais cedo. Não só para quem for participar do acampamento, mas para toda a escola.

Eu: Não brinca? Isso é bom demais -digo empolgada.

Bel: Pois é. Não quer comer nada? Mando a nanda trazer alguma coisa pra você.

Eu: Pode ser.

Bel: Ok. Boa noite querida. -ela me dá um beijo na testa e sai.

Nanda é nossa empregada. Não falo muito dela porque quase nunca paro em casa e ela só vem uma vez por semana.

Tomo um banho e coloco meu pijaminha, logo depois nanda entra com uma fruta. Depois de comer, desligo todas as luzes e pouso minha cabeça sob o travesseiro. Logo pego no sono.

O Idiota do meu primoOnde histórias criam vida. Descubra agora