Introdução

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2013

- Irei perguntar pela última vez. – Nicole, minha melhor amiga, anunciou. – Você vem ou não vem?

Encarei sua mão na cintura e me deixei suspirar alto, como um protesto por ela não ter ouvido todas as respostas que eu lhe dei até então, porque não era a que ela queria ouvir.

Nikki me acordou às 7:30 da manhã para me informar que os times de vôlei do nosso bairro e o bairro vizinham iriam se enfrentar, e que eu tinha de ir com ela para "ver seu irmão mais velho" jogar. Uma hora depois, nós ainda estamos no meu quarto, comigo deitada em minha cama porque recuso a sair daqui antes das dez por ser um sábado. Mas Nikki, como sempre, tem a tendência de pensar primeiro nela, para depois pensar se deve considerar a minha vontade – neste caso, por exemplo, ela pulou a regra número 1 da amiga, que diz que devemos sempre pensar na outra quando ela está passando por alguma dificuldade – por isso, ela não estava nem aí com a possibilidade de eu encontrar o meu ex-namorado.

Admito que também estou sendo levada pelo meu próprio interesse, mas tenho certeza que qualquer um que ouvisse minha história e tudo o que eu passei logo na primeira semana de férias, compreenderia minha vontade de sumir do mundo e nunca mais vez a luz do sol.

- Eu não acredito que você ainda está bolada com o Max. – ela mudou o peso de perna e encostou no batente do meu banheiro. – Já fazem quatro dias, Bailey.

- Desculpe se eu não esperava vê-lo pegando outras garotas na festa de início das férias. Se eu soubesse que ele estava engolindo uma garota por dia, jamais teria me deixado apaixonar por ele! – falei alto, sentindo o âmago de meu estômago sentir um mal estar e a vontade de chorar retornar com força. Naomi, minha irmã mais velha, disse que enquanto o choro vir, é porque eu não estou totalmente curada. Foi o que aconteceu quando Vaugh, seu ex, terminou com ela porque decidiu aceitar que era gay. Não é legal você descobrir que seu namoro de meros seis anos foi uma verdadeira desculpa que seu ex arranjou para não sofrer o preconceito que ele achava que sofreria. Para ser sincera, o único preconceito que ele está sofrendo é por ser um filho da puta que mentiu para minha irmã mais velha, fazendo com que ela começasse a se tratar com algumas seções de terapia até conhecer seu atual namorado, Jace. Ele foi uma verdadeira cura para ela. A fez esquecer qualquer dor da lembrança de ter sido jogada de lado quando os pais de Vaugh disseram que continuariam a amá-lo, menos ele sendo gay. De qualquer maneira, Naomi disse que o choro é a tradução da dor que sentimos, e que quando não tivermos mais lágrimas para derramar, significa que nossa mente já aceitou o fato de que o que aconteceu, aconteceu.

Mas ninguém se recupera de ver o cara por quem foi apaixonada por dois anos traindo-a com praticamente todas as garotas do seu colégio.

- Humilhação. – murmurei, coberta até à cabeça pelo edredom. – Você tem noção da humilhação que eu sinto quando encontro com todas aquelas pessoas? Elas passaram todo esse tempo me vendo sorrir feito uma idiota para ele, achando que ele me amava da mesma maneira que eu o amava!

- Bay. Amiga. Veja só, estou em missão de paz agora. – Nikki, com seus cabelos louros e desgrenhados, como costumava gostar de deixa-los, sentou-se na beirada de minha cama e pousou sua mão por cima do edredom, na altura de meu quadril. – Você sabe que eu sou a única pessoa do mundo que não sabe consolar outra pessoa que não seja eu mesma, mas tentarei agora e não se esqueça nunca dessa proeza. Infelizmente, você não encontrou uma amiga mais sensível, mas o que eu quero dizer, é que você não vai encontrar o amor da sua vida com 14 anos. Nós temos 14 anos. Max tem 15. Ele é o melhor jogador de vôlei do bairro vizinho. Ele tira notas altas e tem o corte de cabelo mais legal da cidade. Você acha mesmo que ele tinha inclinação para ser fiel? Estava escrito mulherengo na testa dele!

Love Me RightOnde histórias criam vida. Descubra agora