Capítulo 32

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A única coisa que eu consegui pensar em fazer foi correr. Correr pra bem longe dali. Eu juro que se eu tivesse uma faca ou uma garrafa de vidro perto de mim na hora, o muka e aquela puta que estava em cima dele iam sair feridos dali. Corri pra fora da casa e não estava nem aí com os saltos que ficaram pra trás e nem com o que as pessoas diriam sobre minha maquiagem borrada. Tudo que eu precisava era de um abraço reconfortante, de conselhos, de carinho. Ao mesmo tempo, precisava de um canto pra mim, eu precisava chorar em silêncio.

Caminhei descalça pelas ruas desertas e frias. Cansei e decidi sentar em uma calçada ali mesmo. Eu só não queria que ninguém me visse naquele estado, não queria que o muka viesse atrás de mim. Eu ja estava farta das desilusões amorosas que a vida tinha me oferecido. Eu queria sumir, desaparecer. Era o que eu ia fazer. Eu não me importava se o muka ia sair do país comigo. Eu tinha planos. Eles só precisavam correr conforme eu queria e tudo saíria bem.

Eu tinha em mente que o muka iria (ou não) comigo pro Brasil e lá ele iria arrumar um emprego e um apartamento pra ele. Cada um viveria sua vida. Era perfeito.

Voltei a realidade ao ouvir uma voz masculina que parecia se dirigir a mim. Encarei e era um policial. O que podia ter feito pra merecer tudo isso?

Policial: Moça?

Eu: Oi?

Policial: Você não pode ficar aí.

Eu: Que? Por quê? -disse enquanto levantava e passava a mão nos olhos, o que só piorou, acredito que a maquiagem tenha borrado mais ainda. Foda-se eu não estava nem aí.

Policial: É perigoso.

Eu: Tudo bem.

Policial: O que aconteceu? Precisa de ajuda ou de carona?

Policial simpatico demais.

Eu: Nada demais. Eu aceito a carona.

Policial: Tudo bem, vamos.

Entramos no carro e passei o endereço a ele. Em questão de 20 minutos, chegamos.

Eu: Valeu! -disse abrindo a porta.

Policial: Disponha, se cuide.

Entrei em casa e fui direto até meu quarto. Eu não queria acender a luz então só tirei o vestido e deitei de calcinha e sutiã mesmo. Me arrepiei ao sentir um corpo colar no meu. Eu não tinha coragem o suficiente pra perguntar quem era. Mas nem era preciso.

Muka: Me desculpa.

Eu: Não. Ja te desculpei demais.

Muka: Kamilla, me deixa ao menos explicar?

Eu: Rápido. Estou cansada.

Muka: Por que acha que fiz aquilo? Eu disse que te amava e o que você fez? Correu! Como acha que me senti?

Eu sinceramente não tinha palavras pra responder. Decidi o deixar falar.

Muka: A gina ficou dando em cima de mim a festa inteira. E depois do fora que você me deu, ela veio falar comigo e acabei cedendo.

Ah, então o nome da vagabunda era gina?

Eu: Não foi um fora.

Muka: Ah não? Foi o que então?

Eu: Falta de coragem pra dizer o mesmo. MEDO de dizer o mesmo.

Muka: Isso quer dizer que você me ama, kah. Assim como eu amo você.

Eu: É, acho que sim.

Muka: Me da um voto de confiança?

Eu: Mais um?

Muka: Por favorm Vamos começar do 0 kamilla. Ainda podemos. Vamos sair daqui e viver a nossa vida.

Eu: Opa, opa. Vai com calma. Eu estou afim de te dar mais uma chance mas não de ir tão longe assim, tão rápido.

Muka: Ok. Vamos com calma então. Mas me perdoa?

Eu não devia. Sei que não. Mas o erro também tinha sido meu. Eu havia me colocado no lugar dele e obviamente faria a mesma coisa.

Eu: Sim.

Ele riu e colou mais ainda seu corpo ao meu, me arrepiei de novo.

Eu: Agora já pode ir pro seu quarto. Boa noite.

Muka: Sério? Me deixa dormir aqui com você.

Eu: Vai muka.

Muka: Tudo bem. Dorme bem princesa.

Ele saiu e fechou a porta.

Princesa! Eu dormi pensando nesse nome.

O Idiota do meu primoOnde histórias criam vida. Descubra agora