Love Me Right

Capítulo 6

Nenhum de nós ousou falar primeiro; como ele havia chamado minha atenção, era seu dever iniciar o diálogo, mas ele parecia vidrado demais em minha aparência. Não que eu tivesse mudado muito. Não pintei meus cabelos, nem fiz nenhuma cirurgia, mas definitivamente encorpei e cresci. As corridas na praia e as horas na academia foram feitas, mesmo eu odiando com todo meu ser, para que quando este momento chegasse, ele não pensasse de imediato que foi uma boa ideia ter me traído. Se eu conseguisse, nem que fosse um pouco, fazê-lo começar a se arrepender pela aparência, então ficaria feliz.

- Greg havia me dito que Nicole comentou sobre sua volta. – ele disse, sem graça. Seu braço comprido, perfeito para o vôlei, levou sua enorme mão até a nuca, mostrando que estava sem graça.

Ponto para mim. Sorri internamente.

- Achei que você não voltaria. – o ouvi dizer.

Talvez fosse meu orgulho em querer mostrar que eu estava muito bem. Ou talvez fosse apenas meu corpo reagindo automaticamente devido ao treinamento que fiz comigo mesma para este momento. Encarei Max em seus olhos, apesar de não estar enxergando nada mais que suas orbes azuis. Eu não conseguia ouvir mais nada, de tão focados que meus ouvidos estavam em tudo o que ele dizia.

- Você acha muita coisa. – respondi, vendo-o sem saber me responder. – Naomi me pediu para vir ajuda-la com os negócios e todo mundo achou uma boa oportunidade eu voltar para cursar administração. – inventei a parte de minha irmã ter me chamado. – Nada que seja da sua conta. – enviei um olhar para que caísse fora e voltei a fazer o caminho para os dormitórios.

- Bailey... – ele segurou meu braço. – Sobre a alguns anos...

- Você não vai pedir desculpas, vai? – soltei um pequeno riso de escárnio, o calando. Virei meu corpo para ele, vendo-o perturbado por eu ter descoberto suas intenções. – Você está três anos atrasado com essa desculpa. Não acha realmente que fará efeito agora, acha? Porque se for assim, posso manda-lo para o inferno, algo que deveria ter feito naquela época.

- Será que podemos conversar sobre o que aconteceu? – ele deu um passo a frente, mas eu dei outro para trás.

- Você está maluco? A universidade inteira sabe que você está namorando. Você não havia me visto outro dia? – me referi quando o vi de longe. Max abriu a boca para responder, mas nada saiu. – Eu não quero ser vista perto de você, King. Já é ruim demais voltar para essa cidade e ser chamada de corna.

- Bailey, espera. – senti sua mão segurar firme meu pulso. – É sério. Precisamos conversar.

- Você precisa conversar, Maximus, não eu. – me desvencilhei de sua mão com uma quantidade maior de força do que achei que precisaria. – Eu não vou colaborar para que você limpe sua consciência. – enviei o pior olhar que treinei os últimos dias. - Tenha uma ótima vida de popular.

- Bailey! – o ouvi me chamar mais uma vez, mas eu já havia me apressado em afastar. Se eu ficasse um pouco mais de tempo, cederia à minha curiosidade.

Durante todos esses anos, me perguntei se naquele dia que Nikki o afastou de mim com seu olhar, Max me diria algo de importante. Se ele se ajoelharia à minha frente e pediria desculpas por ter feito aquilo comigo. Se inventaria alguma desculpa para ter o meu perdão ou faria algo como Christopher Egan fez à Amanda Seyfried em Cartas para Julieta, ou Heath Ledger fez com Julia Styles em 10 coisas que eu odeio em você. Enquanto olhava para as estrelas em Miami, pensava se eu tivesse o ouvido, ainda estaria em Salt Lake ao seu lado. De qualquer maneira, mesmo que tivesse aceitado voltar para ele, ainda desconfiaria de todas as suas ações, e esse tipo de relacionamento não seria nada saudável. Foi só uma coisa boa eu ter ouvido Nikki.