Capítulo 7

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Augusto estava mais insuportável do que já era, se é que havia essa possibilidade. Nikki disse que ele estava sendo bastante difícil com ela, o que fazia com que meus planos de descobrir seus pontos fracos tivessem de ser transformados em um plano B.

- Vamos fazer tudo no final do campeonato de futebol americano, mês que vem. – ele disse ao grupo, que havia se reunido sob sua ordem. – Ganhando ou perdendo, eles sempre seguem com a festa e todos sabemos o que rola lá. Não será surpresa se Jessica ser pega na cama com King. Vai ser fácil.

- Você sempre apela para o caminho mais curto, não é Augusto? – Jessica revirou os olhos. – Mas tudo bem, vamos fazer da maneira que você quer. Qual é o plano B?

- Não temos plano B. – ele sorriu, maroto. – Apenas façam de acordo com o combinado e eu cuido do resto.

Vi o resto do grupo se entreolhar, parecendo saber mais do que eu ou Jessica. Fiquei com a sensação de que o plano de Augusto não era tão idiota quanto parecia.

- Por alguma razão, Augusto já tentou se vingar de você? – perguntei à Jessica durante o percurso de volta ao campus. Ela me olhou de canto e abriu um meio sorriso:

- Então você também percebeu. – me deu um pequeno tapa no ombro. – Eu sabia que você não decepcionaria.

- Então? – esperei uma resposta, vendo-a apontar com a cabeça para uma trilha no meio de algumas árvores, que bloqueariam a visão e audição das pessoas sobre nós.

- Augusto não tem nada contra mim. – ela disse. – Porém, também não gosta muito de conviver comigo. Nós sempre tivemos essa relação de repugnância sobre o outro. É de família.

- Família?

- Não dizem que filho de peixe, peixinho é? O pai dele era um perdedor. O meu, ganhador. Ele quis alterar essa ordem, mas acabou se dando mal. É por isso que quer derrubar todo mundo que fica famoso. Acha "injusto" a maneira como as pessoas definem popularidade, você sabe, pela beleza. E ele não é nada bonito.

- E você é popular? – ergui uma sobrancelha, vendo-a soltar uma risada e me enviar um olhar azedo.

- Querida, cuidado com o que pergunta.

Sua reação me fez dar um passo para trás em nossa relação. Se antes eu achava que podia confiar em Jessica, talvez eu devesse trata-la da maneira que ela possivelmente me vê: como um meio para se chegar ao resultado que quer.

- De qualquer maneira, ficarei de olho nele. – ela disse, dando-me as costas e caminhando à frente, como fiz com Isla no início da semana. – Não será difícil descobrir se ele quer nos colocar na berlinda.

- E se quiser? – perguntei, vendo-a abrir um sorriso maléfico.

- Então lhe mostrarei como as garotas de Salt Lake City se vingam melhor do que as de Miami.

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O primeiro mês de aula se arrastou como a semana de provas, tão lentamente que tornava nosso humor quase macabro de lidar. Para ajudar, o clima de verão estava piorando, algo típico de SLC, que esquenta muito, para então começar a esfriar no outono.

Para minha surpresa, eu estava andando muito mais com Isla. Nikki estava ocupada com seu companheiro de dupla da aula de teoria da administração – mesmo não precisando necessariamente se encontrar com ele todos os dias – e eu ainda esperava por uma notícia de Jessica sobre Augusto. A festa após a final do campeonato aconteceria em uma semana e eu não sabia se o plano ocorreria da maneira que deveria ou se devia me programar individualmente para o caso de algo dar errado.

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