Capítulo 25

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Sexta, 10:30.

Muka: Bela adormecida? Hora de acordar.

Sinto a luz invadir o quarto e vir até meus olhos.

Eu: O que aconteceu? -digo abrindo os olhos devagar por causa da claridade.

Muka: Calma. Primeiro você vai tomar café e depois vamos conversar.

Ta legal, eu não fazia ideia de onde estava. Só sabia que não era minha casa. O lugar em que me encontrava era muito chique. Um amarelo claro dava vida as paredes e o chão era forrado por carpetes peludos. Tinha uma sacada que pelo jeito oferecia uma vista linda. Ao lado da cama, em cima de uma mesinha, vi um retrato de muka criança, muito fofo. Eu estava na casa dele.

Muka: Vou te esperar lá embaixo. -concordei com a cabeça e ele saiu fechando a porta logo em seguida. Levantei e fui até o banheiro. Fiz minhas higienes e ao sair do banheiro percebi um conjunto de roupa em cima da cama. Fui ver e era uma calça jeans, um tênis e uma camisa da chicago bulls que ficou meio grande por ser do muka.

Desci as escadas devagar e procurei por ele no andar. Logo me encontrei na cozinha, em frente a uma grande mesa, repleta de coisas boas. Senti uma mão deslizar em meu pescoço e arrepiei. Muka me conhecia tão bem, conhecia cada curva do meu corpo e sabia os lugares certos pra tocar.

Muka: Senta, princesa. -disse em meu ouvido. Droga, sempre me arrepio.

Sentei e muka sentou na minha frente. Eu estava tímida mas sabia que não tinha motivos. Resolvi falar algo.

Eu: Por que me trouxe pra cá?

Ele parou o que estava fazendo para me encarar.

Muka: Você chorou demais ontem. Eu não podia deixar você ir pra casa no estado em que estava.

Eu: E o ethan?

Muka: Sério, kamilla? Depois disso tudo você ainda pergunta dele?

Eu: Eu só perguntei, ignorante.

Muka: Desculpa, mas ele foi muito imbecil pra te trair com uma qualquer.

Eu: Eu sei. -senti meus olhos marejarem- mas eu estou bem -menti.

Muka: Eu sei que não está, kah. Mas vai ficar. Vou passar todo o tempo possível com você e com certeza vai esquecer ele e o que houve. Podemos até fazer joguinhos se você quiser.

Eu: Você e seu duplo sentido. -revirei os olhos.

Muka: Deus me fez assim e todo mundo gosta. Inclusive você.

Eu: Convencido. Desculpa muka, mas acho que não é o melhor momento pra jogos.

Muka: Tudo bem. Vou entender seu lado. Pelo menos por enquanto. -ele riu.

Terminamos o café em silêncio e depois muka me deixou em casa. Entrei em meu quarto e minutos depois minha mãe entrou atrás, acompanhada de bela. Me fizeram perguntas, como "o que houve?" e afirmações como "vai ficar tudo bem". Nada ali fez diferença. Eu só queria um tempo pra mim. Queria ficar sozinha e tentar entender o porquê de tudo aquilo estar acontecendo justo comigo. As coisas ruins sempre me atingem tão facilmente. Todos acham que eu sou só a garota durona, que anda de skate e faz o que quer. Na verdade sou bem frágil. Uma boneca de porcelana, que tem medo de ser quebrada novamente.

Sabado, 08:00.

Bel: Kamilla? Filha? Acorda! O muka ligou e disse que está vindo pra cá te buscar.

Eu: Me buscar? -resmunguei ainda de olhos fechados.

Bel: É, foi o que ele disse. Levanta, se arruma e desce.

Eu: O que ele disse?

Bel: Que estava vindo pra cá te buscar.

Eu: Ele não disse onde vamos?

Bel: Não. Mas pelo jeito vão se divertir.

Eu: Mãe, eu não quero ir. -abro os olhos e encaro ela.

Bel: Para de ser chata, kamilla. Você não pode ficar enfiada nesse quarto o dia todo. Ainda mais por culpa do ethan. Você vai levantar agora mesmo dessa cama, se arrumar e colocar um sorriso no rosto. Muka é querido. Aposto que vão se divertir.

Eu: Ele é meu primo mãe.

Bel: Isso não tem nada a ver. Primos podem ser amigos.

Eu: Claro que podem.

Bel: Ta. Agora levanta. -saiu e fechou a porta.

Tomei um banho rápido, me vesti e desci.

Eu: O que tem pra comer?

Bel: Deixei um copo de leite com ovomaltine e um sanduíche prontos pra você.

Eu: Oba. Onde está?

Bel: Na bancada.

Peguei meu café e sentei no sofá. Em menos de cinco minutos eu ja tinha terminado. Subi e escovei meus dentes. Ao descer muka ja estava na sala, conversando com minha mãe.

Eu: Olá.

Muka: Oi, princesa. Vamos?

Minha mãe nos olhava pasma.

Eu: Claro. Mãe, depois conversamos. -pisquei pra ela que entendeu o recado. Era tudo muito novo pra ela. Eu e muka sempre nos odiamos. Eu já corri atrás dele com uma faca. Não éramos amigos. E sim inimigos mortais. Mas agora ele cresceu e eu também, e o que importa é que estamos diferentes. Isso é bom. Na verdade é ótimo.

Entramos no carro e logo perguntei onde íamos. Sou uma estraga surpresas.

Eu: Muka?

Muka: Eu?

Eu: É... onde nós vamos?

Muka: Em vários lugares.

Eu: Pode fazer uma lista rápida em sua mente e me falar?

Muka: Shopping, restaurante, praia, sorveteria!

Eu: Sério?

Muka: Sim.

Eu: Você não existe. -o encarei.

Muka: Muka em pele e osso, priminha.

Eu: Só achei estranho uma coisa...

Muka: O que?

Eu: Você não gosta de ir na praia com seus amigos? Pra não surfar sozinho?

Muka: Ah, sim. Vou encontrar eles lá.

Eu: Ah. -disse meio sem jeito.

Muka: Mas não se preocupa, eles só vão ficar conosco na praia. O resto do dia é NOSSO. -ele riu e eu também.

O Idiota do meu primoOnde histórias criam vida. Descubra agora